Ex-seleção inglesa, Aluko pede cota mínima para aumentar representatividade de minorias étnicas em cargos de chefia
Mesmo com apenas 33 anos de idade, Eniola Aluko já construiu uma trajetória bastante proeminente no futebol. Como jogadora, foi tricampeã da Superliga Feminina da Inglaterra pelo Chelsea, campeã da Serie A Feminina pela Juventus e representou a seleção inglesa por mais de dez anos, entre 2005 e 2015. Hoje, além de comentarista na Sky Sports e colunista do Guardian, é diretora de futebol da equipe feminina do Aston Villa. Uma exceção, a ex-jogadora deu o caminho para que negros e membros de minorias étnicas tenham mais espaço em cargos de chefia nos esportes na Inglaterra: uma cota mínima.
[foo_related_posts]Em declarações publicadas pela BBC, Aluko afirmou que, se depender da boa vontade dos dirigentes atuais, nada irá mudar. Os dados mais recentes mostram que apenas 3% dos cargos de direção em federações de esportes no Reino Unido são ocupados por pessoas negras.
“É preciso haver algo intencional para termos mudanças. Quando você conta com a autorregulação, as pessoas tendem a ficar em sua zona de conforto e se manter no que sempre fizeram. Acho que precisamos de um alvo, 30% é um bom alvo. Com os proprietários e diretores gostando ou não, é isso que o esporte precisa fazer”, argumentou.
“Existe muita reciclagem das mesmas pessoas, e se você cria algo como um alvo ou uma cota, você começa a ver mudanças no comportamento de recrutamento.”
Aluko reconhece que houve, sim, melhorias no futebol inglês, mas reitera que ainda existem fortes barreiras: “Acho que, certamente, houve muito progresso em relação a quando eu comecei a jogar futebol, há mais de 20 anos. Não havia absolutamente ninguém que eu pudesse ver no esporte que se parecesse comigo, seja como mulher ou como mulher negra. Vinte anos depois, ainda estamos vendo uma barreira invisível, de certa maneira”.
As falas de Aluko aconteceram em uma discussão com o Comitê de Cultura, Digital, Mídia e Esporte, da Câmara dos Comuns do Reino Unido, parte do Parlamento britânico.
Segundo reportagem do jornal Telegraph, nenhum clube da Premier League tem um proprietário ou diretor esportivo negro ou de minoria étnica. Em toda a Football League, que vai até a quarta divisão, o número é “virtualmente nulo”.