Técnica da Inglaterra: “Queremos inspirar a nação e acho que é isso que estamos fazendo”
Sarina Wiegman garantiu sua segunda classificação consecutiva à final da Eurocopa, após golear a Suécia por 4 a 0 em Sheffield

A técnica da seleção inglesa, Sarina Wiegman, quer que a campanha da dona da casa na Eurocopa Feminina inspire a nação e acredita que isso está acontecendo. Não é difícil entender o motivo. A Inglaterra chegou à final pela terceira vez na história da competição na última terça-feira após golear a excelente Suécia por 4 a 0 em Sheffield diante de quase 30 mil pessoas.
As 28.624 pessoas que foram ao Bramall Lane representam o maior público de uma semifinal de Euro Feminina na história. Tem sido um torneio marcante nesse sentido, com o recorde de torcedores em uma única partida, independente da fase, logo no primeiro jogo, quando 68.871 pessoas assistiram à estreia da Inglaterra em Old Trafford. Essa marca será certamente quebrada na grande decisão marcada para Wembley – com capacidade para 90.000 almas.
Arrastando multidões, a Inglaterra tem correspondido com uma ótima campanha. Ganhou todos os jogos da fase de grupos, com direito a uma incrível goleada por 8 a 0 sobre a tradicional Noruega na segunda rodada. Sofreu nas quartas de final, mas soube encontrar o que precisava para ganhar da Espanha de virada na prorrogação. E, após um começo mais nervoso, simplesmente passou por cima da Suécia, que estava invicta há 34 partidas no tempo normal e em sua nona semifinal de Eurocopa.
“Queremos inspirar a nação e acho que é isso que estamos fazendo”, disse Wiegman, que está em sua segunda final de Eurocopa consecutiva, após ter conquistado o título com a Holanda, que também era a anfitriã, na edição de 2017. “Queremos fazer a diferença. Agora, nós comemoramos um pouco, mas temos um sonho. Chegamos muito longe e queremos ir até o fim”.
Wiegman assumiu a Inglaterra em novembro de 2021, no lugar de Phil Neville e após um período com a norueguesa Hege Riise como técnica interina. Ela ainda não perdeu um jogo. São 19 de invencibilidade, com 16 vitórias. “Quando você chega, espera que as coisas andem bem e que você tenha uma conexão com a comissão técnica e as jogadoras. Desde o começo, houve um clique. Dava para perceber. Isso é trabalho duro também. Eu sinto a energia, que as pessoas acreditam em como trabalhamos, como queremos jogar. Os resultados têm sido muito, muito bons e isso é muito legal”, disse.
A Suécia teve um punhado de chances nos primeiros 10 minutos da partida, mas a Inglaterra abriu o placar com o sexto gol de Bethany Mead, artilheira da competição (que ainda tem cinco assistências), e ampliou para 2 a 0, com Lucy Bronze, pouco depois do intervalo. Após uma certa pressão sueca, deslanchou para golear, com um golaço absurdo de Alessia Russo (de calcanhar) e uma falha da goleira Hedvig Lindahl que espalmou o chute de Fran Kirby para trás.
“Estou muito orgulhosa”, disse Wiegman. “Novamente, o time encontrou um jeito. Estávamos sofrendo um pouco pela maneira como elas estavam se defendendo, mas fomos melhorando e melhorando. As jogadores em campo encontram soluções. Elas foram tão fortes no contra-ataque, mas, quando marcamos, ajudou muito”.
A treinadora holandesa exaltou especialmente o golaço de Russo, que buscou o rebote do seu próprio chute e, entre duas marcadoras, colocou de calcanhar entre as pernas de Lindahl. Russo, atacante do Manchester United, substituiu Ellen White em todas os jogos da Eurocopa e, por enquanto, produziu mais. “Você precisa ter tanta coragem para fazer algo tão imprevisível e fenomenal quanto aquilo”, elogiou Wiegman.
A Inglaterra é a quarta seleção a chegar a pelo menos três finais de Eurocopa, junto com Alemanha, Suécia e Noruega. É a única dessas que não ganhou nenhuma vez, tendo perdido para as sueca nos pênaltis na primeira edição, em 1984, e levado 6 a 2 da Alemanha em 2009. A única outra campeã da competição é a Holanda de Wiegman, que tentará repetir o feito no próximo domingo em Wembley.