Renato Paiva, do Botafogo, formou 8 ‘estrelas’ do Mundial — inclusive trio do PSG
Com uma longa passagem pela base do Benfica, técnico do Glorioso ajudou a forma jogadores de times como PSG e Manchester City

Durante 16 anos, o técnico Renato Paiva trabalhou nas categorias de base do Benfica. Hoje no comando do Botafogo, o português vai encontrar no Mundial de Clubes, nos Estados Unidos, parte do fruto do seu trabalho. Inclusive, nos adversários do Glorioso.
Renato Paiva participou da formação de oito jogadores que irão disputar o Mundial de Clubes, além de ter impulsionado a carreira de outro jovem atleta.
Pelo longo período em que ficou no Benfica, exercendo diferentes funções, como olheiro, auxiliar técnico e treinador das categorias sub-14 até o sub-19, além do time B do clube, Paiva trabalhou com muitos “miudos” que hoje brilham no futebol mundial.
O PSG, recém-campeão da Champions League e próximo adversário do Botafogo no Grupo B do Mundial de Clubes, é um exemplo disso. O atacante Gonçalo Ramos e o meia João Neves passaram pelas mãos de Renato Paiva nas categorias inferiores do Benfica.

Renato Paiva, inclusive, brincou sobre a chance de enfrentar seus ex-jogadores e disse manter contato com um deles.
— Se me fizerem algum gol, vão levar uma bofetada cada um. Vão jogar do outro lado do campo, não é? Vai ter essa curiosidade. Já falamos, já falei com o Gonçalo sobre isso — disse Renato em entrevista ao site da Fifa.
O próprio Benfica, é claro, também tem jogadores que trabalharam com Paiva na base: o meia Renato Sanches e o atacante Tiago Gouveia. O número de “crias” do Paiva poderia ser ainda maior, mas o zagueiro Tomás Araújo, titular dos Encarnados na última temporada europeia, ficou fora do Mundial para tratar uma lesão.

Manchester City tem trio formado por Renato Paiva
Um dos favoritos ao título do Mundial de Clubes e um dos clubes mais poderosos do futebol mundial atualmente, o Manchester City também tem jogadores que trabalharam com Renato Paiva nas categorias de base do Benfica.
Além dos portugueses Rubén Dias e Bernardo Silva, Paiva também trabalhou com o goleiro Ederson. O brasileiro chegou a base do Benfica em 2009, no sub-17.

O último português da lista é o lateral-direito João Cancelo. Também cria do Benfica, o jogador hoje defende o Al-Hilal, da Arábia Saudita, que está no Grupo H do Mundial de Clubes.
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Renato Paiva também trabalhou com equatoriano do PSG
Além dos portugueses, o PSG tem outro jogador que teve a carreira influenciada por Renato Paiva. O zagueiro Willian Pacho trabalhou com o treinador no Independiente del Valle, do Equador. Esta foi a primeira oportunidade de Paiva como técnico efetivo de uma equipe profissional, em 2021, depois dos 16 anos de trabalho nas categorias inferiores do Benfica.
Pacho, hoje com 23 anos, já havia estreado como profissional antes da chegada de Paiva, mas foi com o português que o então garoto passou a ter mais espaço na equipe e se firmou no time titular, ajudando o Independiente del Valle a conquistar o seu primeiro título equatoriano na história.
Pacho foi vendido para o Royal Antwerp, da Bélgica, no começo de 2022 e ainda passou pelo Eintracht Frankfurt, da Alemanha, antes de chegar ao PSG. No time francês, ele se tornou o primeiro jogador equatoriano a conquistar a Champions League.
— Quando chegamos no Independiente, ele não era utilizado. Passada uma semana de treinos, vimos logo que era um zagueiro que tinha todas as condições de não só jogar ali, mas de ser top mundial. Quase 2 metros, canhoto, velocidade absurda, só precisava ser mais agressivo. E foi ganhando isso. É um menino inteligente, com dificuldades inerentes de vida que tinha e foi à procura do seu sonho, que era ser jogador e melhorar as condições de vida de sua família — comentou Paiva sobre Pacho.
Pouco espaço para a base no Botafogo
Apesar da grande experiência de Renato Paiva com jovens jogadores, o Botafogo tem apenas um atleta da base entre os relacionados para a disputa do Mundial de Clubes. Trata-se do atacante Kayke, de 18 anos.
Desde a transformação em SAF, o Botafogo vem reformulando as categorias de base do clube, investindo principalmente em estrutura e contratações de jovens jogadores que se destacaram em outros clubes. Mas, com o alto investimento feito no futebol profissional, os jovens do Glorioso ainda tem pouco espaço no time principal. No entanto, melhorar a formação de jogadores é considerado o “próximo passo” da SAF do Botafogo.