Itália

Ventura: “A Itália pode não ganhar a Copa de 2018, mas é possível em 2022”

A Itália divide o Grupo G das Eliminatórias para a Copa do Mundo com Espanha, Israel, Albânia, Macedônia e Liechtenstein. Uma chave com duas seleções de peso, o que fará com que ou a Azzurra ou a Fúria vá para a repescagem. No momento, são os italianos que vão disputar os playoffs para tentar ir à Rússia ano que vem. Mas só uma improbabilidade tiraria o time de Giampiero Ventura do caminho para a Copa, ainda que não se classificando diretamente. Por isso, o técnico já projeta a seleção na competição. Ele, porém, mantém os pés no chão quanto ao desempenho italiano no próximo Mundial, falando que “a Itália pode não ganhar a Copa de 2018, mas é possível acontecer em 2022”.

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Isto foi dito pelo treinador durante entrevista concedida à Gazzetta dello Sport, poucos dias após os amigos do Quattro Tratti terem feito esta ótima matéria projetando o futuro azzurro para a Copa do Mundo de 2022. “Nosso objetivo não é necessariamente vencer a Copa na Rússia, mas nós também não vamos estabelecer limitações a nós mesmos”, afirmou o técnico, sem diminuir antecipadamente o potencial da Itália em 2018, que sempre é um adversário difícil, mas também sem demonstrar grandes expectativas para ano que vem. Ventura acredita que o penta italiano pode acontecer só na Copa no Catar porque hoje a seleção tem um planejamento melhor quanto ao futuro de seus jovens do que antes.

“Estes jovens jogadores devem ser o núcleo do futuro da Nazionale. A Eurocopa de 2016 nos deixou em uma encruzilhada de viver o agora por resultados imediatos ou começar um novo projeto para permitir que a garotada alcance o topo futuramente”, declarou também Giampiero. “Nossos atletas jovens têm um enorme potencial, mas eles ainda não estão prontos e precisam de tempo para amadurecer. Treinar junto com jogadores que foram campeões nesses anos todos com a Juventus, por exemplo, é uma experiência muito valiosa para eles”, acrescentou. “O ponto de misturar atletas jovens com veteranos é que os mais novos aprendem com Gigi Buffon como se tornarem campeões”.

E às revelações, o treinador se refere sobretudo a Gianluigi Donnarumma, o mais provável sucessor de Gianluigi Buffon na meta azzurra, e Andrea Belotti, atacante que tem a cara da Nazionale por o matador e que estava em falta no país. Eles não são os únicos diamantes italianos sendo lapidados, mas se destacam mais do que os outros porque, no momento, ninguém poderia disputar com eles uma vaga cativa na Azzurra dos próximos anos.

“Donnarumma me lembra Buffon no começo de sua carreira, e seu destino é claro de se enxergar. Gigi joga pela Itália não porque seu nome é Buffon,mas porque ele é o melhor goleiro das últimas duas décadas e ainda é hoje um dos arqueiros que menos tomam gols”, disse o treinador. “A diferença de Donnarumma é que quando Buffon era jovem, ele não tinha outro Buffon acima dele no ranking. E sobre Belotti, fiz de tudo para levá-lo ao Torino [ele foi comandante técnico do Toro de 2011 até assumir a Itália]. Ele cresceu de maneira notável, ainda que tenha precisado de um tempo para se adaptar ao clube”.

“Mas Belotti já começou a marcar gols regularmente do semestre passado para cá, o que determinou sua consagração. Ele tem apenas 23 anos e precisa de mais tempo para amadurecer, embora ele esteja indo muito bem nesse trajeto para se tornar um jogador essencial. E se ele pode fazer o que faz na Serie A, então ele está pronto para ir bem em qualquer lugar”, completou Ventura, antes de citar como exemplo a seleção italiana de 1978, um time repleto de jovens. Naquela ocasião, a Nazionale ficou em quarto lugar na competição. Mas, na edição seguinte, faturou seu terceiro título mundial com Dino Zoff, Paolo Rossi, Gentile, Colovatti, Cabrini e outros.

A verdade é que a geração italiana que está vindo aí é muito promissora. E falar isso não quer dizer que os mais experientes não sejam bons. Os atuais zagueiros da Itália, por exemplo, ainda são referências mundiais na posição. O conjunto inteiro da defesa azzurra é de uma tremenda qualidade, e jogadores como Romagnoli e Rugani podem continuar assegurando essa característica pelos próximos anos. No geral, nomes como o de Bernardeschi, Chiesa, Verratti e Gagliardini têm um potencial gigante para reforçar ainda mais a Nazionale na Copa de 2018, possivelmente, e na de 2022, com chances de sucesso ainda maiores.

Foto de Nathalia Perez

Nathalia Perez

Jornalista em formação trabalhando a favor de um meio esportivo mais humano. Meus heróis sempre foram jogadores de futebol, mas hoje em dia são muito mais heroínas.
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