Juventus recebe nova punição de 10 pontos, despenca na tabela e se complica por vaga na Champions
A nova punição anunciada nesta segunda-feira derrubou a Velha Senhora do segundo ao sétimo lugar - ainda com chance de terminar no G4
Uma nova audiência do Tribunal de Apelações da Federação Italiana determinou nesta segunda-feira que a Juventus perderá 10 pontos na atual temporada da Serie A, menos do que a sanção anterior, mas ainda suficiente para complicar a sua tentativa de classificação para a próxima edição da Champions League. A Velha Senhora foi condenada por inflar artificialmente os valores de transferências de jogadores para manipular balanços financeiros. Sete dirigentes que foram absolvidos no recurso ao Colégio de Garantia do Comitê Olímpico tiveram sua inocência mantida. Entre eles, Pavel Nedved.
A Juventus era a vice-líder do Campeonato Italiano, com 69 pontos. Agora, caiu para a sétima posição, com 59. Caso vença o Empoli ainda nesta segunda-feira, assumirá o quinto lugar, com 62, a dois do Milan, o novo quarto colocado. Com um detalhe essencial: haverá um confronto direto em Turim na próxima rodada. A punição, no fim das contas, atrapalhou a campanha da Juventus, mas ainda manteve a possibilidade de chegar ao G4 em suas mãos, em parte porque os tribunais não têm como obrigar Milan, Atalanta e Roma a jogarem um futebol melhor. Pela distância que foi criada, a sanção teria que ser muito próxima dos 15 pontos que foram revertidos para definitivamente tirar a Velha Senhora da briga.
Isso não quer dizer que acabou. A Juventus ainda deve se classificar para alguma competição europeia e, mesmo se conseguir vaga na Champions League, a Uefa pode decidir tomar uma ação disciplinar por conta própria e negar a sua inscrição. Além disso, existe uma segunda acusação, ainda mais séria, de que o clube teria anunciado um corte salarial durante a pandemia e mantido os pagamentos integrais por baixo dos panos. Isso pode gerar uma segunda dedução de pontos. A audiência desse caso foi marcada para 15 de junho, ainda dentro da atual temporada – ainda cabendo apelação.
A primeira sentença, em janeiro de 2023, impôs uma dedução de 15 pontos, acima dos nove que o promotor da Federação Italiana, Giuseppe Chiné, havia pedido. O caso foi encaminhado ao Colégio de Garantia do Comitê Olímpico Nacional, que não absolveu a Juventus no mérito da questão, mas concordou que a punição era dura demais. O processo voltou ao Tribunal de Apelações da FIGC para ser analisado por um novo painel. Nesta segunda-feira, Chiné pediu 11 pontos. Conseguiu dez. Ele também reivindicou uma nova condenação a sete dirigentes da Juventus que haviam sido absolvidos pelo Colégio de Garantia, incluindo Pavel Nedved. Sem sucesso. No entanto, suspensões longas a nomes fortes como o ex-presidente Andrea Agnelli, o ex-diretor de futebol Fabio Paratici, e o ex-presidente do conselho, Maurizio Arrivabene, seguem em vigor.
Essa foi a terceira vez que o Tribunal de Apelações da Federação Italiana julgou o caso. A Juventus foi inocentada na primeira porque era impossível determinar objetivamente quanto vale um jogador. No entanto, gravações telefônicas e documentos encontrados pela investigação confirmaram as fraudes nos relatórios financeiros apresentados pela Juventus em 2019, 2020 e 2021. O clube exagerava os valores de transferências para reduzir prejuízos. Os balanços pareciam mais saudáveis do que realmente eram para as entidades reguladoras, como o Fair Play Financeiro da Uefa, permitindo que a Velha Senhora escapasse de punições e continuasse investindo.
Pelo seu perfil no Twitter, a Juventus disse que ainda analisará a fundamentação da decisão do Tribunal de Apelações, antes de considerar uma nova possível apelação ao Colégio de Garantia do Comitê Olímpico. “O que foi estabelecido pela quinta instância de julgamento neste caso, que começou há mais de um ano, gera grande amargura no clube e em seus milhões de torcedores que, na ausência de regras claras, se encontram extremamente penalizados com a aplicação de sanções que não parecem ter levado em conta o princípio da proporcionalidade. Sem ignorar a necessidade por celeridade, da qual a Juventus nunca se esquivou durante o processo, sublinha-se que esses são fatos que ainda precisam ser julgados por um juiz natural”, afirmou o clube italiano.