Assim que Echeverri vai se encaixar no Manchester City
Conhecido como "El Diablito", Echeverri é a mais nova joia do futebol argentino e tem tudo o que Guardiola e o Manchester City precisam em um meia
Habilidoso, visão de jogo diferenciada, controle de bola fora do comum e acima de tudo, intenso, brigador. Estas são apenas algumas das características de Claudio Echeverri, mais nova contratação do Manchester City, que chegou do River Plate aos Citizens pelo valor de £ 12,5 milhões de libras (aproximadamente R$ 78,2 milhões de reais). A mais nova revelação do futebol argentino assinou contrato até o meio de 2028, mas ficará no time Millonario até janeiro de 2025.
Meio-campista clássico, autêntico camisa dez, Echeverri foi o craque da Argentina no Mundial Sub-17, disputado na Indonésia, inclusive, marcando um hat-trick e tendo atuação de cinema diante dos meninos do Brasil nas quartas de final da competição. O jovem craque, que completou 18 anos no último dia dois de janeiro, lembra muito o futebol praticado por Riquelme, guardada as devidas proporções, obviamente, porém o jogador sabe proteger a bola como poucos, é intenso para marcar e lê o jogo de forma única.
Características essas que casam perfeitamente com o estilo de jogo posicional adotado por Guardiola no Manchester City. No 4-2-3-1 do time inglês, que vira um 3-2-5 quando a equipe ataca, Echeverri pode ser uma opção para atuar na linha central do campo, sendo o substituto ideal para Bernardo Silva, ou atuando na linha dos dois volantes, seja no lugar de Kovacic ou na vaga de Rodri, dependendo da disponibilidade dos dois atletas.
Ora, Pep Guardiola entende que jogadores construtores tem de saber jogar desde o primeiro momento da jogada, que é quando a bola sai dos pés do goleiro, portanto, um atleta da capacidade de Echeverri, pode sim aparecer na primeira linha do meio-campo, haja vista que é uma peça que se movimenta, dá opção de passes aos seus companheiros e também possibilita que o restante de seu time receba a bola em condições favoráveis para a criação das jogadas.
Onde Echeverri pode ser aproveitado por Guardiola?
Guardiola tem como característica, potencializar o que o jogador tem de melhor para poder aproveitá-lo em outras partes do campo. Aké era lateral no Bournemouth e virou zagueiro no City, da mesma forma que Gvardiol encantou o mundo com sua capacidade de marcação na seleção da Croácia na Copa de 2022 e virou lateral esquerdo na mão do visionário treinador.
Na opinião deste que vos escreve, que acompanhou de perto a todos os jogos da Argentina na Copa do Mundo Sub-17, Echeverri pode ser escalado em três funções diferentes em campo. A primeira delas é em sua posição original de meia central, camisa dez, armador e “cérebro pensante” do time.
Neste cenário, Bernardo Silva poderia ser deslocado para a linha de volantes ao lado de Rodri, fazendo com que Kovacic seja sacado, não por ser uma opção menos qualificada, mas imaginando uma situação na qual seja apresentado aquilo que os Citizens tem de melhor no elenco.
Outro possível cenário é justamente a troca de Bernardo Silva com Echeverri, o que faria a joia do futebol argentino jogar um pouco mais recuado, ao lado de Rodri, aproveitando sua visão de jogo e bom poder de marcação da joia, que tem incríveis números defensivos, com média de três recuperações de bola por partida, quase um desarme por jogo e média de uma boa recuperada no campo de defesa adversário. A jovem promessa entende bem o conceito do “perde pressiona” tão requsitado por Guardiola em seus times.
Echeverri é um jogador que pensa, tranquiliza o jogo, mas tem boa arrancada e velocidade. Em outro possível cenário, pensando na qualidade de construção do jogo do City, porque não imaginá-lo jogando pelos lados do campo, sendo um ponta construtor? Tendo em vista as características do jogador e imaginando a maneira como os Citizens atacam, ou se preparam para a transição defensiva, não seria nenhum absurdo imaginar o jovem argentino jogando aberto e trazendo a bola por dentro para gerar superioridade no meio-campo.
Apesar das tocas de posição não serem tão comuns no jogo do City, ter uma peça que possa fazer o movimento da ponta para o centro pode ser interessante e gerar outra dinâmica de jogo ao time de Guardiola, que ama criar coisas novas no futebol e vai ganhar muito com a chegada de Echeverri ao seu grupo.
Não nos esqueçamos, claro, de Kevin de Bruyne
A partir deste ponto desta análise, este que vos escreve incorpora Pep Guardiola e imagina o time do City com De Bruyne, Rodri, Bernardo Silva e Echeverri. Um time extremamente qualificado, que pode ser montado desta forma em momentos no qual os Citizens precisem de um resultado mais urgente, ou buscar o empate caso esteja perdendo.
Com o retorno em definitivo do belga, que no seu primeiro contato com a bola após retorno de lesão marcou um gol e deu uma assistência na vitória do Manchester City por 3 x 2 sobre o Newcastle na última rodada da Premier League, imaginamos um time dos Citizens montados em um 4-1-3-2. Com Rodri como primeiro volante, e uma linha de três meias formado por Silva, Echeverri e De Bruyne, com Phoden e Julián Álvarez, ou Haaland. Este cenário deixaria o time com muita qualidade na armação de jogadas, em contrapartida, um pouco mais exposto.
Por isso, é possível imaginar que esta formação possa aparecer nos casos em que o time do City precise buscar um resultado em casa ou virar uma eliminatória. Fato é que Echeverri, apesar da pouca idade e da qualidade dos jogadores no elenco do time inglês, pode aparecer como opção aos titulares em breve, caso a sua adaptação ao futebol europeu seja rápida.
A capacidade de jogo do jovem argentino, aliado a percepção e faro apurado para novas descobertas de Guardiola, pode transformar o jogador em uma peça fundamental ao time do City, mas também para a seleção da Argentina.