Olimpíadas

Olimpíadas: Brasileiras Cristiane e Marta dominam artilharia do futebol feminino

Cris tem 14 gols e a Rainha 13, e para alguma jogadora ultrapassá-las, vai demorar (e muito!)

Você provavelmente não sabia, mas o futebol feminino só foi incluído nos Jogos Olímpicos no ano de 1996, nos Jogos de Atlanta. A seleção dos Estados Unidos é que mais vezes foi campeã: na estreia em 96, e em Atenas 2004, Pequim 2008 e Londres 2012.

Nas outras edições, triunfaram a Alemanha na Rio 2016, e o Canadá em Tóquio 2020. Para o Brasil, infelizmente o ouro olímpico feminino nunca veio. As melhores colocações foram em 2004 e 2008, quando conquistaram a medalha de prata.

Vale destacar, entretanto, o desempenho nos jogos Pan-Americanos. A Seleção Feminina levou o ouro em 2003, 2007 (quando a edição foi realizada no Rio de Janeiro) e em 2015, além de uma prata em 2011.

Se falta medalha, não falta gol. A Seleção Brasileira domina no top de artilharia dos Jogos Olímpicos. Cristiane, que não estará em Paris 2024, e Marta têm, respectivamente, 14 e 13 gols na história das Olimpíadas.

Cristiane: a artilheira não-convocada

Cristiane Rozeira de Silva Souza, 39 anos, tornou-se a maior artilheira dos Jogos Olímpicos na edição do Rio de Janeiro, em 2016 – marca nunca superada nem por mulheres, e nem por homens. No total dos Jogos, ela soma 14 gols.

Cris começou a defender a Seleção ainda nas categorias de base, quando tinha 15 anos. De lá para cá, a história entre a Seleção Brasileira Feminina e Cristiane se tornou um verdadeiro caso de amor. E como todo bom caso de amor, Cristiane teve seus momentos de altos e baixos.

Cristiane é a maior artilheira entre homens e mulheres dos Jogos Olímpicos.
Cristiane é a maior artilheira entre homens e mulheres dos Jogos Olímpicos. (Foto: Icon Sport)

A jogadora defendeu o Brasil em Atenas 2004, Pequim 2008, Londres 2012 e Rio 2016. Nas edições de 2004 e 2008, em que foi duas vezes medalhista de prata, foi também artilheira das edições, marcando cinco vezes. Na Grécia, dividiu o trono de artilheira com a alemã Brigit Prinz.

Em Tóquio 2020, a Seleção era comandada pela treinadora Pia Sundhage, que achou que Cris não vivia seu melhor momento e optou por não convocá-la e Cristiane, então, passou um período afastada da Seleção. Foram dois anos e meio sem defender o Brasil, ficando fora, inclusive, da conquista do título da Copa América em 2022 – competição que garantiu a vaga brasileira para Paris.

Após a saída da técnica para a chegada do brasileiro Arthur Elias no comando, Cristiane voltou a vestir a camisa amarela. A jogadora defende atualmente o Flamengo e é a vice-artilheira do Brasileirão feminino com 12 gols.

A marca, entretanto, não foi o suficiente para que Cristiane voltasse a defender o Brasil em uma Olimpíada. Na sua idade, os Jogos de Paris muito provavelmente seriam a sua “Last Dance”.

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Marta: a Rainha sempre pode mais

Atrás de Cris na artilharia, outra brasileira. Ela, que foi eleita seis vezes a melhor do mundo (2006, 2007, 2008, 2009, 2010 e 2018), dispensa apresentações. Marta Vieira da Silva é um ícone do futebol mundial e estará com a Seleção Olímpica nos Jogos de Paris.

Marta é a segunda maior artilheira dos Jogos Olímpicos.
Marta é a segunda maior artilheira dos Jogos Olímpicos. (Foto: Icon Sport)

Marta estreou com a amarelinha com apenas 16 anos e participou de cinco edições de Jogos Olímpicos: Atenas 2004, Pequim 2008, Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2020, e assim como Cristiane, foi prata em Pequim e Londres.

Diante dos seus feitos pelo futebol, este ano, o FIFA The Best criou um prêmio para o gol mais bonito do futebol feminino que leva o seu nome. Até então, homens e mulheres disputavam o Puskas, mas nas últimas 15 edições apenas homens levaram o prêmio.

Tanto no futebol feminino, quanto no masculino, Marta foi a primeira esportista a receber uma homenagem semelhante ainda em vida.

Isso aqui é sem dúvida algo muito mais especial, difícil até de encontrar palavras, mas eu quero que assim como eu estou enxergando nessa homenagem, eu quero que todas as mulheres possam também enxergar um futuro promissor – disse Marta ao ser homenageada.

