Serie A

Fagioli recebe suspensão de sete meses por violar regras de apostas em futebol

O meia de 22 anos da Juventus recebeu uma punição menor por admitir o vício, buscar tratamento e colaborar com as investigações

O meia da Juventus, Nicolò Fagioli, fechou um acordo com a Federação Italiana, oficializado nesta terça-feira, e está fora do restante da temporada por ter violado regras de apostas em partidas de futebol. O jovem de 22 anos recebeu uma punição menor por ter admitido e o seu vício em jogo, além de colaborar amplamente com as autoridades, que ainda investigam outros nomes importantes, como Sandro Tonali e Nicolò Zaniolo.

Ele violou o artigo 24 do código de justiça desportiva da Itália, que impede os jogadores de realizarem apostas em eventos de futebol organizados pela Federação Italiana, pela Fifa e pela Uefa. Não há indícios de que apostou em partidas do seu próprio time. Esse artigo prevê uma punição mínima de três anos, mas, segundo a Gazzetta dello Sport, um acordo pré-julgamento já prevê a redução pela metade.

Como Fagioli, além disso, tem colaborado ativamente com as investigações, inclusive informando os promotores da sua situação ainda no começo de agosto, ele recebeu uma suspensão de 12 meses, cinco dos quais serão suspensos, se ele cumprir tratamentos alternativos. Terá que passar por tratamento terapêutico durante pelo menos um semestre e realizar 10 palestras públicas em clubes amadores, centros de reabilitação e outros locais indicados pelo programa da Federação Italiana.

Fagioli foi efetivamente suspenso por sete meses. Retornaria a aproximadamente uma semana do fim da Serie A. Formado pela Juventus, foi integrado ao time principal na temporada passada, na qual disputou 37 partidas por todas as competições. Estava na rotação de Massimiliano Allegri, presente em seis das oito rodadas do Campeonato Italiano desta temporada, três vezes titular.

Quem mais está envolvido?

Os promotores públicos de Turim também investigam potenciais infrações envolvendo Sandro Tonali, do Newcastle, e Nicolò Zaniolo, do Aston Villa. Ambos foram abordados no Centro de Treinamentos da seleção italiana em Coverciano na última quinta-feira e posteriormente foram dispensados pela federação das partidas contra Malta e Inglaterra pelas Eliminatórias da Eurocopa de 2024.

Eles são acusados de usar sites ilegais, embora ainda não esteja confirmado que utilizaram as plataformas para apostar em futebol. Trocas de mensagens obtidas no celular de Fagioli apontam que exploravam cassinos on-line, em jogos como pôquer ou blackjack. O jornal La Repubblica publicou na última segunda-feira que uma conversa entre Fagioli e o ex-capitão da Juventus, Leonardo Bonucci, atualmente no Union Berlim, está sendo analisada.

A agência Ansa e o jornal La Repubblica afirmam que fontes próximas a Zaniolo dizem que ele admitiu usar a plataforma, mas que não sabia que era ilegal e que praticava apenas jogos de cartas. O agente de Tonali, Beppe Riso, afirmou em um evento na embaixada italiana em Londres que o volante é um lutador e que o “maior jogo começou contra uma doença”.

Zaniolo jogou no futebol italiano até o último mês de janeiro, quando se transferiu ao Galatasaray, antes de acertar com o Aston Villa. Tonali era jogador do Milan e foi uma das principais contratações do Newcastle no último mercado de transferências. Tonali prestou depoimento ao Ministério Público de Turim durante duas horas e meia nesta terça-feira.

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“Não podem ser sacrificados”

O presidente da Federação Italiana, Gabriele Gravina, disse que o vício em apostas é uma doença e que a sua entidade prestará apoio a todos os jogadores que pedirem ajuda.

– Esses rapazes são como filhos para mim e não podem ser cordeiros sacrificados, como estão se tornando. Não é um caminho civilizado em um país civilizado. Na Itália, existe uma doença: vício em apostas é uma praga social, não apenas no futebol italiano. Há 5,1 milhões de pessoas que jogam e 1,5 milhão estão sofrendo. Não é surpreendente que algumas delas estejam envolvidas no futebol – disse.

– Não vamos recuar. Mas não queremos apenas condenar, e quem cometer erros será punido, e todos aqueles que pediram ajuda a receberão. A Federação Italiana não pode apenas punir, mas apoiar com o processo de recuperação – completou.

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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