Kidiaba, Aboutrika e outros craques periféricos do Mundial

O Mundial de Clubes possui valores diferentes para jogadores de clubes sul-americanos e europeus. Os vencedores da Libertadores buscam atos heroicos, a exemplo de Mineiro, Gabiru ou Guerrero. Do outro lado, os donos da Champions esperam exibições de gala, como Kaká fez em 2007 ou Lionel Messi, quatro anos depois. Resultado da relação de forças no torneio, em que a Europa tem a obrigação e a América do Sul quer surpreender.
Porém, o Mundial também está recheado de coadjuvantes. Os clubes dos outros continentes, que só em raros casos chegam à final, tentam a projeção. Uma ótima oportunidade para craques periféricos ganharem seu reconhecimento internacional. E a competição foi de grande serventia alguns deles, responsável por dar mais popularidade a Aboutrika, Kidiaba ou Aguinaga.
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Nas próximas linhas, montamos a seleção dos ídolos marginais do Mundial de Clubes. Posição por posição, jogadores que marcaram época na competição. É claro, a quantidade de nomes limita a aparição de outros que deixaram suas marcas – Denílson, Mauricio Molina, Christian Bermúdez e César Delgado, por exemplo. De qualquer forma, vale relembrar aqueles que talvez não tenham acabado com o favoritismo dos poderosos, mas que fizeram por merecer os aplausos.
Goleiro: Muteba Kidiaba, vice-campeão com o Mazembe em 2010
Kidiaba entrou para o folclore do futebol por suas trancinhas e pela comemoração peculiar nos gols do Mazembe. Porém, o goleiro também tinha seu talento ao defender a meta dos congoleses. O sucesso do clube em 2010 teve muito de sua contribuição, fechando o gol contra Pachuca e Internacional. Na decisão, contra a Internazionale, pouco pôde fazer.
Lateral direito: Hiroki Sakai, quarto colocado com o Kashiwa Reysol em 2011
Leandro Domingues e Jorge Wagner eram os donos do time do Kashiwa Reysol, representante do país-sede que mais fez bonito desde 2005. No entanto, outro talento que despontava era Hiroki Sakai, que tornava suas subidas pelo lado direito uma das principais armas do time. O jovem marcou um gol, contra o Santos. Pouco depois, acabou negociado com o Hannover 96.
Zagueiro: Sergio Almaguer, terceiro colocado com o Necaxa em 2000
Almaguer era o líder da defesa do Necaxa no primeiro Mundial de Clubes. Pela frente, teve que encarar os potentes ataques de Vasco, Real Madrid e Manchester United. E o camisa 3 teve êxito na missão ao só tomar dois gols dos europeus e segurar os empates, ainda que não tenha sido páreo para Romário no duelo contra os cruzmaltinos.
Zagueiro: Marcus Túlio Tanaka, terceiro colocado com o Urawa em 2007
Tanaka era um dos protagonistas do Urawa campeão asiático em 2007. Com o moral alto, o nipo-brasileiro foi parte fundamental na campanha, tendo boa atuação na semifinal contra o Milan. Os japoneses seguraram os rossoneri por 68 minutos, até Clarence Seedorf marcar. Pouco depois, o defensor saiu machucado, o que lhe custaria a presença na decisão do terceiro lugar.
Lateral esquerdo: Daniel Arreola, quarto colocado com o Atlante em 2009
O Atlante foi um dos poucos mexicanos a não ‘amarelar’ na semifinal do Mundial. Fizeram isso justamente contra o Barcelona, campeão de tudo com Guardiola. Neste jogo, um dos destaques foi Arreola, que segurou Pedro durante quase todo o tempo. O problema foi quando Messi entrou, desequilibrando a partida para os blaugranas.
Volante: Yasuhito Endo, terceiro colocado com o Gamba Osaka em 2008
Hoje um dos líderes da seleção japonesa, Endo já era o coração do Gamba Osaka campeão asiático em 2008. O volante teve papel fundamental na campanha dos nipônicos, marcando o gol da classificação contra o Adelaide United nas quartas e balançando as redes do Manchester United, no histórico 5 a 3 na semifinal. Mais do que isso, ditava o ritmo do time que superou o Pachuca na decisão do terceiro lugar.
Meia: Mohamed Aboutrika, terceiro colocado com o Al Ahly em 2006
Aboutrika pode ser colocado entre os maiores jogadores da história do Mundial, independente do continente. Afinal, somente Messi e Denílson marcaram tantos gols quanto o egípcio no torneio, quatro no total. O camisa 22 vai para sua quinta participação em 2013. As melhores foram em 2006, quando decidiu a disputa do terceiro lugar contra o América do México, e em 2012, garantindo a classificação às semifinais ao bater o Sanfrecce Hiroshima.
Meia: Alex Aguinaga, terceiro colocado com o Necaxa em 2000
Aguinaga é considerado por muitos como o melhor jogador da história do Equador. E a torcida do Necaxa também é muito grata ao seu camisa 7. O armador foi o cérebro na excelente campanha dos mexicanos em 2000, quando eliminaram o Manchester United e bateram o Real Madrid na disputa do terceiro lugar. O meia era quem alimentava Cristian Montecinos e Agustín Delgado, os matadores dos alvirrubros.
Meia: Christian Bolaños, terceiro colocado com o Saprissa em 2005
O Saprissa contava com a base da seleção da Costa Rica que participaria da Copa do Mundo de 2006. E a equipe não fez feio no único Mundial em que a Concacaf não foi representada por mexicanos. Bolaños era a principal fonte criativa do time que também contava com Ronald Gómez e Álvaro Saborío na frente, ajudando a bater o Al Ittihad na decisão do terceiro lugar.
Atacante: Dioko Kaluyituka, vice-campeão com o Mazembe em 2010
O único jogador de um time de fora da Europa ou da América do Sul a ganhar a Bola de Prata do Mundial. O meia-atacante foi um dos protagonistas na grande campanha do Mazembe, liderando as jogadas ofensivas dos todo-poderosos com sua velocidade. Foi seu o gol que decretou a vitória sobre o Internacional na semifinal por 2 a 0.
Atacante: Washington, terceiro colocado com o Urawa Red Diamonds em 2007
O Urawa encheu os japoneses de orgulho. Deixou para trás o Sepahan, deu um trabalho danado para o Milan e venceu o Étoile du Sahel nos pênaltis, ficando com a terceira colocação. E a estrela da companhia foi o brasileiro Washington. O ‘Coração Valente’ anotou três gols no certame, incluindo dois na decisão do terceiro lugar, e fez Dida suar nas semifinais.