Serie A

Gattuso não ficou muito tempo desempregado: após deixar o Napoli, é o novo técnico da Fiorentina

Rino Gattuso será a próxima cartada do norte-americano que comprou a Fiorentina em 2019 para tentar elevá-la de patamar

Gennaro Gattuso não ficou muito tempo sem emprego. A passagem pelo Napoli terminou no último domingo, com o empate contra o Verona que impediu o clube de se classificar à Champions League. E nesta terça-feira, o treinador já está de casa nova. Será o próximo comandante da Fiorentina.

O Napoli não havia anunciado oficialmente que Gattuso sairia ao fim de seu contrato, que termina em junho, mas deixara bem claro. O presidente Aurelio de Laurentiis, no próprio domingo, enviou uma mensagem de despedida pelo Twitter.

“Querido Rino (apelido de Gattuso), estou feliz por ter passado quase duas temporadas com você. Obrigado pelo seu trabalho e desejo sucesso aonde você vá. Um abraço também para sua esposa e seus filhos”, escreveu. Na sequência, o Twitter oficial do Napoli publicou uma foto do treinador com a legenda: “Obrigado, mister!”.

Nesta terça, Gattuso despediu-se oficialmente da torcida com uma carta publicada no site do Napoli. “Treinar o Napoli foi maravilhoso. Um ano e meio de muita intensidade, uma experiência preciosa que levarei comigo por muito tempo. Gostaria de agradecer os jogadores, todos os funcionários, e o presidente de Laurentiis pela oportunidade”, afirmou.

“Pude conhecer uma cidade fantástica, onde fui muito feliz com minha família, e também alguns torcedores extraordinários, embora a pandemia tenha nos impedido de aproveitar o clima único do estádio agora batizado em homenagem a Diego Maradona”.

“No entanto, nos dias depois de vencer a Copa Itália, e em muitos outros no meio do caminho, eu senti o amor que o povo de Nápoles tem pelo time. Podemos estar seguindo caminhos diferentes, mas nunca esquecerei este momento memorável. Todo sucesso ao Napoli e a Nápoles”, completou.

A regressão gradual de Gattuso como técnico – do Milan ao Napoli, do Napoli à Fiorentina – não é bom sinal para sua carreira. Até porque os dois últimos trabalhos foram de certa forma similares: houve momentos de resultados bons, até alguns de bom futebol, mas faltou consistência e, no fim, os objetivos principais não foram alcançados. Nos dois casos, vaga na Champions League, embora seja difícil dimensionar exatamente o quanto o título da Copa Itália, sobre a Juventus de Maurizio Sarri, foi importante para Nápoles.

Gattuso assumiu o Napoli em crise após a demissão de Carlo Ancelotti, com um racha entre presidentes, comissão técnica e jogadores, em dezembro de 2019. Demorou para pegar no tranco, melhorou o desempenho a partir de janeiro, ainda pouco para se aproximar do G4. Foi sétimo colocado na temporada interrompida pela pandemia, a 16 pontos da Lazio, em quarto lugar.

A vitória na Copa Itália, porém, fez com que entrasse na nova campanha cheio de moral. Victor Osimhem foi a grande contratação do mercado, mas sua adaptação acabou prejudicada por uma lesão e por um teste positivo para Covid-19. Terminou bem a temporada, com oito gols em 14 rodadas da Serie A. O Napoli também teve uma boa arrancada, perdendo apenas um jogo dos últimos 16 pelo Campeonato Italiano, mas, com a vaga na Champions em mãos, falhou na partida final contra o Verona e ficou em quinto lugar. Nas outras competições, foi eliminado pela Atalanta na Copa Itália e a derrota para o Granada na Liga Europa foi especialmente dolorosa.

Por outro lado, a Fiorentina ganha um treinador com experiência em alto nível, jovem e com fome para se provar. Outro, no caso. Quando Stefano Pioli saiu para o Milan, a Viola contratou Vincenzo Montella, que em 2014 a havia levado à sua única final de Copa Itália nos últimos 20 anos. Não durou muito tempo. A tentativa seguinte foi com Beppe Iachini, com vários trabalhos no país e especialista em conquistar promoções. Também não deu tão certo. Buscou recuperar um passado bonito com Cesare Prandelli e… bom, você já sabe, não deu certo.

Prandelli deixou a Fiorentina em março, dizendo que se “encontrava em um desconforto absurdo que não me permite ser quem eu sou”, e Iachini retornou para terminar a temporada. Desde que se tornou propriedade do magnata ítalo-americano Rocco Commisso, em 2019, a Fiorentina tem sinalizado que ambiciona mais do que a metade da tabela em que continua a ocupar desde então. A próxima cartada para sair dela, de preferência pelo lado de cima, será a empolgação de Gattuso.

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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