Serie A

Matuidi, após ser vítima de racismo: “Pessoas fracas tentam intimidar com ódio”

Os crimes de racismo, lamentavelmente, são comuns em diversos campeonatos pela Europa. E a ocorrência de incidentes nos estádios italianos é um tanto quanto constante. Nas últimas rodadas, Blaise Matuidi virou alvo da ignorância. Atacado durante a partida contra o Verona, o meio-campista voltou a ser vítima neste sábado, na vitória da Juventus por 1 a 0 sobre o Cagliari, disputada na Sardenha. Através de suas redes sociais, o francês deixou uma forte mensagem para responder os seus detratores.

Em seu twitter, Matuidi pontuou: “Vitima de comentários racistas durante a partida entre Cagliari e Juventus, eu não posso deixar passar sem reagir”. Já em seu Facebook, o meio-campista se posicionou em três idiomas diferentes – francês, italiano e inglês. “Hoje, eu experimentei o racismo durante a partida. As pessoas fracas tentam intimidar com ódio. Eu não sou um disseminador do ódio e só posso lamentar por esses que deixam maus exemplos. Futebol é uma maneira de espalhar igualdade, paixão e inspiração. E é para isso que eu estou aqui. Paz”, escreveu.

Vale lembrar que, em abril do último ano, indivíduos na torcida do Cagliari já tinham protagonizado outro episódio lamentável de racismo. Em partida contra o Pescara, a vítima dos ataques foi o ganês Sulley Muntari. Na saída para o intervalo, o meio-campista entregou sua camisa para uma criança que estava com o grupo que o insultava. Como as ofensas se seguiram no segundo tempo, ele pediu para o árbitro paralisar o jogo, mas não teve sua solicitação atendida e ainda recebeu o cartão amarelo. Revoltado, Muntari abandonou o campo. O caso teve repercussão mundial e, apesar de tudo, a federação italiana manteve o cartão ao veterano, além de deixar a torcida do Cagliari impune.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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