Cuadrado foi um oásis de regularidade em anos de caos da Juventus
O colombiano foi um dos jogadores mais estáveis da Velha Senhora, mesmo nas última temporadas bagunçadas
A Juventus dominou a Itália. E de repente, não dominou mais. Os últimos anos, desde saída de Massimiliano Allegri e a chegada de Maurizio Sarri, foram bagunçados em Turim, mesmo que os títulos tenham continuado em um primeiro momento. Muito entra e sai de jogadores, apostas ruins dentro e fora de campo e investigações de fraudes financeiras que levaram à renúncia de Andrea Agnelli e toda sua diretoria. Em meio ao caos, Juan Cuadrado foi uma rara fonte de estabilidade, com louvável regularidade, dribles e assistências. Após oito anos, seu contrato expirou de vez e o colombiano não ficará em Turim.
Se não foi um craque, a Juventus sempre pôde contar com o colombiano de 35 anos. Atuou em diversas posições pela direita, como ponta, lateral ou ala, dependendo do esquema tático dos professores que passaram por lá. Ficou duas temporadas emprestado pelo Chelsea, que o comprou da Fiorentina, antes de ser contratado em definitivo. Seu primeiro gol pela Velha Senhora garantiu uma vitória por 2 a 1 sobre o Torino, aos 45 minutos do segundo tempo. Esteve presente como uma peça de rotação na campanha finalista da Champions League em 2016/17, mas atuou pouco nos últimos dois anos da primeira passagem de Allegri, prejudicado por problemas físicos.
No entanto, participou de pelo menos 30 rodadas da Serie A nas últimas quatro edições, sob o comando de três técnicos diferentes, o que mostra que era pau para toda obra mesmo. E muitas vezes pareceu o jogador mais confiável do time, apesar dos problemas que culminaram com o sétimo lugar na temporada passada, a pior campanha da Juventus desde 2010/11. Ele se despede com 314 jogos, cinco títulos italianos e quatro da Copa da Itália.
A Juventus conseguiu vaga na Conference League, mas deve ser excluída de competições europeias pela Uefa. Sem essas receitas e sem a liberdade para cometer mais fraudes financeiras, está tentando readequar seu elenco. Havia decidido não renovar com Cuadrado ano passado, mas o seu contrato foi estendido automaticamente assim que ele realizou 40 partidas. Saem € 5 milhões da folha salarial da Velha Senhora, um valor bem considerável para o futebol italiano. Mas também um jogador que foi bastante importante durante anos de muita bagunça.
Para sempre em nossa história 🤍🖤
Boa sorte, Panita 🇨🇴pic.twitter.com/Tf7ThIcXQz
— JuventusFC (@juventusfcpt) June 30, 2023
A nota de despedida da Juventus
A importância de Cuadrado para a Juventus se reflete em uma nota de despedida bem robusta publicada em seu site oficial:
Obrigado, Panita!
Foram 314 vezes que ele entrou em campo para lutar pelas nossas cores, conquistando 11 troféus.
Em 26 ocasiões, ele celebrou com sua dança inconfundível, após marcar gols com a nossa camisa.
E também em outras 59 vezes, ele ajudou seus companheiros para que compartilhassem a alegria de marcar.
Agora, depois de uma jornada de oito temporadas, é hora de dizer adeus porque Juan Cuadrado está deixando a Juventus.
Oito anos inesquecíveis. Ano após ano, Panita era uma das certezas, independentemente da posição, configuração tática ou número da camisa nas costas.
Oito anos cheios de alegria, sorrisos, brincadeiras e entusiasmo. Ele trouxe sua energia positiva para o vestiário e para o nosso mundo. Juan conquistou a torcida de uma forma única e especial, tornando-se uma referência dentro e fora de campo.
Oito anos de dribles, corridas loucas que mudaram jogos – às vezes até temporadas. Aquele gol no Derby della Mole, no dia 31 de outubro de 2015, seu primeiro em preto e branco, foi o que deu início a uma recuperação que levou ao Scudetto após um início oscilante.
Oito anos de gols. O citado acima foi o primeiro dos quatro marcados contra o Torino, mas como não lembrar dos golaços contra Lyon e Inter? Ou a dobleta que ele conquistou contra os Nerazzurri na temporada 2020/21?
Com tantos momentos inesquecíveis, cada torcedor deve ter uma lembrança especial ligada à aventura de Juan nos Bianconeri.
Também neste ano sua participação foi significativa, disputando 47 partidas, o que lhe permitiu ultrapassar a marca de 300 jogos em preto e branco. Um marco que firmou ainda mais seu lugar na história do clube. Se alguma vez houve um exemplo em que os números contam apenas uma fração da história, é este. A emoção que ele despertou dentro de todos nós permanecerá indelével.
Gracias por tudo, Panita!