Inglaterra

Roy Hodgson está na corda bamba, mas há um motivo específico para o Crystal Palace não ter o demitido (ainda)

Goleada sofrida diante do arquirrival Brighton aumentou a pressão sobre o Palace, e Roy Hodgson parece estar com os dias contados no comando técnico da equipe

A dolorosa e acachapante derrota do Crystal Palace no último sábado (3), por 4 a 1, diante do arquirrival Brighton, deixou feridas abertas nos torcedores do clube. A fase do time não é nada boa e a tendência é que drásticas mudanças aconteçam nas próximas semanas. O técnico Roy Hodgson, por exemplo, balança no cargo e tem grandes chances de deixar o comando da equipe londrina. Após o vexame do fim de semana, Steve Parish, presidente do Palace, considerou fortemente demitir o experiente treinador de 76 anos, e só não fez isso pois segue lutando para encontrar um substituto que esteja disposto a assumir o plantel nesta altura da temporada.

A situação de Roy Hodgson, que já era ruim, piorou depois da péssima apresentação do time no sábado. Afinal, o revés por 4 a 1 foi o maior sofrido pelo Crystal Palace no clássico desde que levou 5 a 0 em 1956. Segundo o “The Guardian”, Parish, que foi fotografado no Amex Stadium ao lado do gerente Mark Bright (que demitiu Patrick Vieira em março do ano passado após uma derrota por 1 a 0 para o Brighton), vem sondando possíveis técnicos disponíveis no mercado ao longo das últimas semanas. A insatisfação contra Hodgson só aumenta, mas o mandatário ainda não se comprometeu a demitir o ex-treinador da seleção inglesa, apesar da sequência desastrosa de apenas quatro vitórias nos últimos 17 jogos.

Hodgson esteve muito perto de ser demitido após a derrota por 5 a 0 diante do Arsenal, no dia 20 de janeiro. A partir daí, o clima esquentou de vez e os torcedores passaram a intensificar a pressão contra Parish e outros membros da diretoria, seja com cânticos ou faixas estendidas nos jogos. Isso porque, o Palace teve uma pausa de 10 dias entre a goleada sofrida no Emirates e a vitória por 3 a 2 sobre Sheffield United, ambos pela Premier League. Entende-se que isso foi visto como uma “oportunidade perdida” por alguns integrantes do conselho, que são favoráveis a dispensa do comandante de 76 anos.

Steve Cooper, demitido pelo Nottingham Forest em dezembro, e o ex-técnico do Wolverhampton, Julen Lopetegui, foram nomes estudados pelo Palace internamente. No entanto, acredita-se que eles estejam relutantes em assumir o cargo com tão pouco tempo para se preparar em meio à maratona de jogos complicados da Premier League.

O que disse Roy Hodgson após a goleada?

Roy Hodgson é experiente e já viveu de tudo um pouco no futebol. A pressão não é novidade para ele, e o próprio deixou isso claro em entrevista após o 4 a 1. “Força”, “resiliência” e “determinação” foram duas palavras-chave citadas pelo técnico mais velho em atividade na Premier League. A situação é delicada, mas a missão segue a mesma: continuar lutando e tentar dar a volta por cima.

– Os meus anos de jogo deram-me a capacidade de resiliência para lidar com isso. É claro que as provocações dos adeptos adversários fazem parte da nossa vida. Neste momento, os nossos próprios adeptos não estão muito satisfeitos com o que se passa no clube e também estão a dar a conhecer os seus sentimentos. Eu candidatei-me a treinador deste clube de futebol e tenho a força, a resiliência e a determinação para levar as coisas até ao fim. Não me vou deixar intimidar por esse tipo de coisas -, disse Roy Hodgson.

O presidente do Crystal Palace não consultou o maior acionista do clube, John Textor, sobre o futuro de Hodgson depois da derrota de sábado. Contudo, ainda de acordo com o “The Guardian”, o empresário norte-americano, que também é dono do Lyon e do Botafogo, é favorável a nomeação de um novo técnico há muito tempo. A conferir os próximos capítulos do turbilhão londrino.

Organizada do Palace protesta contra má fase do time

No último domingo (4), o Palace Holmesdale Fanatics, principal torcida organizada do Crystal Palace, demonstrou insatisfação com a fase atual da equipe. Através do “X” (antigo Twitter), o grupo não poupou críticas aos jogadores, comissão técnica e diretoria, citando a fraca liderança e a perda de identidade como causadores do trágico momento do clube.

– Outra atuação vergonhosa. Sem luta, sem orgulho. Nosso clube tornou-se irreconhecível em relação a tudo o que representamos. A fraca liderança a todos os níveis está causando isso e estrangulando a identidade e o espírito do Palace. Os fãs merecem coisa melhor.

Próximos jogos do Crystal Palace

  • Crystal Palace x Chelsea – Premier League – 12/02
  • Everton x Crystal Palace – Premier League – 19/02
  • Crystal Palace x Burnley – Premier League – 24/02
Foto de Guilherme Calvano

Guilherme CalvanoRedator

Jornalista pela UNESA, nascido e criado no Rio de Janeiro. Cobriu o Flamengo no Coluna do Fla e o Chelsea no Blues of Stamford. Na Trivela, é redator e escreve sobre futebol brasileiro e internacional.
Botão Voltar ao topo