O Milan precisou sobreviver à pressão da Fiorentina, mas voltou a vencer na Serie A
Sem Rafael Leão e Giroud, o Milan conseguiu um gol de pênalti e depois precisou conter o abafa da Fiorentina durante todo o segundo tempo
A Data Fifa representou um respiro para o Milan na Serie A. A sequência do time de Stefano Pioli não era boa, com quatro rodadas sem vencer, que deixavam os rossoneri para trás na corrida pelo título. A volta às atividades no San Siro também não seria simples, neste sábado. A Fiorentina aparecia logo abaixo na tabela, enquanto os milanistas teriam que se virar sem Olivier Giroud e Rafael Leão. Apesar de todas as adversidades, o Milan conseguiu vencer por 1 a 0. Foi um triunfo suadíssimo. No primeiro tempo arrastado, Theo Hernández sofreu um pênalti nos acréscimos e converteu para dar a vantagem. Já na segunda etapa, a Viola botou uma pressão sufocante até os minutos finais. Os rossoneri se seguraram, com direito a milagre de Maignan com a cabeça no finalzinho. O jogo ainda marcou a estreia de Francesco Camarda, de 15 anos, que virou o mais jovem da história a entrar em campo pelo Campeonato Italiano.
O Milan tinha uma série de ausências importantes, em especial no ataque. Olivier Giroud estava suspenso, enquanto Rafael Leão não jogou por lesão. Christian Pulisic foi acompanhado por Luka Jovic e Samuel Chukwueze na linha de frente. Outros bons nomes estavam à disposição mais atrás, como Mike Maignan, Fikayo Tomori, Theo Hernández, Tiijani Reijnders e Yunus Musah. Já a Fiorentina vinha com seus principais jogadores. Cristiano Biraghi liderava a defesa. Arthur auxiliava na cabeça de área. Já na frente, a trinca de meias era alinhada com Nico González, Giacomo Bonaventura e Riccardo Sottil, no apoio a Lucas Beltrán.
Primeiro tempo pobre, mas Milan desencanta
A partida no San Siro começou de maneira bastante sonolenta. Nenhum dos times conseguia se impor ou mesmo levar perigo à meta adversária. O ritmo era baixo, sem que o Milan movimentasse bem a bola para abrir a defesa da Fiorentina. Mas não que a Viola respondesse tanto do outro lado. Faltava velocidade e também aproximação para algo diferente. Depois de 15 minutos, os visitantes até passaram a contar com um pouco mais de presença ofensiva, mas sem acertar o desfecho dos lances. Ao menos, o jogo começava a esquentar.
O primeiro sinal de vida da partida aconteceu aos 23 minutos. Numa bola que espirrou na entrada da área, quase o Milan abriu o placar. Christian Pulisic dominou bonito e soltou a chicotada, exigindo uma excelente defesa do goleiro Pietro Terracciano. Os milanistas se mostravam mais agressivos e Davide Calabria voltou a fazer o goleiro Terracciano trabalhar, num chute fraco. Já Mike Maignan não teve problemas num chute de Riccardo Sottil do outro lado. A Viola tinha alguns espasmos, como também um tiro de Nico González que passou por cima do travessão aos 40. No entanto, os milanistas despertaram de vez na reta final e construíram a vantagem.
O gol do Milan poderia ter saído aos 44, numa cabeçada de Tommaso Pobega que exigiu um milagre de Terracciano. Já o tento pintou nos acréscimos, depois que Theo Hernández invadiu a área em velocidade e foi derrubado de maneira grosseira por Fabiano Parisi – que acertou o lateral adversário por baixo e por cima. Na cobrança, o próprio Theo tratou de balançar as redes. Passou longe de ser uma atuação deslumbrante dos rossoneri, mas o time foi mais contundente nas poucas chegadas.
A Fiorentina bem que pressionou, mas não deu
A Fiorentina voltou para o segundo tempo com mudança, apostando em Maxime López no lugar de Arthur. O Milan até chegou primeiro, numa cabeçada de Chukwueze. No entanto, a Viola logo se tornou mais ofensiva. Num contra-ataque, Maignan precisou se antecipar a Beltrán para evitar uma chance clara. Depois, Nico González arriscou e não encontrou destino para seu chute. O argentino passou a chamar a responsabilidade e a comandar o bombardeio violeta. Voltou a botar Maignan para trabalhar num tiro rasteiro. Já aos 16, González mandou uma pancada com pouco ângulo, que desviou e parou no travessão.
O Milan se via acuado no segundo tempo e precisava mexer. Ruben Loftus-Cheek entrou no lugar de Pulisic aos 16, na tentativa de ganhar um pouco mais de capacidade no meio-campo. Porém, o abafa era da Fiorentina, que rondava a área e levava perigo nas bolas paradas. Outra troca na Viola veio aos 25, com M'Bala Nzola na vaga de Beltrán. Os violetas chegaram a reclamar de um pênalti em meio à blitz, sem que a arbitragem anotasse. Já do outro lado, um raro respiro ao Milan surgiu aos 30. Jovic estava sumido e poderia ampliar a diferença, mas não finalizou bem e Terracciano também fez uma grande defesa com o pé.
Jonathan Ikoné e Rolando Mandragora foram novas cartadas da Fiorentina aos 36. Já um momento legal ocorreu aos 38, quando o Milan botou o atacante Francesco Camarda, de apenas 15 anos, no lugar de Jovic. O garoto estava claramente emocionado, ao se tornar o mais jovem da história a entrar em campo pela Serie A. O recorde anterior do Campeonato Italiano pertencia a Wisdom Amey, do Bologna, que fez sua estreia em maio de 2021, aos 15 anos e 274 dias – 14 dias mais velho que Camarda. Já a marca anterior dos milanistas pertencia a ninguém menos que Paolo Maldini. Rade Krunic foi outro a reforçar os rossoneri neste momento. As muitas trocas seguraram um pouco o ímpeto da Fiorentina, até que os minutos finais voltassem a se tornar intensos.
A Fiorentina foi com tudo pelo empate nos minutos finais. Começou aos 45, com uma série de rebatidas. Quando López conseguiu o chute limpo, a bola saiu lambendo a trave. As bolas travadas pela defesa se sucediam e o Milan estava contente em sobreviver, sem chances de acionar Camarda na frente. Já o lance realmente decisivo aconteceu aos 51, numa bola alçada que Mandragora desviou quase em cima da linha. Parecia um gol certo. Só parecia, porque Maignan conseguiu fechar o ângulo e, mesmo meio sem querer, fez uma defesa miraculosa com a cabeça. Foi o que segurou o triunfo rossonero, tão importante.
O Milan se recoloca na terceira colocação da Serie A, com 26 pontos, após a ultrapassagem momentânea do Napoli, com 24 pontos. À frente, a Internazionale soma 31 e a Juventus tem 29 antes do dérbi deste domingo. Já a Fiorentina perde fôlego nas rodadas recentes, com só uma vitória em cinco partidas. Fica para trás, em sexto, com 20 pontos.