Dinamarca promove equiparação salarial para seleções masculina e feminina
Decisão, que passa a valer após a Eurocopa de 2024, torna a Dinamarca apenas o sexto país a adotar a medida

Nesta sexta-feira (14), a bola rola pela primeira vez na Eurocopa 2024. Querendo surpreender na Alemanha, a Dinamarca já pensa no futuro e deu um passo importante na valorização do esporte local.
Quando a Euro terminar, os jogadores das seleções masculina e feminina passarão a receber o mesmo salário. A decisão valerá por um período de quatro anos – ou seja, até a Eurocopa 2028.
Segundo a FIFPro – sindicato internacional de jogadores de futebol -, o acordo foi finalizado em maio, cuja motivação é melhorar o futebol na Dinamarca tanto para os homens, quanto para as mulheres.
Para isso, a seleção masculina renunciou a um aumento para garantir uma equiparação salarial com a equipe feminina. Jogadores e jogadoras receberão a mesma remuneração básica em jogos fora de casa.
? Denmark men's team have refused a pay rise, to ensure equal pay with women's team. [@guardian_sport]
Amazing ??? pic.twitter.com/cUViYyoxVu
— Fanzine WSL (@FanzineWSL) June 14, 2024
Vale lembrar que os homens não recebem em partidas jogadas dentro da Dinamarca. Houve também uma redução do seguro da seleção masculina em 15%.
Essa decisão possibilitou a Dinamarca aumentar o seguro da seleção feminina em 50%, além do da seleção sub-21 masculina em mais de 40%:
– É um passo extraordinário para ajudar a melhorar as condições das seleções nacionais femininas. Em vez de visar melhores condições para eles, os jogadores pensaram em apoiar a seleção feminina -, disse o diretor do sindicato dos jogadores de futebol da Dinamarca, Michael Sahl Hansen.
Outro detalhe importante é que a Federação Dinamarquesa de Futebol e os jogadores fecharam uma parceria na construção de um novo centro de treinamento das seleções do país, em Hoje-Taastrup.
Cada parte se comprometeu a contribuir com 1 milhão de coroas dinamarquesas (cerca de R$ 768 mil) para um fundo de desenvolvimento. Essa quantia será subtraída das premiações da Eurocopa e Copa do Mundo.
Dinamarca dá um passo importante rumo à igualdade no futebol
Esse movimento da Dinamarca representa um passo importante rumo à igualdade no futebol. Mesmo com o crescimento da modalidade feminina, a disparidade de salários com os homens ainda é um tema recorrente.
As próprias federações são responsáveis por criar uma desigualdade entre homens e mulheres na seleção. Antes da Dinamarca, apenas cinco países equiparam seus salários entre homens e mulheres:
- Austrália
- Espanha
- Estados Unidos
- Noruega
- Nova Zelândia
As americanas, por exemplo, são as maiores campeãs da Copa do Mundo feminina com quatro títulos. Entretanto, elas só passaram a ganhar o mesmo salário da seleção masculina a partir de 2022.
Na última edição do Mundial feminino, em 2023, a Fifa triplicou o orçamento de premiação para as atletas em relação à Copa do Mundo 2019: US$ 110 milhões (em torno de R$ 500 milhões) foram distribuídos.
Apesar do valor ser um recorde na história do futebol feminino, a quantia representa apenas 25% do orçamento que a Fifa reservou para os homens na Copa do Mundo no Catar, em 2022: R$ 2 bilhões.
Uma carta de protesto assinada por 150 jogadoras fez a entidade se comprometer a equiparar os bônus para as próximas edições do torneio. Resta saber se a promessa será cumprida.