Inglaterra

Textor faz plano ousado para controlar clube inglês, mas tem forte adversário a superar

Dono do Botafogo enfrenta resistência de Steve Parish e concorrência de bilionário americano

O empresário John Textor, acionista majoritário do Botafogo e também proprietário do Lyon, da França, e do RWD Molenbeek, da Bélgica, está se movimentando nos bastidores para assumir o controle total do Crystal Palace, clube tradicional da Premier League.

Segundo o jornal inglês “The Guardian”, o americano, que já detém cerca de 45% das ações, busca ampliar essa fatia para mais de 80%, comprando a parte dos também norte-americanos Josh Harris e David Blitzer, que juntos possuem cerca de 36% das ações do clube.

Textor não é popular no Crystal Palace

Textor fez as pazes com Ednaldo Rodrigues (Foto: Imago)
Textor em jogo do Botafogo (Foto: Imago)

Se for bem-sucedido, o empresário americano se tornaria o controlador absoluto do Palace, o que poderia provocar uma mudança drástica na estrutura de poder em Selhurst Park — incluindo a possível saída de Steve Parish, presidente do clube desde 2010 e figura central na recuperação do time após o período de administração judicial.

O movimento de Textor, no entanto, enfrenta um obstáculo importante: Woody Johnson, dono do New York Jets e ex-embaixador dos Estados Unidos no Reino Unido, também demonstrou interesse em investir no clube.

Johnson foi visto ao lado de Parish durante o jogo do clube londrino contra o Nottingham Forest nesta semana, alimentando rumores de que o presidente estaria buscando alternativas à investida de Textor.

A relação entre Parish e Textor perdeu força no ano passado, após o americano aumentar sua participação no clube. Embora o presidente detenha apenas 10% das ações, ele ainda possui controle prático da gestão por meio da estrutura societária: os quatro principais acionistas têm votos iguais no conselho, mas Parish detém o chamado “voto de Minerva”, ou seja, o voto de desempate.

Fontes do “The Guardian” próximas ao clube afirmam que Parish teria mantido conversas com Johnson para tentar viabilizar uma compra da fatia de Textor — ou, ao menos, bloquear seu avanço.

Textor, por sua vez, já havia demonstrado insatisfação com a falta de influência no dia a dia do Palace, especialmente em relação às contratações. Em janeiro, chegou a fechar um acordo com o grupo Sportsbank, liderado por torcedores do clube, para buscar alternativas. No entanto, mudou de rumo e agora tenta a compra direta do clube londrino, onde já investiu cerca de 150 milhões de libras (cerca de 1,1 bilhão de reais) desde 2021.

Do lado de Harris e Blitzer, que adquiriram sua participação em 2015, há indícios de que estariam dispostos a vender. O motivo principal seria a preocupação com o custo crescente da construção da nova arquibancada principal de Selhurst Park.

O projeto, que deve elevar a capacidade do estádio para mais de 34 mil torcedores, já tem permissão aprovada desde 2022, mas ainda não saiu do papel. Estimativas apontam um custo de até 240 milhões de libras.

Apesar do bom momento esportivo do time, comandado por Oliver Glasner, que levou o Palace à final da FA Cup, o ambiente institucional não é dos mais estáveis.

Nas últimas semanas, o diretor esportivo Dougie Freedman saiu para assumir um cargo no Al-Diriyah, clube da Arábia Saudita, supostamente frustrado com o baixo orçamento na janela de janeiro. Também deixaram o clube o diretor financeiro Sean O’Loughlin e a diretora de operações Sharon Lacey, que se transferiu para o Fort Lauderdale United, nos Estados Unidos.

Foto de Guilherme Ramos

Guilherme RamosRedator

Jornalista pela UNESP. Escreveu um livro sobre tática no futebol e, na Trivela, escreve sobre futebol nacional, internacional e de seleções. Passagens por Total Football Analysis, Esporte News Mundo, Jumper Brasil e Premier League Brasil.
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