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Javier Tebas diz que Premier League não é sustentável e sugere regulação como na Bundesliga e La Liga

Crítico dos clubes-estado, Javier Tebas criticou o modelo econômico da Premier League e citou que controle financeiro maior, como acontece na Espanha e Alemanha, pode ser favorável

O presidente de La Liga, Javier Tebas, fez críticas duras à Premier League e disse que há pouca regulação no futebol inglês, diferente do que acontece na Espanha. Para o dirigente, a Inglaterra precisa adotar medidas que já existem em outros países, como a Alemanha e, claro, a Espanha que ele comanda.

Durante a janela de transferências de verão, os gastos da Premier League superaram £ 1 bilhão pela primeira vez, de acordo com a Deloitte. Vai além disso: os clubes ingleses foram responsáveis por 49% de todo o gasto em todas as cinco grandes ligas durante a janela de transferências, a maior proporção desde 2008.

“O que me preocupa é a Premier League e estou preocupado há muitos anos. Mas agora se converteu em uma competição que tem prejuízos todos os anos. Todos os clubes têm prejuízos. Não há sustentabilidade na Premier League. A Premier League não é um modelo sustentável financeiramente”, continuou o dirigente.

“Eles são financiados por donos com enormes quantidades de dinheiro e que está distorcendo o mercado. Eles conseguem mais receitas, OK. Mas você perde dinheiro. E você está injetando um bilhão e meio todo ano. O que isso significa? Isso significa que você não é sustentável de jeito nenhum”, afirmou ainda Tebas.

Dizer que todos os clubes tiveram prejuízo é factualmente errado. Ao menos três clubes tiveram balanços positivos nos últimos balanços divulgados, em 2020/21: Wolverhampton, Leeds e Manchester City. Um relatório divulgado pela Football Benchmark também mostra que o Manchester City teve balanço positivo na temporada 2021/22. A grande maioria dos clubes, porém, de fato registrou prejuízos na temporada 2020/21, ainda afetada, em parte, pelos problemas com a pandemia. Os balanços da temporada 2021/22 não foram publicados.

Tebas usou La Liga como exemplo dizendo que desde 2013 os clubes não podem registrar jogadores se estão operando com prejuízo e devem gastar apenas dentro da sua receita anual durante a janela de transferências. O dirigente deixou claro que gostaria que regras similares fossem aplicadas no futebol inglês.

“Você precisa de sustentabilidade financeira. Podemos competir com a Premier League sem problemas. Não estou preocupado com o fato que um clube na 15ª posição na Premier League contrate um jogador espanhol. Estou preocupado com o fato que eles contratam enquanto estão tendo prejuízos. Porque não permitimos que nossos clubes possam fazer isso”, explicou Tebas.

O presidente de La Liga foi perguntado se a Premier League se tornou, de fato, uma espécie de Superliga, mas ele negou. Porém, ele admitiu que uma regulação mais justa poderia evitar uma nova tentativa de ruptura em direção a uma Superliga. Isso porque Barcelona, Real Madrid e Juventus, os três remanescentes da Superliga, ainda estão insatisfeitos com o domínio, especialmente financeiro, da Premier League.

“As únicas duas ligas que são sustentáveis economicamente são a Bundesliga e La Liga. “Precisamos lutar para que a sustentabilidade financeira também seja aplicada à Premier League”, disse Tebas. O dirigente ainda alertou que Real Madrid, Juventus e Barcelona pretendem apresentar um novo plano para a Superliga em breve, com duas divisões, acesso e descenso, e que já foi rejeitada pela Associação de Clubes Europeus, ECA, em 2019.

Foto de Felipe Lobo

Felipe Lobo

Formado em Comunicação e Multimeios na PUC-SP e Jornalismo pela USP, encontrou no jornalismo a melhor forma de unir duas paixões: futebol e escrever. Acha que é um grande técnico no Football Manager e se apaixonou por futebol italiano (Forza Inter!). Saiu da posição de leitor para trabalhar na Trivela em 2009, onde ficou até 2023.
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