Itália

Tonali confessa ter feito apostas e corre risco de suspensão de um ano

Em depoimento à promotoria de Turim, Tonali admitiu que fez apostas em futebol e, mais grave ainda: no seu próprio clube

O meio-campista Sandro Tonali admitiu a procuradores de Turim que ele fez apostas em futebol e começou a contribuir com as investigações. A admissão aconteceu ainda no sábado (14), quando deu seu primeiro depoimento. Nesta terça (17), ele detalhou o seu caso em um depoimento de três horas. 

Tonali, atualmente no Newcastle, foi delatado por Nicolò Fagiolo, que disse que foi o jogador quem o ensinou como apostar em um aplicativo ilegal. Segundo o depoimento de Fagioli, dado aos promotores de Turim no último mês, a conversa aconteceu quando os dois estavam na seleção sub-21 da Itália, em 2021. 

O meio-campista Tonali admitiu ter feito apostas em futebol, o que é irregular do ponto de vista esportivo. O caso dele é ainda mais grave porque ele admitiu ter apostado no Milan enquanto tinha contrato com o clube, mas apenas em jogos em que ele não podia jogar. Por isso, é quase certo que o meio-campista receberá uma punição ainda maior que o caso de Nicolò Fagioli, que foi suspenso por sete meses depois de admitir vício em apostas. 

Agravantes do caso Tonali podem levar a suspensão estendida

É provável que Tonali aceite um acordo com a promotoria, em que admitirá a culpa, se comprometa a fazer um tratamento para o vício em apostas e também terá que fazer palestras de orientação a jovens sobre os perigos de apostas. Foi o caminho escolhido por Fagioli, que admitiu o vício, aceitou a punição e fará tratamento. 

Embora tenha apostado no próprio clube, por não estar em campo nos jogos, ele não será enquadrado no artigo 30 do Código de Conduta Esportiva, que fala sobre manipulação de resultados. Quando um jogador aposta em um jogo que ele participa, o jogador pode ser denunciado por manipulação de resultados. Este seria o pior caso possível e, portanto, com a maior punição.

Mesmo assim, a punição que Tonali se arrisca é grande. A punição por fazer apostas pode chegar a três anos, mas o agravante de apostar no seu próprio clube aumenta a pena. O que significa que mesmo se fizer um acordo, a sua punição deve ser de no mínimo um ano. Se a punição acontecer, ela não vale apenas para a Itália, já que a punição seria estendida para todo território da Uefa e da Fifa. Ou seja, ele não poderia jogar independente do seu clube.

Para amenizar a sua punição, o jogador tem detalhado o seu caso, contando tudo que fez, além de admitir o vício em apostas e se comprometer a fazer um tratamento. Isso foi admitido pelo empresário do jogador, Beppe Riso, nesta terça (17). O tratamento teria que ser de no mínimo cinco meses, além de fazer aparições públicas para falar sobre o assunto e educar os jovens jogadores.

Caso de Zaniolo pode ser mais leve

Nicolò Zaniolo também é investigado e será ouvido pela procuradoria de Turim, mas o seu caso parece diferente. O que ele admite é ter jogado online em jogos de cartas, como pôquer e black jack. Segundo o jogador, ele não sabia que os aplicativos eram ilegais.

Assim como Fagioli e Tonali, Zaniolo teve seus dispositivos eletrônicos apreendidos para análise. Se for comprovado que o jogador não apostou em futebol, sua punição deve ser a menor dos três. Comprovado que ele não fez apostas em futebol, Zaniolo não ficaria sujeito a punição esportivas, apenas civis por usar um aplicativo ilegal, o que seria uma contravenção.

Zaniolo ainda fará o seu depoimento aos promotores de Turim. O Aston Villa tem investigado o jogador também e acredita nele até aqui, mas não quer correr qualquer risco do jogador ter esquecido de alguma conversa, por exemplo, sobre apostas. O jogador diz que não. Neste momento, o clube acredita, mas quer que o jogador apresente todas as provas. 

Foto de Felipe Lobo

Felipe Lobo

Formado em Comunicação e Multimeios na PUC-SP e Jornalismo pela USP, encontrou no jornalismo a melhor forma de unir duas paixões: futebol e escrever. Acha que é um grande técnico no Football Manager e se apaixonou por futebol italiano (Forza Inter!). Saiu da posição de leitor para trabalhar na Trivela em 2009, onde ficou até 2023.
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