Erros de Paiva mostram que o Botafogo vai precisar de muito mais para sonhar contra europeus
Apesar da importante vitória sobre o Seattle Sounders, estreia no Mundial de Clubes deixou lições para o Glorioso

No grupo mais difícil do Mundial de Clubes, o Botafogo estreou com uma importante vitória por 2 a 1 sobre o Seattle Sounders, na noite do último domingo (15). No entanto, a atuação do time de Renato Paiva levantou dúvidas sobre o poder do Botafogo para encarar PSG e Atlético de Madrid nas próximas rodadas do Grupo B.
No Lumen Field, o Botafogo teve muitas dificuldades para segurar a vitória sobre o Seattle Sounders, mesmo quando vencia a partida por 2 a 0. E boa parte dos problemas do Glorioso surgiram no segundo tempo, após as substituições promovidas pelo técnico Renato Paiva.
Além das substituições no time, Renato Paiva também mudou o posicionamento de alguns jogadores na etapa final, como Igor Jesus, o que prejudicou ainda mais a atuação coletiva do Botafogo.
Desde a entrada de Joaquín Correa, ainda sem tanto entrosamento e um pouco fora da rotação que o jogo apresentava, até a mudança de posicionamento de Igor Jesus, o Botafogo quase se complicou no que deveria ser o jogo mais fácil do Grupo B.
As saídas de Savarino e Alex Telles, aos 24 minutos da etapa final, fizeram Renato Paiva alterar o posicionamento da equipe, centralizando Joaquín Correa e descolando Igor Jesus para o lado esquerdo. Arthur Cabral, que também fez a sua esteia pelo Botafogo, estava claramente sem ritmo de jogo e pouco conseguiu contribuir.
Foi a partir deste momento em que o Seattle Sounders passou a pressionar ainda mais o Botafogo. O time de Paiva, que já vinha com problemas no meio, perdeu ainda mais força no setor e passou a atuar com linhas baixas, próximo a sua área.
Paixa explica substituições, mas foca em questões físicas
Após a vitória sobre o Seattle, garantida com uma grande defesa de John no último lance da partida, Renato Paiva falou sobre a atuação do Botafogo no segundo tempo no Lumen Field. O português admitiu que as substituições não deram surtiram o efeito esperado, mas ressaltou que a equipe teria sofrido mais por questões físicas.
— No segundo tempo, caímos muito em questões físicas, na minha opinião. Não conseguimos lidar com a agressividade e a intensidade que nosso adversário colocou no jogo. As substituições não funcionaram tão bem, em especial, por exemplo, o Correa, que vem de uma paragem e nós queremos lhe dar estes minutos em competição. De fato, em questões defensivas, nós sentimos que estávamos atacando com muitos e depois não estávamos defendendo com os mesmos — disse Renato Paiva em entrevista coletiva.

Ao falar sobre Igor Jesus, Paiva indicou que tinha a intenção de usar o atacante para reforçar a defesa do Botafogo pelo lado esquerdo, que ainda contou com a entrada de Cuiabano na etapa final.
— Puxar o Igor para fora para defender aquele corredor sem deixar de ser agressivo na frente, porque eu sentia que o adversário estava atacando com mais gente, mas deixando espaços com o contra-ataque, e eu não queria perder contundência na frente. Então aproveitar a qualidade que o Igor tem defensivamente para jogar ali um bocadinho, jogar como segundo avançado por fora, mas de fato o Savarino também com algumas dificuldades, ainda pagando a fatura de uma viagem muito longa, da questão da seleção. De fato, acho que na segunda parte nós defendemos com menos jogadores — disse Renato Paiva.
Com mais sorte do que juízo, o Botafogo acabou beneficiado pela falta de qualidade do time adversário para finalizar as jogadas. Cenário que com certeza não terá contra o PSG, na próxima quinta-feira (19), e também contra o Atlético de Madrid. Se Renato Paiva quer seguir sonhando com uma classificação para as oitavas de final, será preciso melhor leitura de jogo para ao menos pontuar contra os europeus.