Premier League

Diaby chega ao Aston Villa como reforço mais caro da história, e com motivos

Diaby vem de temporadas muito boas pelo Bayer Leverkusen e desembarca no Aston Villa num mercado que impulsiona o time de Unai Emery

O Aston Villa se planeja para uma temporada especial, com o retorno às competições europeias depois de 13 anos. A Conference League exigirá um elenco mais profundo dos Villans e também mais qualificado. Diante do novo objetivo, o clube deu uma ótima resposta no mercado de transferências neste final de semana: Moussa Diaby foi anunciado como reforço para o ataque de Unai Emery. O francês de 24 anos desembarca no Villa Park como contratação mais cara da história do clube, trazido por €55 milhões (R$293,4 milhões). Por aquilo que apresentou no Bayer Leverkusen, vale o preço.

Estava claro como Moussa Diaby não ficaria por muito tempo no Leverkusen, diante da consistência nas últimas temporadas. E os Aspirinas tiraram bom proveito do ponta, que chegou por €15 milhões em 2019 e se transformou num dos grandes destaques do elenco nos últimos quatro anos. O Aston Villa ganha um atacante que pode atuar de ambos os lados do campo e oferecer um futebol bastante incisivo. Seu encaixe parece o menor dos desafios para Unai Emery, diante da qualidade que agrega.

As cinco contratações mais caras da história do Aston Villa

  • Moussa Diaby, 2023/24: €55 milhões, Bayer Leverkusen
  • Emiliano Buendía, 2021/22: €38,4 milhões, Norwich City
  • Ollie Watkins, 2020/21: €34 milhões, Brentford
  • Pau Torres, 2023/24: €33 milhões, Villarreal
  • Leon Bailey, 2021/22: €32 milhões, Bayer Leverkusen

Duas ótimas temporadas na BayArena

Nascido em Paris, Diaby fez toda a sua formação nas categorias de base do Paris Saint-Germain. Entretanto, é mais um dos talentos subaproveitados no Parc des Princes. O jovem passou pelo Crotone, em empréstimo que rendeu poucos frutos em 2017/18. Já em 2018/19, o prata da casa teve sequência no PSG. Thomas Tuchel deu espaço ao novato na equipe principal e ele teria certo destaque na Ligue 1, com dois gols e seis assistências em 25 aparições. Entretanto, os parisienses preferiram vendê-lo a lapidar seu talento.

O Bayer Leverkusen se deu muito bem no negócio. Acostumados a desenvolverem jovens promessas, os Aspirinas não precisaram esperar muito para colher os frutos com Diaby. O garoto não demorou a se adaptar à Alemanha e fez uma primeira temporada positiva. Seu rendimento aumentou em 2020/21, seu segundo ano na BayArena. Diaby se destacou especialmente pelas assistências, 12 no total. Ao mesmo tempo, ganhava tarimba com suas aparições na Liga Europa.

O ápice de Diaby no Leverkusen aconteceu na temporada 2021/22. O ponta foi o grande nome na classificação do Leverkusen para a Champions League. Anotou 13 gols e deu 12 assistências, em campanha na qual tornou a ausência de Florian Wirtz menos impactante. Já em 2022/23, Diaby viveu sua confirmação. Seus números caíram um pouco mais na temporada instável do Leverkusen, mas o francês voltou a crescer de produção a partir da chegada de Xabi Alonso ao comando. Fez boas partidas na Champions League e, após a repescagem à Liga Europa, liderou a campanha até as semifinais continentais.

Versatilidade é trunfo

Algo importante para Moussa Diaby é que ele se tornou mais versátil nos últimos meses, sob as ordens de Xabi Alonso. Embora entre majoritariamente nas pontas, o francês também funcionou como meia ou mesmo como um centroavante de ocasião. É um jogador habilidoso, rápido e muito bom no um contra um. Mais do que isso, possui uma capacidade de decisão rara para um atleta de sua posição, pela forma como produz gols e assistências. Foram 49 tentos e 48 passes decisivos ao longo de suas quatro temporadas na Alemanha.

O sucesso de Diaby é comprovado também pelo espaço que conquistou na seleção da França. O ponta frequentou todas as equipes de base desde o sub-18. Já sua estreia na equipe principal aconteceu em 2021, às vésperas de ser reserva na conquista da Liga das Nações. O jovem se ausentou da Copa do Mundo de 2022, mas ganhou nova chance com Didier Deschamps na Data Fifa de março. A visibilidade maior na Premier League pode ser importante para vencer a concorrência e voltar às listas.

Como está o mercado do Villa

Moussa Diaby é o terceiro reforço do Aston Villa para a próxima temporada. Pode não ser a janela de transferências mais intensa, mas os Villans agregaram bastante em qualidade ao time titular. Outro negócio caro foi a contratação de Pau Torres, velho conhecido de Unai Emery no Villarreal, por €33 milhões. Já o meio-campo contará com Youri Tielemans, que ficou sem contrato com o Leicester e assinou com os grenás sem custos. Já entre as saídas, Ashley Young e Marvelous Nakamba não são perdas tão sentidas.

O Aston Villa está bem servido entre suas opções nas pontas. Leon Bailey e Philippe Coutinho são alternativas na esquerda. Já o lado direito conta com Emiliano Buendía e Bertrand Traoré, além de Moussa Diaby. Jacob Ramsey e John McGinn foram outros dois que funcionaram pelos lados desde a chegada de Unai Emery. O 4-2-3-1 utilizado pelo treinador na última temporada também permite que Diaby seja aproveitado na faixa central.

A resposta imediata do Leverkusen

Antes mesmo do anúncio da saída de Moussa Diaby, o Bayer Leverkusen apresentou um bom reforço: o nigeriano Victor Boniface, de 22 anos. O centroavante é um investimento alto dos Aspirinas, comprado por €20,5 milhões. Boniface despontou no Bodo/Glimt e na temporada passada esteve entre os talentos apresentados pela Union St. Gilloise. Foi o artilheiro da equipe na campanha às quartas de final da Liga Europa, com gols decisivos sobretudo diante do Union Berlim, nas oitavas. Também balançou as redes do próprio Leverkusen, no duelo da eliminação.

O Leverkusen também faz um mercado bastante movimentado. Boniface é o quinto reforço da equipe de Xabi Alonso. O grande nome adicionado pelos Aspirinas é Granit Xhaka, com um projeto robusto do clube. Jonas Hofmann veio de maneira surpreendente, num acerto relativamente barato. O lateral Arthur, da seleção sub-20, é uma aposta para o futuro. Os alemães ainda fisgaram Alejandro Grimaldo ao final de seu contrato com o Benfica, sem custos.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
Botão Voltar ao topo