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Executivo da Juventus confirma permanência de Allegri e define nome para gerir contratações

Muito contestado, o técnico Massimiliano Allegri foi apoiado pelo CEO da Juventus, que também fez mudanças na gestão do clube para pensar na próxima temporada

Massimiliano Allegri é um técnico consagrado na Itália, mas vive um momento de muita contestação na Juventus. O trabalho não engrenou ainda na volta do treinador a Turim e esta temporada, cheia de problemas, deixou uma sensação que o time poderia ter feito melhor. A sua saída foi muito especulada, ainda que sempre fosse difícil, porque a multa contratual é alta para demiti-lo. Se falou, porém, em um acordo. Nada disso aconteceu. E nem acontecerá, segundo o CEO da Juventus, Maurizio Scanavino.

A Juventus terminou a temporada em sétimo lugar, com 62 pontos, classificada à Conference League, depois de uma punição de 10 pontos sofrida por fraude financeira. Com esses pontos, o time teria ido à Champions League. Ainda assim, o desempenho do time foi muito contestado, a começar pelo que fez o técnico Massimiliano Allegri. Com contrato até 2025 e uma multa alta, a sua saída sempre foi considerada difícil. O que não quer dizer que não poderia acontecer.

“Allegri nunca esteve em discussão. Há um acordo total em todos os futuros cenários, seja em termos de mercado, organizacional e esportivo em geral. Com o técnico, temos sempre reuniões, ou conversas, diariamente. Nos últimos meses passamos por uma tempestade juntos e, de algumas maneiras, nosso relacionamento se consolidou muito rapidamente”, afirmou Maurizio Scanavino, em entrevista à Sky Sports Italia.

“Houve alguns momentos de confrontos, alguns inclusive alguns acalorados, mas sempre com críticas construtivas e autocrítica, com a ideia de fazer sempre o melhor para a Juventus. Não podemos esquecer a situação, a tempestade, o que vivemos. Considerando todas as coisas, acredito que no fim fomos bem, mesmo no campo com um terceiro lugar conquistado com duas semifinais na Copa da Itália e Liga Europa”, afirmou o dirigente.

Muitos torcedores queriam a saída de Allegri, depois de uma temporada que se considerou abaixo do esperado. Apesar disso, Scanavino justificou a permanência do técnico. “Entendemos o descontentamento dos torcedores e eles também viveram uma reviravolta emocional significativa nesse período. Certamente a Juventus está vindo de um período de sucesso extraordinário e situações como a atual não ajudaram a atingir a satisfação habitual”, disse o CEO.

“Precisamos manter nossos pés no chão, firmemente. Fechamos questões jurídicas na Itália, Allegri é a pessoa certa para dar consistência em nível esportivo. Há aspectos, contudo, que ainda precisam ser resolvidos e gerenciados, como o financeiro. Queremos começar de novo com humildade, comprometimento e autocrítica para nos colocar de volta em uma posição de sermos competitivos tanto em campo quanto em termos de jogo o mais rápido possível”.

O dirigente ainda explicou as mudanças na gestão do clube e que Giovanni Manna, diretor esportivo, é quem vai cuidar da atuação do time no mercado de transferências. “Dois dias depois de assumir o cargo, nos encontramos com uma punição de 15 pontos e o banimento de [Federico] Cherubini.

“No momento, criamos um grupo de trabalho com a escolha de Francesco Calvo e a promoção de Giovanni Manna da Next Gen. Trabalhamos além das qualificações específicas e acho que um dos desempenhos mais positivos foi de Giovanni e acho que podemos dizer que ele irá assumir a gestão de mercado, 100%”, continuou o Scanavino. “Com Calvo, por outro lado, ele irá supervisionar mais o lado gerencial do aspecto esportivo”.

“Desde que fui escolhido, tanto o presidente [Gianluca] Ferrero quanto eu entramos imediatamente em uma tempestade, com 15 pontos de punição na tabela. O mais importante é ter fechado a situação sem prolongar, mesmo com uma punição importante. Agora podemos planejar o futuro com mais serenidade”, disse Scanavino.

A saída da Juventus da Superliga também foi assunto discutido. O ex-presidente da Juventus, Andrea Agnelli, era um dos idealizadores e grandes defensores do projeto. Ele ainda falou sobre a relação desse assunto com uma possível punição da Uefa justamente pelo mesmo assunto que o clube foi punido, a fraude financeira.

“Em uma mão há o projeto da Superliga, com a comunicação que fizemos ontem a Real Madrid e Barcelona, enquanto na outra há a investigação da Uefa na qual ainda podemos dizer muito. De qualquer forma, são duas coisas absolutamente separadas”, disse.

Sobre trabalhar em futebol, Scanavino se mostrou empolgado. “Acho que é um mundo muito empolgante, que exige muita energia. Com grande profissionalismo e acima de todos os aspectos, uma competitividade muito forte. Esses são aspectos que você encontra em outros setores, mas neste você vive isso mais fortemente”.

Foto de Felipe Lobo

Felipe Lobo

Formado em Comunicação e Multimeios na PUC-SP e Jornalismo pela USP, encontrou no jornalismo a melhor forma de unir duas paixões: futebol e escrever. Acha que é um grande técnico no Football Manager e se apaixonou por futebol italiano (Forza Inter!). Saiu da posição de leitor para trabalhar na Trivela em 2009, onde ficou até 2023.
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