Mundial de Clubes

Renato se isenta de culpa por ‘apagão’ e cobra jogadores do Fluminense por problema ‘inadmissível’

Técnico colocou na conta da 'falta de foco' dos jogadores a virada sofrida para o Ulsan HD no primeiro tempo da vitória do Tricolor no Mundial

Com mais sofrimento do que o necessário, o Fluminense conseguiu vencer o Ulsan HD, da Coreia do Sul, por 4 a 2, neste sábado (21), pelo Mundial de Clubes. O Tricolor saiu na frente, levou a virada e, em um jogo muito aberto, conseguiu buscar a sua primeira vitória no Grupo F da competição.

O Fluminense dominava o jogo no primeiro tempo quando o Ulsan, que praticamente não passava do meio de campo, conseguiu empatar em um contra-ataque e virar ainda antes do intervalo.

Apesar dos claros problemas apresentados pelo Fluminense durante toda a partida, inclusive no segundo tempo, quando o jogo ficou aberto e o Ulsan teve chances de ampliar, o técnico Renato Gaúcho apontou apenas para uma certa “desatenção” dos jogadores no fim do primeiro tempo como o problema do Tricolor no Metlife Stadium.

Ao falar sobre as cinco trocas que fez no time titular em relação à estreia no Mundial de clubes, Renato cobrou foco dos jogadores do Fluminense.

— Independentemente do time que entra em campo, o jogador tem que estar focado. Não foram as modificações (que acarretaram queda de desempenho), tanto que estávamos bem no jogo mesmo com cinco mudanças. Estávamos criando, fizemos o primeiro gol e deixamos de estar focados no trabalho. É isso que não pode acontecer, e nós pagamos por não estarmos focado. Poderíamos pagar caro hoje — afirmou Renato Gaúcho.

— Quando cobro deles, falo no vídeo, mostro diariamente, dou exemplo. Treinamos para eles terem essa atenção o tempo todo. É inadmissível o que aconteceu nos últimos 15 minutos depois da parada técnica, e venho cobrando isso deles. Tomamos a virada por isso. Você tem que ficar focado no trabalho, ainda mais no futebol. As coisas acontecem em 10, 15, 20 segundos, a favor e contra. Não ficamos focados e tomamos a virada, aí você tem que ficar correndo atrás. Já é difícil fazer gol, aí vem o sofrimento. Vem o adversário fazendo cera, começa a bater desespero — completou o técnico do Fluminense.

Entre as mudanças feitas por Renato Gaúcho estavam as entradas de Ganso e Cano, que estavam sem ritmo de jogo, e Guga, que não teve uma boa atuação. Depois, na etapa final, com a saída de Ganso e as mexidas no setor ofensivo, o Fluminense passou a ceder mais espaço para o contra-ataque do Ulsan.

Renato defendeu mudanças no time (Foto: Icon Sport)
Renato defendeu mudanças no time (Foto: Icon Sport)

Renato dá apoio para atacante Everaldo

Outra mexida feita por Renato Gaúcho foi a entrada de Everaldo após o intervalo. O atacante, que ficou marcado por ter deixado de finalizar uma oportunidade de gol na partida contra o Borussia Dortmund, mais uma vez não teve uma boa atuação e não finalizou em duas chances.

No fim do jogo, de forma bem-humorada, a torcida do Fluminense, presente no Metlife Stadium, cantou uma música com um grito de “chuta, Everaldo”. Depois da partida, Renato falou sobre a situação do atacante e pediu apoio da torcida para Everaldo.

— O que peço para nosso torcedor é que dê força para o Everaldo. O jogador sempre procura dar o máximo de si. É difícil estar sendo cobrado em campo e ter confiança e tranquilidade para jogar. O Everaldo pode não estar aparecendo muito para o torcedor, mas ele tem aparecido muito para o time. Eu tenho dois centroavantes que confio totalmente neles, o Cano e o Everaldo. O Everaldo entrou muito bem, não fez gol, mas fez as jogadas, participou, ajudou, deu trabalho para o adversário — avaliou o treinador.

— Tem horas que eu até acredito que ele tem que chutar. No jogo contra o Borussia, eu falei que ele poderia ter jogado a bola por cima do goleiro ou pelo menos ter tentado. Ele deu a bola para o Canobbio e deixou ele na cara do gol também. Às vezes falta confiança por causa dessa cobrança — disse Renato.

Foto de Gabriel Rodrigues

Gabriel RodriguesSetorista

Jornalista formado pela UFF e com passagens, como repórter e editor, pelo LANCE!, Esporte News Mundo e Jogada10. Já trabalhou na cobertura de duas finais de Libertadores in loco. Na Trivela, é setorista do Vasco e do Botafogo.
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