Quais são as alternativas da seleção inglesa caso Harry Kane não possa disputar a Eurocopa

Lesionado neste começo de 2020, Harry Kane passou por cirurgia no tendão da coxa esquerda no sábado (11), e o Tottenham falava em volta aos gramados para abril. Entretanto, José Mourinho sugeriu, em entrevista coletiva nesta segunda-feira (13), que o atacante pode ficar de fora até maio ou mesmo a próxima temporada. A incerteza levantou preocupação na imprensa, que passou a discutir qual atacante poderia substituir o jogador diante de uma possível ausência na Eurocopa deste ano, a ser realizada entre 12 de junho e 12 de julho.
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Embora Mourinho tenha sido vago em seu comentário, dizendo que o capitão da Inglaterra deve ficar indisponível até “o meio de abril, fim de abril, maio, a próxima temporada, não sei”, é importante apontar que a versão oficial segue sendo de um retorno para abril. De qualquer forma, decidimos dar uma olhada nos principais nomes cotados para o lugar de Kane em um eventual cenário de desfalque do centroavante.
A solução de dentro

A primeira solução estaria já dentro do grupo de jogadores estabelecidos na seleção inglesa de Gareth Southgate. Marcus Rashford vive sua melhor temporada com a camisa do Manchester United. Aos 22 anos, se tornou o terceiro jogador mais jovem a atingir 200 jogos com a camisa do clube e, com 19 gols em 30 jogos, é o artilheiro dos Red Devils na temporada 2019/20.
Desde sua estreia profissional pelo United no começo de 2016, Rashford alternou bastante entre a posição de ponta esquerda e centroavante no clube, mas em tempos recentes declarou sua preferência por jogar aberto e é assim que tem se destacado tanto atualmente.
Sem Kane, Southgate poderia optar por deslocar o jogador novamente para o centro do ataque, tendo Sterling e Sancho para atuar pelas pontas. Rashford dificilmente se oporia muito a isso se significasse ser titular indiscutível da seleção, embora tenha apresentado futebol bom o bastante para brigar por um lugar na disputada ponta.
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A novidade

Apesar de ter 22 anos, idade relativamente avançada no futebol atual quando falamos de uma revelação, Tammy Abraham vive em 2019/20 sua temporada de cartão de visitas. Com menos holofotes, brilhou na Championship passada pelo Aston Villa, com 25 gols em 37 jogos, e cavou seu espaço em um Chelsea então impossibilitado de contratar.
Tem feito valer a aposta de Frank Lampard, acumulando 15 gols em 29 jogos na atual temporada, 13 deles marcados na Premier League (em 21 partidas). A ascensão o levou a ser convocado pela primeira vez por Southgate em outubro de 2019. A seu favor, Abraham conta com a predileção do técnico por atletas jovens, em seu objetivo de seguir preparando a seleção inglesa tanto para os desafios do presente quanto os do futuro, e por oferecer boa presença de área.
O inesperado

O Southampton representou um recomeço a Danny Ings. Negociado pelo Burnley com o Liverpool em 2015, o atacante não decolou nos Reds, sofrendo com lesões. Em três temporadas em Anfield, fez apenas 25 jogos de Premier League, marcando quatro gols. Em sua quarta temporada sob contrato com a equipe, foi emprestado aos Saints em 2018/19. Seu desempenho não foi brilhante, mas suficiente para que o time de Ralph Hasenhüttl exercesse a opção de compra ao fim da campanha.
Em 2019/20, Ings vivia um começo de temporada sem brilho, parte de um Southampton em péssimo momento, derrotado por 9 a 0 pelo Leicester em outubro. Tudo mudou para os Saints recentemente, invicto há cinco rodadas na Premier League, e parte do renascimento do clube passa pelo momento excepcional de Ings.
Nas últimas 11 partidas pelo Campeonato Inglês, o atacante marcou dez gols, se destacando como o grande talento individual em meio a um despertar coletivo. O desempenho atual é tão bom que Ings acabou se colocando à força na discussão sobre um possível substituto a Kane, tendo em Ian Wright, lenda do Arsenal e atualmente comentarista, seu principal apoiador.
O velho conhecido

Por já acumular boas milhas com a seleção e pela grande temporada que faz, Jamie Vardy seria o nome imediato para substituir Kane. Porém, o atacante se aposentou da seleção inglesa após a Copa do Mundo de 2018, alegando que sua idade estava avançando e que o plano de Southgate era construir uma equipe mais jovem.
O papo na imprensa inglesa é de que Southgate não considera um retorno de Vardy à seleção, mas o desempenho do atacante do Leicester em 2019/20 certamente fará com que exista ao menos alguma pressão da opinião pública por sua volta. Com 17 gols em 20 partidas, ele é o artilheiro da atual edição da Premier League, tendo emplacado oito jogos seguidos balançando as redes, melhor marca desde que ele próprio quebrou o recorde histórico de Van Nistelrooy na liga ao fazer gols em 11 partidas consecutivas na temporada 2015/16.
O estágio

Tendo completado 18 anos apenas em outubro de 2019, Mason Greenwood não seria o primeiro jogador bastante jovem a defender a Inglaterra em uma grande competição. Na última Euro, Rashford, também com apenas 18 anos, foi chamado, enquanto, em 2006, Walcott era ainda mais novo quando participou da Copa do Mundo: 17 anos.
Uma convocação a Greenwood é, hoje, bastante improvável, com tantos atacantes ingleses tendo boa temporada. Ainda assim, a vontade de Southgate de renovar o elenco, aliada ao início impressionante de carreira do garoto, autor de nove gols em 25 jogos por um claudicante United, demonstrando grande precisão com sua perna esquerda, é o bastante para que jornalistas locais iniciem uma conversa em torno disso. Solskjaer, técnico dos Red Devils, no entanto, tratou de pisar no freio: “Deixem o garoto se estabelecer antes que falemos de Inglaterra e Eurocopa”.