Serie A

Dybala está tentando melhorar a sua destra. Como? Escrevendo com o pé direito

Paulo Dybala caiu como uma luva no time da Juventus, marcando 18 gols em 46 partidas nesta temporada, em que a Velha Senhora busca a Tríplice Coroa. No entanto, o seu futebol tem um ponto fraco: o argentino admite que é dependente demais da perna esquerda, o que o torna mais fácil de ser marcado pelos especialistas da Itália. Mas a torcida pode ficar tranquila porque o jovem está trabalhando duro para melhorar a sua destra.

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A maneira com que Dybala está fazendo isso, porém, talvez não seja a mais comum. Em entrevista ao Il Venerdí, do jornal La Repubblica, ele contou que está escrevendo com o pé direito para fortalecer os movimentos nessa perna. Coloca a caneta entre os dedos e manda bala. Dos 18 gols do argentino na temporada, 17 foram marcados com a canhota, sendo três de falta e seis de pênalti, jogadas de bola parada em que obviamente ele usaria a sua melhor perna. O único tento feito com a direita foi nas quartas de final da Copa Itália, contra o Milan.

“Sou canhoto. Eu até escovo meus dentes com a mão esquerda. Eu pego uma caneta todos os dias e tento escrever, mas com o meu pé direito. Eu a coloco entre meu dedão e o menor”, afirmou. “Cristiano Ronaldo marcou 360 gols porque ele é destro, mas também é muito forte com a perna esquerda. Com um único pé, você é mais fácil de ser marcado e fica mais fácil para os adversários lerem seu jogo. Na Itália, os defensores não brincam em serviço. É uma boa escola”.

Dybala conta que trabalha bastante para melhorar não apenas fisicamente, mas também “sensibilidade, habilidade e os olhos”. “Eu também treino para ver mais, em direções diferentes, antecipar meus adversários e ver as trajetórias”, disse o jogador, que passa algumas horas na academia, tomando o cuidado de não ficar forte demais. “Gattuso, que era técnico do Palermo na época, me disse para não exagerar nos pesos. Não preciso ficar fortão. A explosão nas minhas pernas é o suficiente”, explicou.

O jovem argentino também contou como surgiu sua comemoração característica, em que coloca os dedos no rosto como se fosse uma máscara de gladiador. “Surgiu do meu erro na Supercopa contra o Milan, em Doha (Dybala errou o pênalti que deu o título aos rossoneri, depois de 1 a 1 no tempo normal). Não foi um momento bom e eu fiquei decepcionado. Olhava para os outros e me sentia culpado. Então, publiquei a frase de Michael Jordan: ‘Eu fracassei várias vezes na minha vida e foi por isso que eu venci'. A máscara vem do filme Gladiador, que eu já vi umas 30 vezes. Na vida, você tem que levantar e lutar”, afirmou.

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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