Chelsea empilha zagueiros com Disasi: o que o clube ganha com a sua chegada

O Chelsea continua na sua estratégia (se é que é uma estratégia) de empilhar zagueiros. Anunciou a contratação de Axel Disasi, de 25 anos, que chega do Monaco por €45 milhões (£38 milhões). Não dá para dizer que o jogador chega para suprir uma carência do time, porque não faltam zagueiros no elenco dos Blues. Com o novo contratado, são sete no total, o que indica que é bem possível que ao menos um deles, possivelmente dois, ainda deixem a equipe antes do fim da janela.

O acordo entre Monaco e Chelsea já tinha sido alcançado na semana passada. O zagueiro assinou contrato de seis temporadas com os Blues, o que segue como parte da estratégia do clube inglês de assinar contratos longos com os novos contratados, acima dos cinco anos habituais.

Isso era usado como uma estratégia contábil, porque isso significava que o valor pago pela transferência era dividido pelo número de anos do contrato. Quanto mais anos, mais parcelas e mais amenizado fica esse valor em termos contábeis, o que ajuda no Fair Play Financeiro do clube, mas a Uefa criou uma regra para evitar essa farra.

Zagueiro de Copa do Mundo e com força física

Disasi é nascido em Gonesse, cidade que fica nos subúrbios de Paris. Ele é descendente de congoleses e angolanos e começou a carreira no outro clube da capital francesa, o Paris FC, onde se profissionalizou. De lá foi para o Stade de Reims, onde despontou.

Em 2020, foi contratado pelo Monaco por €13 milhões. Foi muito bem atuando pelos monegascos, o que levou a muito interesse de outros clubes. Chegou inclusive à Copa do Mundo, depois de estrear pelos Bleus ainda em novembro, antes da Copa.

Esteve em campo contra Tunisia, quando foi titular, e entrou no final do jogo contra a Polônia. Seguiu fazendo parte do grupo da seleção francesa, mas como reserva. A transferência para o Chelsea era especulada há algum tempo, até o acerto entre os dois clubes na semana passada e a concretização da transferência.

“Estou muito feliz por estar aqui neste grande clube. Estou realmente orgulhoso de ser parte desta grande família e espero atingir coisas muito grandes aqui. Ganhar títulos. Farei tudo que posso para atingir esses objetivos. Eu sou muito ambicioso”, afirmou Disasi.

“Mal posso esperar para sentir a energia dos torcedores. Este é um estádio muito bom, um onde nós temos uma linda proximidade com os torcedores. Um estádio inglês típico, acho. O fervor dos torcedores na Premier League, a atmosfera, a intensidade dos jogos: isso é algo que me empolga”, declarou o jogador ainda.

Disasi tem como qualidade avançar com a bola e muita força física. Ele costuma jogar pelo lado direito e é bom para cobrir espaços, justamente por suas características. Com a lesão de Wesley Fofana, que é quem pode atuar pela direita.

Entrosamento com Badiashile e excesso de jogadores na posição

Com Axel Disasi, são sete zagueiros no elenco do Chelsea. É muito jogador para a posição, ainda que dois deles estejam machucados. Wesley Fofana, que chegou na temporada passada, rompeu o ligamento cruzado do joelho, o que o deixará afastado por longos meses. Por isso, pode ser que o zagueiro seja necessário antes do esperado.

Só que há, de fato, um excesso de jogadores para a posição. Além de Fofana e do próprio Axel Disasi, Benoit Badiashile, Levi Colwill, Thiago Silva, Trevoh Chalobah e Malang Sarr. Badiashile, em especial, é um caso que chama a atenção. A sua lesão não deve afastá-lo de campo por muito tempo, já que a previsão é que ele volte no fim de agosto. Mas ele é ex-jogador do Monaco, onde fez parceria de muito sucesso com Disasi e isso pode ser um trunfo para o técnico Mauricio Pochettino.

Thiago Silva foi um jogador muito importante para o Chelsea e nada indica que ele não começará a temporada do mesmo jeito. Colwill foi um jogador que se tornou muito querido pela torcida como um dos destaques da seleção inglesa sub-21 que conquistou a Eurocopa. A sua renovação de contrato foi comemorada, mas o jogador pediu garantias que teria ao menos minutos para mostrar serviço.

Com tudo isso, é muito provável que ao menos um jogador, e provavelmente dois, deixem o elenco. Os maiores candidatos a saírem são Malang Sarr, que já estava emprestado na temporada passada, curiosamente ao Monaco, e Trevoh Chalobah, que jogou até razoavelmente bastante, mas que deve perder espaço com tantos jogadores e pode entrar no esquema de fazenda de jogadores que o Chelsea faz com constância, emprestando seus jogadores da base. Até o fechamento da janela de transferências, no dia 1º de setembro, esses dois jogadores podem se movimentar.