
A Roma atravessa um início de temporada bastante complicado. Os giallorossi terminaram a sexta rodada da Serie A no 16° lugar, com apenas cinco pontos conquistados. Outro baque aconteceu no Marassi, com a goleada do Genoa por 4 a 1 nesta quinta-feira. Diante da pancada, José Mourinho falou sobre os problemas de sua equipe. O treinador tem enorme moral por seus dois primeiros anos à frente do clube, mas as indagações se tornam naturais diante daquilo que não acontece atualmente. O comandante prefere arregaçar as mangas e tentar uma recuperação o quanto antes, apesar dos problemas de lesão que enfrenta no elenco.
Mourinho falou na saída do campo, em entrevista à DAZN. Não escondeu que preferia tratar antes as questões nos vestiários, em vez de aparecer em público. “Peço desculpas ao estúdio, mas não estou com muita vontade de falar. Não conversei com os jogadores. Quando não falo com eles, significa que também não posso discutir isso com profundidade e também responder às suas perguntas”, declarou Mourinho, também se defendendo. “Esse é o pior início de temporada da minha carreira. No entanto, também penso que é a primeira vez que a Roma disputa duas finais europeias consecutivas”.
As limitações do elenco
O elenco da Roma pareceu melhorar para a atual temporada. Reforços como Romelu Lukaku, Houssem Aouar, Renato Sanches, Evan Ndicka e Leandro Paredes elevam as perspectivas da equipe. Entretanto, os problemas físicos recorrentes atravancam as perspectivas da Loba. Mourinho enfatizou como precisa se concentrar em soluções para aquilo que tem em mãos.
“Esse é o elenco que temos e com o qual precisamos sair dessa situação. Não tem mais janela de transferências, ninguém pode sair ou chegar. Esse é o grupo que temos, com suas qualidades e seus defeitos. Não tenho tempo para chorar. Podemos chorar internamente, porque dói o coração, principalmente o meu, pela relação que tenho com os torcedores da Roma. Mas amanhã temos que voltar ao trabalho. O próximo jogo vale três pontos, não sete ou oito, mas será um jogo muito importante para nós”, analisou.
O treinador também apontou como a exigência da maratona de jogos prejudica não apenas a Roma, diante da lesão de Diego Llorente na zaga: “As lesões são consequência da tabela. O Genoa jogou 48 horas antes de nós e hoje perdeu dois jogadores por problemas musculares. Acho que ontem vi cinco jogadores lesionados na Serie A. Llorente é um jogador com histórico de problemas musculares, disputou três partidas em uma semana, não é uma surpresa pra mim”.
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A vulnerabilidade da defesa
A consistência defensiva da Roma se tornou um trunfo nas últimas temporadas com Mourinho. Nem sempre o ataque conseguiu ser tão efetivo, apesar das qualidades individuais. No entanto, as boas campanhas nas competições europeias se valeram da segurança atrás. É algo que se perde e que o português reconhece.
“É verdade que perdemos consistência defensiva. Não quero falar muitas coisas, mas as pessoas comentavam sobre os erros de Roger Ibañez, que se tornaram quase icônicos em grandes jogos, mas a verdade é que ele nos dava uma incrível solidez. Perdemos Smalling, você pode ver quantos jogos ganhamos sem Chris. Quando esses jogadores não estão presentes, não temos solidez”, apontou Mourinho.
“Entretanto, dizer que perdemos solidez por causa de uma ou outra ausência não é justo. A solidez também é consequência do espírito da equipe e do trabalho coletivo para seguir em frente. Perdemos isso. Neste momento, a cada chute que permitimos é um gol. Não tem nada a ver com Rui Patrício, é apenas o que estamos vendo. Eu sinto isso à beira do campo e sinto que os jogadores têm essa ansiedade em campo também”, complementou.
A análise do jogo
Já sobre a partida desta quinta-feira, Mourinho apontou como os gols tiveram impacto na produtividade da Roma. O time teve problemas para se encontrar na partida, especialmente quando precisou mudar suas peças no miolo de zaga.
“Começamos mal, isso é verdade, o gol foi duro de conceder. Foi como o primeiro que tomamos nos minutos iniciais em Verona. Houve uma reação, empatamos, mas imediatamente Diego Llorente se lesionou e a estrutura do time mudou para pior. Com Mancini amarelado e o perfil desse árbitro, achamos melhor tirá-lo, então mudamos a estrutura de novo”, comentou Mourinho
“Sentíamos que o time estava prestes a empatar, o Genoa recuou e estávamos dominando mesmo sem grandes oportunidades. Nossas mudanças foram ofensivas, mas obviamente o jogo acabou com o terceiro gol. Às vezes essas situações podem se tornar um desastre, tomar cinco ou seis gols. O quarto gol, para mim, saiu do contexto do jogo”, finalizou.
A Roma volta a campo no domingo, quando enfrenta o Frosinone no Estádio Olímpico. O time também atuará na próxima quinta-feira pela Liga Europa, contra o Servette. A sequência antes da Data Fifa ainda terá a visita ao Cagliari na Sardenha.