Desafio no VAR, relógio parado e mais: as sugestões da Federação Italiana para tornar o futebol mais atrativo
Presidente da FIGC elaborou mudanças com o objetivo de tornar o futebol "mais espetacular" aos jovens
O futebol tem passado por uma revolução nos últimos anos com a implementação do VAR e novas regras com enormes acréscimos para compensar ceras e demoras em atendimento. Buscando resolver em parte essas duas questões, a Federação Italiana de Futebol (FIGC na sigla em italiano) tomou uma posição pioneira.
O presidente da FIGC, Gabriele Gravina, levou à IFAB (International Football Association Board), entidade responsável pela mudança das regras do futebol em todo o mundo, alterações na utilização do VAR e nas regras do jogo.
As mudanças sugeridas pelos italianos
- Desafios limitados no VAR;
- Relógio parado a cada interrupção;
- Nova punição para goleiro que ficar com a bola por mais de seis segundos;
- Comunicação eletrônica entre treinador e capitão;
- Mudança no período da janela de transferências.
Nestas sugestões da federação italiana, o árbitro de vídeo seria utilizado em desafios limitados (não especificado a quantidade para cada equipe), como acontece hoje no vôlei, solicitados por treinadores ou capitães.
— Este pedido vai tornar mais pontual, precisa e transparente a revisão de vídeo em episódios considerados polêmicos pelos protagonistas — explicou Gravina em coletiva na última terça-feira (27).
A outra ideia, bem drástica, seria o relógio parar a cada interrupção no jogo, evitando longos acréscimos e menor incentivo para cera dos jogadores.
— A Itália se tornaria assim o primeiro país a viver uma verdadeira revolução regulatória, essencial para garantir que todos os jogos tenham a mesma duração e para tornar efetivamente inúteis as perdas de tempo, sem ter de recorrer a sanções disciplinares ou a grandes compensações. — explicou a FIGC em comunicado.
Outra alteração solicitada por Gravina é na famosa regra de que o goleiro tem, no máximo, seis segundos para ficar com a bola nas mãos. Neste caso, se o arqueiro cometer a infração, o time adversário ganharia uma cobrança de lateral na altura da marca do pênalti — hoje é considerado tiro livre indireto.
A FIGC também busca implementar uma comunicação eletrônica entre treinador e o capitão dos times.
— A solicitação surge da impossibilidade objetiva dos técnicos darem instruções à equipe devido às características do estádio ou às condições ambientais. — justificou Gravina.
O presidente da federação italiana acredita que essas mudanças podem tornar o futebol mais atrativo, visando o público jovem.
— Queremos dar a nossa contribuição para a melhoria do futebol com o objetivo de tornar o jogo cada vez mais atrativo e espetacular, especialmente para os jovens. Sabemos que o caminho para a inovação deve ser partilhado e depois implementado, mas se não começarmos nunca mudaremos o status quo — disse.
Para que as mudanças sejam implementadas em torneios amadores ou em divisões inferiores na Itália, a FIGC precisa do aval da IFAB.
FIGC também quer mudar janela de transferências
No mesmo comunicado, Gabriele Gravina revelou que se encontrará com a Uefa para discutir sobre o período da janela de transferências europeia. A FIGC é contra que possam ser feitas contratações após o início dos campeonatos nacionais na Europa.
— Em breve terei reuniões na UEFA e tentarei envolver os meus colegas de outras federações a trilharem um caminho compartilhado, que possa dar estabilidade ao início das competições esportivas. — afirmou.
A FIGC obviamente não tomará a decisão sozinha e busca, junto a outras entidades europeias, para que seja feito de uma forma que não prejudique os times italianos.
Tradicionalmente, a janela de transferências é finalizada no fim de agosto, já com algumas semanas do começo das grandes ligas europeias.