Renovação do acordo de TV doméstico é um alento à Premier League em meio a temores da pandemia
Campeonato Inglês garantiu manutenção do valor de £ 4,8 bilhões para o triênio entre 2022 e 2025

A pandemia do coronavírus criou uma série de incertezas financeiras para o futebol mundial, e a manutenção de acordos lucrativos de direitos de transmissão é apenas um deles. Neste sentido, a Premier League poderá respirar aliviada já que acaba de renovar o seu contrato doméstico com Sky, BT Sport e Amazon, garantindo um aporte de £ 4,8 bilhões para o triênio entre 2022 e 2025.
O anúncio foi feito pela liga nesta quinta-feira (13). Com a renovação do acordo pelo mesmo valor anterior, entre 2019 e 2022, a Premier League evita levar a negociação a leilão, o que poderia custar uma redução de mais de £ 500 milhões no valor total, podendo chegar a até £ 900 milhões, segundo estimativas de especialistas.
Para conseguir a renovação, a Premier League precisava da aprovação do governo britânico, que poderia questionar a extensão do vínculo com base em leis de concorrência. No entanto, segundo informa a imprensa britânica, com o objetivo de manter a sustentabilidade financeira do futebol inglês, sobretudo a parte de baixo da pirâmide, o governo já teria dado o sinal verde para o negócio.
O acordo irá incluir ainda um valor extra de £ 100 milhões que será distribuído ao longo dos próximos quatro anos para subsidiar áreas particularmente vulneráveis aos impactos da crise da Covid-19, como o futebol semiprofissional e amador do país, clubes da terceira e quarta divisões e o futebol feminino.
Os direitos permanecem, portanto, com Sky (128 jogos), BT Sport (52) e Amazon (2 rodadas completas). O campeonato não é exibido em sua totalidade no Reino Unido porque partidas aos sábados, às 15h (horário local) têm um limite de transmissão, de forma a incentivar os torcedores a comparecerem in loco nos estádios. O padrão é de 200 dos 380 jogos sendo transmitidos domesticamente. Internacionalmente, não existe tal limite.
CEO da Premier League, Richard Masters destacou que o acordo “vem em um momento importante e irá nos permitir planejar antecipadamente, com uma maior certeza, diante de um cenário econômico mais estável”.
O governo britânico, por fim, afirmou que a facilitação do acordo não deve ser tomada como exemplo, garantindo que foi apenas uma “medida temporária em resposta à pandemia”. No futuro, novos atores “poderão novamente entrar no mercado para os leilões de transmissões esportivas”, esclareceu Ben Dean, um dos diretores do Departamento de Digital, Cultura, Mídia e Esportes do Reino Unido.