Por que Juventus bancou Thiago Motta após queda na Champions e atropelos na Série A?
Duas derrotas humilhantes na Serie A aumentaram a pressão sobre o trabalho de Thiago Motta na Juventus, que tomou uma decisão

Após chegar à Juventus sob grandes expectativas no início da temporada, Thiago Motta enfrentou a desconfiança crescente entre a torcida e a imprensa. Agora, um dirigente da Velha Senhora definiu o futuro do técnico ítalo-brasileiro — e os motivos da decisão vieram à tona.
O diretor esportivo da Juventus, Cristiano Giuntoli, confirmou em entrevista que Motta segue no comando da equipe. Apesar dos resultados recentes ruins, o treinador conta com o apoio de todos nos bastidores para dar a volta por cima:
— Lamentamos muito, tivemos um ano de altos e baixos, mas nunca jogamos dois jogos consecutivos tão abaixo do nosso nível.
— Estamos, no entanto, convencidos de que podemos sair dessa situação, todos juntos. Neste momento, temos que estar unidos e superar as dificuldades juntos
O dirigente fez referência à goleada da Atalanta por 4 a 0, no último dia 9, no Allianz Stadium, e à vitória da Fiorentina por 3 a 0, no último domingo (16), no Artemio Franchi, pelas últimas duas rodadas da Serie A.
Os dois tropeços fizeram a Juve cair para a 5ª posição do campeonato — fora da zona de classificação à Champions League. Mesmo assim, o comandante ítalo-brasileiro segue com o respaldo da diretoria para reverter esse cenário:
— Iniciamos um novo projeto, passamos por dificuldades, salários e tudo mais, não temos que pensar em mais nada além do nosso objetivo principal, que é a classificação para a Champions League.
Por que Thiago Motta não foi demitido?

Além da confiança da Juventus, Thiago Motta não foi demitido por outros três motivos, segundo o jornal “Gazzetta dello Sport”. Além disso, o fator econômico pesou na balança dos Bianconeri, já que o técnico ítalo-brasileiro tem contrato até junho de 2027.
O vínculo de Motta com a Juventus custa 3,5 milhões de euros (cerca de R$ 21,6 milhões) por ano. Caso a Velha Senhora quisesse rescindir com o treinador nessa pausa para a Data Fifa, a multa seria de 10 milhões de euros (em torno de R$ 61,9 milhões).
Primeiro, a Juventus não se empolgou com as opções de alto escalão disponíveis no mercado. Os únicos dois nomes que poderiam substituir o ítalo-brasileiro, na visão da Juve, seriam Roberto Mancini e Igor Tudor.
O problema é que eles não estariam dispostos a fechar apenas até o final de 2024/25, já que exigiriam um contrato de pelo um menos uma temporada e meia. A Juventus não quer se comprometer a longo prazo com ninguém sem ainda saber como será o calendário da próxima temporada.
Em segundo lugar, a classificação pesa a favor de Thiago Motta. Mesmo fora do G-4, os Bianconeri estão na briga por uma vaga na próxima Liga dos Campeões. A diferença para o Bologna — dono da última vaga para a competição — é de apenas um ponto.
Por fim, os dirigentes da Juventus entendem que os jogadores também são culpados pelo desempenho negativo em 2025. A ordem interna é que o elenco assuma a responsabilidade dentro de campo, evitando colocar todo o fardo nas costas do técnico ítalo-brasileiro.
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Temporada da Juventus decepciona

Após investir pesado em reforços e apostar numa filosofia de jogo diferente com Motta, a Velha Senhora acumula decepções em 2024/25. A única competição que sobrou para a Juventus na temporada é a Serie A, sendo que a diferença para a líder Internazionale é de 12 pontos.
A eliminação nas oitavas de final da Champions para o PSV, na prorrogação, foi o primeiro grande golpe sofrido pelo treinador. Na sequência, a Juve caiu nas quartas de final da Copa da Itália para o singelo Empoli, que venceu nos pênaltis.
Para que 2024/25 não seja um desastre completo, o comandante ítalo-brasileiro precisa colocar a Juventus na próxima edição da Champions League. Se isso não acontecer, Thiago Motta não deve ficar na Juventus para a temporada seguinte.