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Audiência da Juve é marcada para maio e punição provavelmente será aplicada ainda nesta temporada

Dependendo de quantos pontos a Velha Senhora perder (e é quase certo que perderá alguns), ela pode sair da zona de classificação à Champions League

A nova audiência que reavaliará a punição à Juventus, condenada por inflar artificialmente os valores de transferências para melhorar os seus balanços, foi marcada para 22 de maio, o que significa que provavelmente a nova sanção será aplicada ainda nesta temporada, diminuindo as chances de a Velha Senhora disputar a próxima edição da Champions League.

Em 20 de abril, Colégio de Garantia do Comitê Olímpico Nacional Italiano aceitou o recurso da Juventus e determinou que o caso fosse devolvido para o Tribunal de Apelações da Federação Italiana para que a sentença fosse avaliada por um novo painel. O procurador-geral do Esporte, argumentando o caso pela federação, admitiu que “faltava clareza na motivação” da dedução de 15 pontos que havia sido aplicada, em parte porque o promotor Giuseppe Chiné havia inicialmente pedido uma sanção de nove pontos.

A questão sempre foi o cronograma. Daria tempo de marcar a nova audiência antes do fim da atual temporada? Dois dias depois do Colégio de Garantia publicar a fundamentação da sua decisão, porém, a audiência foi marcada para o dia em que a Juventus realiza a 36ª rodada da Serie A, fora de casa, contra o Empoli, e a uma semana de um confronto direto contra o Milan.

Como a condenação em si não foi revertida, agora é altamente provável que a Juventus sofra alguma dedução de pontos na atual temporada. Imagina-se que de nove pontos, como o promotor havia requisitado em um primeiro momento. Mas mesmo se for menor, pode atrapalhar os planos da Velha Senhora, vice-líder com apenas cinco pontos de vantagem para o quinto colocado – o próprio Milan. A Juve enfrenta a Cremonese neste fim de semana e fecha a campanha contra a Udinese.

Um dos advogados da Juventus, Maurizio Bellacosa, afirmou, ao sair do tribunal de Turim depois de uma audiência preliminar das contas do clube, que “muitos argumentos” do Colégio de Garantia “não nos convencem” e que tem várias ideias para argumentar no Tribunal de Apelações. O clube de Turim deve arquivar a sua defesa até o dia 17 de maio.

Alguns dirigentes tiveram suas sentenças revertidas, como Pavel Nedved, mas nomes fortes como o ex-presidente Andrea Agnelli (banido por dois anos), o ex-diretor de futebol, Fabio Paratici, que deixou o Tottenham após sofrer uma suspensão de dois anos e meio, e o ex-presidente do conselho, Maurizio Arrivabene, continuam afastados do futebol.

As fraudes aconteceram em relatórios financeiros apresentados pela Juventus em 2019, 2020 e 2021. A Juventus exagerava os valores de transferências para reduzir as suas perdas. Com déficits artificialmente sanados, os balanços pareciam mais saudáveis do que realmente eram para as entidades reguladoras, como o Fair Play Financeiro da Uefa. A Juventus escapava de punições e podia continuar investindo.

A decisão do Colégio de Garantia não tem nenhuma influência em um outro caso envolvendo a Juventus, acusada de manipular os salários do elenco. O clube teria anunciado que reduziu alguns vencimentos durante a pandemia, mas teria continuado a pagá-los integralmente por baixo dos panos. Isso pode gerar outra punição, ainda mais pesada.

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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