Mais uma grande vitória na carreira de Robbie Rogers

Infelizmente, o futebol ainda é um esporte tremendamente machista, assim como outras modalidades com grande apelo. Nesse contexto, qualquer atleta que ameace assumir sua homossexualidade está correndo sérios riscos de boicote dos seus companheiros de profissão.
Somado isso ao alto nível de intolerância do público, que ainda não parece estar preparado para lidar com o homossexualismo sem gerar desconforto ou uma segregação silenciosa, a atitude de se assumir (perceba que já há um erro grave ao ter de anunciar que tem uma opção que é absolutamente natural) torna-se uma decisão dificílima e ingrata a tomar.
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Sabendo de toda essa problemática, o meia americano Robbie Rogers anunciou em março deste ano que é homossexual. Com passagens pela seleção dos Estados Unidos e por Columbus Crew e Leeds United, o jogador de 25 anos afirmou que ainda não tinha nenhum problema grave de vestiário e que as lesões prejudicaram sua sequência dentro do futebol. Mas o medo de uma reação negativa por parte da torcida e dos companheiros minou o seu desejo de continuar vivendo disso.
Aposentado temporariamente, Robbie voltou atrás e foi acolhido pelo Los Angeles Galaxy, time do ídolo americano Landon Donovan. Ainda em maio foi anunciado que ele estava treinando com a equipe e ressaltou o apoio recebido pelos jogadores do Galaxy. O próprio Donovan executou um papel fundamental nessa volta de Rogers.
“As pessoas estão evoluindo, aceitando e amando. Essas outras coisas não são tão importantes para elas. Creio que quando o jovem envelhece, os tempos ficam mais aceitáveis. E eu queria voltar ao futebol, é o que amo”, diz Rogers.
O amanhã de Rogers
O mínimo que pode se esperar é que ele tenha o ambiente propício para seguir fazendo o que lhe motiva. É otimista demais pensar que a mentalidade de todas as pessoas vai mudar em função da postura corajosa de Rogers, mas o progresso certamente foi grande. E no futuro talvez não seja preciso anunciar a homossexualidade como se ela fosse um problema.
Rogers tem tudo para continuar vencendo essa luta contra o preconceito, e se for bem sucedido vai motivar outros atletas que conviviam com as mesmas inquietações que ele tinha quando não se sentia confortável para dizer isso nem aos seus familiares. Está mais do que na hora de abandonarmos essa resistência contra algo que nunca deveria ter sido combatido.