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Japão vai à Copa, e ajudamos a mostrar que você manja disso

A Copa de 2014 está se aproximando, e o sinal disso não é a Copa das Confederações ou a reinauguração dos estádios que receberão o torneio. É que, finalmente, começam a pipocar as seleções classificadas para a competição. A primeira saiu na manhã desta terça: o Japão do técnico italiano Alberto Zaccheroni empatou com a Austrália por 1 a 1 e nem uma hecatombe o tira do Mundial do ano que vem.

Bem, como são só os japoneses por enquanto, você terá muito motivo para falar deles. Ainda mais porque pegarão o Brasil na Copa das Confederações. Então, veja cinco coisas que você achava que sabia, mas estão bastante equivocadas sobre a seleção nipônica, e fique pronto para botar banca na conversa de bar com os amigos.

Jogo baseado na correria

O Japão não é mais correria há uns 15 anos. Na transição entre a Copa de 1998 e a de 2002 o time começou a ganhar outro estilo. E hoje é até o contrário da correria. O time tem jogadores rápidos, mas o estilo é de cadenciar, trocar passes com paciência antes de tentar a finalização. Aliás, às vezes o Japão até exagera nisso, e acaba perdendo a chance de arrematar quando há brecha.

A técnica dos jogadores se deve à influência brasileira

No começo da popularização do futebol no Japão, sim. A presença de jogadores e técnicos brasileiros ajudou os japoneses a terem um repertório maior com a bola nos pés. Mas o estilo de jogo nipônico se desenvolveu por outro caminho nos últimos 15 anos. No momento, a seleção e os clubes do país se notabilizam por trocas de passes curtos e, em determinados momentos, grandes lançamentos, viradas de jogo e arremates de fora. Dribles e jogadas individuais não são tão comuns. Lembra mais a Espanha que o Brasil.

Equipe ingênua

O time-base do Japão é: Kawashima; Uchida, Yoshida, Konno e Nagatomo; Endo e Hasebe; Okazaki, Honda e Kagawa; Havenaar. Desses 11, apenas dois (Konno e Endo) atuam na J-League. Dos 26 convocados para as partidas contra Austrália e Iraque pelas Eliminatórias nesta semana, 14 atuam na Europa. Alguns jogadores ainda pecam pela falta de experiência em alto nível, mas são minoria, uma minoria que está no banco.

Falta altura

Não é uma seleção alta, mas falar que esse é o grande problema do Japão é cair em estereótipo. Os três zagueiros mais usados por Alberto Zaccheroni (Konno, Kurihara e Yoshida) têm 1,78, 1,84 e 1,89 metro de altura. Não é muito diferente de Puyol (1,78m), Sergio Ramos (1,83m) e Piqué (1,92m). Ainda comparando com a Espanha, o goleiro Kawashima tem 1,85m, mesma altura de Casillas, e o centroavante Havenaar tem 1,94m, 9 cm a mais que Fernando Torres. Ou seja, a altura dos japoneses não é muito diferente da atual campeã mundial e bicampeã europeia. O problema não é estatura, tanto que os japoneses têm superado com constância a corpulenta seleção australiana. Falta ainda qualidade técnica e confiança para se impor diante de adversários mais tradicionais. Do ponto de vista físico, o Japão precisa mais de força, músculos, e não de altura.

Usam jogadores naturalizados, sobretudo brasileiros, para reforçar seleção

Ficou essa imagem por causa de Ruy Ramos e alguns brasileiros que defenderam a seleção japonesa em Copas. Mas vamos relativizar: Ruy Ramos atuou pela última vez em 1995 (isso, não fale a bobagem de que ele defendeu o Japão em um Mundial, isso nunca aconteceu). Depois, o Japão teve brasileiros em 1998 (Wagner Lopes), 2002 (Alex Santos), 2006 (Alex Santos) e 2010 (Túlio Tanaka). Desses três, só Tanaka era uma figura fundamental na equipe. Hoje, a seleção japonesa não tem nenhum naturalizado (Mike Havenaar é filho de holandês, mas nasceu e cresceu no Japão) e pode até reclamar de não poder usar alguns japoneses que preferiram outras seleções, como Jong Tae-Se (nasceu em Nagoia, mas defende a Coreia do Norte) e Ryang Yong-Gi (nascido em Osaka, também defende a Coreia do Norte).

Foto de Ubiratan Leal

Ubiratan Leal

Ubiratan Leal formou-se em jornalismo na PUC-SP. Está na Trivela desde 2005, passando por reportagem e edição em site e revista, pelas colunas de América Latina, Espanha, Brasil e Inglaterra. Atualmente, comenta futebol e beisebol na ESPN e é comandante-em-chefe do site Balipodo.com.br. Cria teorias complexas para tudo (até como ajeitar a feijoada no prato) é mais que lazer, é quase obsessão. Azar dos outros, que precisam aguentar e, agora, dos leitores da Trivela, que terão de lê-las.

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