Atualmente no Orlando Pride, dos Estados Unidos, a Rainha Marta se despediu de Copas do Mundo no ano passado, em 2023. Aos 38 anos, os Paris 2024 também deve ser sua última aparição em Olimpíadas.

Artilheiras das Olímpiadas em todos os tempos

Cristiane e Marta dominam a artilharia nos Jogos Olímpicos. E Cris, como não foi convocada para Paris, não poderá marcar mais do que seus 14 gols. Quem pode ultrapassá-la? Apenas Marta. E a Trivela te explica o porquê.

  • Cristiane Rozeira (BRA) – 14 gols
  • Marta (BRA) – 13 gols
  • Christine Sinclair (CAN) – 12 gols
  • Birgit Prinz (ALE), Carly Lloyd (EUA) e Vivianne Miedema (HOL) – 10 gols
  • Abby Wambach (EUA) – 9 gols
  • Pretinha (BRA) – 8 gols
  • Melissa Tancredi (CAN), Sam Kerr (AUS), Stina Blackstenius (SUE) – 7 gols

Sinclair, Wambach, Pretinha, Tancredi, Prinz e Lloyd, já estão aposentadas e por isso não estarão em Paris. Já as sensações do futebol feminino Kerr e Miedema também não estarão nos Jogos. A australiana está lesionada e a holandesa não conseguiu a classificação. Quem também não carimbou o passaporte para a França foi Blackstenius, já que a Suécia não conseguiu vaga.

Sam Kerr, australiana jogadora do Chelsea está fora de Paris 2024.
Sam Kerr, australiana jogadora do Chelsea está fora de Paris 2024. (Foto: Icon Sport1)

Desta forma, a única que tem chances de igualar e até ultrapassar Cristiane na artilharia é Marta. E caso consiga esse feito, vai demorar muito para que outra jogadora consiga superar a Rainha. E mais ainda, a brasileira acumulará mais um recorde na sua carreira.

Nas Olimpíadas de Paris, o Brasil quer gol (e quem sabe a artilharia)

Na sua coletiva de convocação para os Jogos Olímpicos de Paris, o técnico Arthur Elias explicou porque optou por levar sete atacantes, quando tinha apenas 18 jogadoras para serem escolhidas.

O ex-treinador do Corinthians disse que por conta do desempenho ruim do Brasil em mata-mata, ele optou levar sete atacantes. A Trivela separou três jogadoras para você ficar de olho.

A primeira delas é Gabi Portilho, atacante do Corinthians, é a promessa que disputa a sua primeira Olimpíada. A jogadora já é velha conhecia do técnico da seleção dos tempos do Timão e tem a confiança de Arthur. Gabi já atuou com a Seleção em 2012, quando era do Sub-17, e em 2014, jogando pelo Sub-20. Sua primeira convocação da Seleção Principal veio em 2022.

A segunda é Kerolin. A jogadora do North Carolina Courage, da NWSL, é a primeira brasileira da história a ser eleita MVP na Liga Norte-Americana em 2023. Aos 23 anos, Kerolin também foi eleita vice-artilheira da competição no mesmo ano. A jogadora, porém, sofreu uma lesão LCA em outubro do ano passado e chegou a ser desconvocada de amistosos da Seleção. Hoje, já recuperada, ela é uma aposta de Arthur Elias.

A terceira é Gabi Nunes, do Levante, da Espanha. Gabi é também uma das que já foi treinada pelo técnico da Seleção. Em 2021, a atacante foi eleita a melhor jogadora pela Bola de Prata da ESPN e também se tornou a maior artilheira da história do Brasileirão Feminino, com 55 gols.

Por último, um bônus que nunca pode faltar: Marta, porque às vezes o óbvio também precisa ser dito. Em sua provável última Olimpíada, a jogadora é carta na manga de Arthur Elias, e como vimos, tem todo o potencial para virar artilheira da competição.

A Seleção Brasileira Feminina faz seu primeiro jogo em Paris no dia 25 de julho, às 14h, contra a Nigéria.

Confira os grupos do futebol feminino nos Jogos Olímpicos de Paris 2024

GRUPO A
França
Colômbia
Canadá
Nova Zelândia

GRUPO B
Estados Unidos
Zâmbia
Alemanha
Austrália

GRUPO C
Espanha
Japão
Nigéria
Brasil

Foto de Gabriella Telles

Gabriella TellesRedatora de esportes

Gabriella Telles é jornalista formada pela UFRJ, faz pós-graduação em Gestão Estratégica de Marketing. Já trabalhou na TNT Sports na cobertura da Rio 2016, futebol internacional e eSports. Nascida e criada no subúrbio do Rio de Janeiro.
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