Mourinho basicamente disse que Roma precisa apostar em reforços com algum problema
Mourinho afirmou que, se Renato Sanches estivesse em forma, ainda estaria no PSG, e não emprestado à Roma
José Mourinho tem talento para dar entrevistas. Consegue deixar claro o que quer dizer sem falar exatamente o que quer dizer. Por exemplo, ao comentar a situação física de Renato Sanches, aproveitou para passar a mensagem de que a Roma não tem condições de contratar jogadores prontos ou impecáveis ou que não tenham nenhum problema. Precisa fazer apostas e tentar recuperar velhos talentos, como Sanches que, segundo ele, não teria sido contratado se não tivesse se machucado tanto.
Talvez no passado Mourinho cobrasse mais investimentos e reforços tarimbados, mas vestiu a camisa desde que chegou à Roma e prefere um discurso de Davi contra Golias, sempre dizendo que seu time precisa lutar para superar adversidades, seja contra a arbitragem ou contra adversários mais ricos. Foi mais ou menos essa a linha que seguiu ao comentar a provável contratação de Sardar Azmoun, do Bayer Leverkusen, antes de expandir para Paulo Dybala e Sanches.
– Nós temos uma situação diferente. Não temos poder econômico para chegar a um clube para contratar alguém que fez uma grande temporada. Se as condições de Azmoun forem boas, ele pode ajudar. Foi muito bem no Zenit. Não estava bem no Leverkusen e por isso conseguimos contratá-lo por empréstimo. Do contrário, não seria nosso – disse.
– Dybala também nós contratamos ano passado porque muitos clubes tinham dúvidas sobre ele, exatamente como Renato Sanches, que, se estivesse bem, seria titular do PSG e não emprestado à Roma. Estamos nos tornando especialistas em treinar pessoas assim. Grande passado, grande potencial. Tentamos tirar o melhor deles. Essa é nossa realidade. Baixas expectativas. Trabalhamos, damos tudo que temos. Talvez seja estranho para vocês me verem tão calmo – completou.
Apesar de tudo, Roma fez um bom mercado
Nesse cenário citado por Mourinho, até que a Roma trabalhou bem. Aproveitou mais uma revolução em Paris para levar a dupla Leandro Paredes, um experiente meia que defendeu a Juventus na última temporada, e Sanches, outrora uma das maiores revoluções do futebol europeu.
Formado pelo Benfica e e destaque da Eurocopa de 2016, sua carreira empacou quando tentou dar o salto para o Bayern de Munique. Aceitou o passo atrás pelo Lille e reconstruiu seu valor para acertar com o Paris Saint-Germain ano passado.
Parecia uma contratação inteligente e precisa do PSG, que resolveu inovar e montar um time, em vez de acumular estrelas. Na prática, porém, foi mais uma temporada bagunçada, em que Sanches mal conseguiu ajudar. Teve vários pequenos problemas físicos e atuou apenas 900 minutos por todas as competições. Talvez estreie pela Roma depois da pausa internacional.
– Ele teve um problema muscular. Provavelmente o veremos depois da pausa. Com seu histórico de lesões, seria inútil arriscar recuperá-lo mais cedo – explicou Mourinho.
A Roma também trouxe Houssem Aouar, outra revelação importante de alguns anos atrás que não se desenvolveu tanto e estava sem contrato, e o defensor Evan Ndicka. Ainda sonha com Romelu Lukaku – outro exemplo de jogador que, em plena forma, não jogaria pela Roma, segundo Mourinho.