Rogers está certo quando pede mais respeito da torcida
Não adianta o quanto digam que é fácil se assumir homossexual no meio do futebol. A maior prova disso é Robbie Rogers, que em 2013 tem se tornado um herói da causa.
O americano primeiro precisou se aposentar antes de revelar suas preferências, antes de voltar ao esporte pelo Los Angeles Galaxy e ser ovacionado pela torcida. Já com terreno preparado, Robbie não sofreu tanto com a hostilidade em seu retorno. Mas nem sempre foi assim.
Em entrevista à BBC Radio 5, o meia disse que o torcedor inglês por vezes abusa nos gritos de arquibancada. Para Rogers, isso não reflete no caráter como um todo, mas as palavras podem sim causar um efeito devastador: “Não creio que os torcedores da Inglaterra são homofóbicos. As coisas que dizem nos jogos não podem ser consideradas como uma opinião real e concreta. Mas reconheço que eles se excedem, aprendi isso quando joguei lá. Deviam pensar um pouco antes de gritar qualquer coisa”, comenta.
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Robbie ficou seis meses no Leeds e mais seis no Stevenage antes de se aposentar temporariamente, em março deste ano. Ele ainda tem esperanças de que os jogadores não tenham mais problemas com homossexualidade dentro do futebol. Afinal, a história de Justin Fashanu () ainda era bem recente e traumática: “Não faço ideia de quando eles vão parar de fazer isso. Espero que logo eles possam aprender com a minha experiência, que não foi nada demais e que jogo futebol normalmente, seguindo com a minha vida”, conclui.
Sem dúvida a posição de Rogers vai facilitar a aceitação de outros atletas. É um empurrão dado por alguém que teve mais coragem do que medo. Quem sabe um dia não precisemos encarar como “confissão”, e sim respeitarmos o que cada um faz com a sua própria vida.