Itália

Higuaín rebate pecha de “traidor” por ter ido do Napoli à Juve: “Disseram o mesmo sobre Ronaldo, Pirlo e outros”

Nápoles é uma das cidades mais loucas por futebol em um país dos mais fanáticos pelo esporte na Europa. Irritar os torcedores do Napoli nunca é uma boa ideia, e Gonzalo Higuaín fez justamente isso ao tomar a decisão de dar o passo à frente em sua carreira em 2016 e deixar o clube para se juntar à rival nacional Juventus. Chamado até hoje de traidor por causa da transferência, o atacante se defendeu das acusações em entrevista recente.

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Em transmissão ao vivo do Fox Sports Argentina, “Pipita”, como é conhecido o atacante, lembrou exemplos passados de atletas que trocaram suas equipes por rivais para defender que sua decisão foi algo comum ao futebol.

“Traidor, eu? Não me arrependo de ter assinado pela Juventus. Quantos jogadores foram do River Plate para o Boca e da Inter para o Milan? Disseram o mesmo sobre Ronaldo (“Fenômeno”), Pirlo e muitos outros… Faz parte do futebol”, argumentou.

Higuaín esteve no Napoli por três anos, pouco tempo para se construir uma era, mas o suficiente para, com tantos gols, se tornar o jogador mais adorado do elenco partenopei à época. Em 146 jogos pelo clube, fez 91 gols, além de conquistar a Coppa Italia em 2013/14. Diferentemente dele, Lionel Messi, seu companheiro de seleção argentina, conhece apenas um clube em toda a sua carreira, mas seu futuro próximo está em discussão.

Nos últimos dias, a partir da goleada histórica sofrida pelo Barcelona e depois de uma temporada de polêmicas nos bastidores do clube, Messi virou cada vez mais alvo de especulações sobre uma possível saída do único time que defendeu em toda sua carreira profissional. Com seus salários enormes, um destino imaginável, caso o argentino de fato deixasse o Barça, seria a multibilionária Premier League. Colega de seleção do camisa 10, Higuaín lembra seu período rápido no Chelsea, em 2019, para falar sobre a dificuldade da liga, mas imagina que alguém do patamar de Messi não teria grandes problemas em sua adaptação.

“Eu sofri muito no Campeonato Inglês. Não consegui me adaptar em seis meses. Não tem nada a ver com La Liga. Os defensores te irritam com pontapés que não são apitados como na Espanha. Não sei como isso afetaria o Leo, mas, sendo um jogador de outro nível, não acho que ele sofreria. Porém, é uma liga muito complicada.”

Já com 32 anos, a quatro meses de completar 33, Higuaín já pensa nos próximos passos de sua carreira. A expectativa é alta para o início do trabalho de Andrea Pirlo como técnico da Juventus, e Pipita indica que tem expectativas de que, com o novo treinador, possa inaugurar um novo momento no clube. Ainda assim, mantém as portas abertas para outros caminhos.

“Mais à frente, posso jogar na MLS, seria bom. Mas agora estou na Juventus e ainda tenho um ano de contrato. Veremos o que acontece. Daqui a cinco dias, voltamos aos treinos e vamos ver como é o novo treinador (Pirlo), que trará uma dinâmica diferente.”

Em queda de rendimento nos últimos anos, Higuaín, um centroavante que vive de gols, precisará entregar muito mais do que os 11 que fez em 44 jogos na temporada 2019/20 para mostrar que merece uma extensão de contrato, ainda mais estando em idade avançada. De qualquer forma, com o que mostrou ao longo de sua carreira na Europa, não terá problema em achar outro clube relevante, ainda que de um patamar abaixo, para registrar alguns de seus últimos grandes momentos na reta final de sua carreira.

Foto de Leo Escudeiro

Leo Escudeiro

Apaixonado pela estética em torno do futebol tanto quanto pelo esporte em si. Formado em jornalismo pela Cásper Líbero, com pós-graduação em futebol pela Universidade Trivela (alerta de piada, não temos curso). Respeita o passado do esporte, mas quer é saber do futuro (“interesse eterno pelo futebol moderno!”).
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