Premier League

Premier League: medo do fair play financeiro obriga olheiros de clubes a tomar atitude drástica

Equipes de scout são aconselhadas a mudar método usado para encontrar novos talentos na base dos clubes

Alguns olheiros da Premier League passaram a receber instruções incomuns no que diz respeito a captação de novas joias aos clubes, de acordo com uma nova matéria publicada pelo jornal inglês “Daily Mail”. 

Os profissionais seguem observando jogadores jovens com talento e capacidade para contribuir com os elencos principais. Contudo, deverão ser mais flexíveis em suas avaliações a fim de encontrar atletas que evoluam nas equipes, e depois sejam vendidos.

A explicação para isso é simples: auxiliar os clubes a angariar recursos com a venda de atletas, e assim cumprir as regras de fair play financeiro da Premier League.

As regras de lucro e sustentabilidade da liga inglesa (PSR) permitem aos clubes que cada venda de jogador das suas categorias de base seja computada como lucro puro em seus balanços.

Em entrevista ao veículo, um olheiro de um clube da Premier League afirmou que, atualmente, a capacidade do atleta em contribuir com o time principal não é mais o objetivo das equipes.

— Se houver potencial para contratar um jogador que não seja necessariamente impressionante aos olhos, mas – com o treinamento certo – possa ser vendido porque ajudará no balanço, então é esse tipo de jogador que estamos sendo instruídos a considerar também —, disse o profissional de Scouting ao “Mail Sport”.

Alfie Gilchrist, defensor do Chelsea, está emprestado ao Sputhampton e sonha com chance na equipe principal dos Blues na Premier League
Alfie Gilchrist, defensor do Chelsea, está emprestado ao Southampton e sonha com chance na equipe principal dos Blues na Premier League. Foto: Icon Sport

Dirigentes se preocupam sobre nova missão de observadores da Premier League

Tratar jovens prospectos apenas como recursos para cumprir as regras financeiras pode se tornar uma manobra perigosa no futuro. Essa é a visão das fontes ouvidas pelo veículo inglês.

Pensando pelo lado administrativo, evoluir um jogador sem muita perspectiva de subir ao time principal e vendê-lo por um valor maior é algo positivo.

Em contrapartida, pelo lado humano, a prática é ruim, e pode ruir com o sonho de muitos jovens atletas que desejam vestir a camisa de um grande clube no futuro.

A saída, segundo alguns dirigentes da Premier League, é ser o mais transparente possível com estes atletas. Se a intenção de um clube é apenas evoluí-lo de modo a vendê-lo no futuro, isso deve ser passado imediatamente ao jogador e sua família.

Caso contrário, o jovem atleta precisa ficar no clube, trabalhar internamente, e ter a chance de disputar uma vaga na equipe principal.

Experiência com os melhores pode ser uma oportunidade aos jovens

Treinar com os melhores em um clube de ponta é uma experiência que pode contribuir com o futuro de cada jogador, mesmo que o atleta não fique em uma equipe de elite.

O fato de chegar a um clube profissional é um passo grande na vida de um jogador de futebol, tendo em vista os problemas para se encaixar no modelo atual de formação.

Ter a experiência de jogar na base de um time grande na Inglaterra pode não ser a certeza de sucesso no futebol europeu, mas com certeza, abre portas em clubes menores.

— Um jovem jogador com uma educação na academia da Premier League geralmente será atraente para os clubes mais baixos da pirâmide. Desde que os clubes sejam honestos com esses jogadores sobre suas expectativas, tais situações ainda podem funcionar para um jovem jogador —, disse outra fonte ao Daily Mail.

Foto de Lucas de Souza

Lucas de SouzaRedator

Lucas de Souza é jornalista formado pela Universidade São Judas em São Paulo. Possui especialização em Marketing Digital pela Digital House, e passagens pelos sites Futebol na Veia e Futebol Interior.
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