Premier League

Levi Colwill tem potencial para provar que Chelsea não precisava contratar tantos zagueiros

Destaque no Brighton e na seleção inglesa sub-21, Levi Colwill parecia destinado a deixar o Chelsea, mas será aproveitado e tem potencial para ser um titular importante no futuro - mesmo com tantas contratações para a defesa desde a temporada passada

Um dos grandes nomes da conquista da Inglaterra na Eurocopa Sub-21 foi o zagueiro Levi Colwill, de 20 anos. Ele foi uma das figuras importantes no elenco comandado pelo técnico Lee Carsley no torneio. O seu contrato estava no fim e ele era especulado em diversos clubes, inclusive o Liverpool. A sua renovação foi um alívio para os torcedores do clube e com promessa do técnico Mauricio Pochettino que ele terá minutos em campo.

Nascido em Southampton, no sul da Inglaterra, Colwill está no Chelsea desde o time sub-9. Com a renovação de contrato por seis anos, ele fica vinculado ao seu clube formador até junho de 2029, com opção do clube de mais um ano. É um jogador muito ligado ao clube e foi isso que o fez permanecer.

Bom desempenho no Brighton e na seleção sub-21 da Inglaterra

Conquistar o título da Eurocopa sub-21 sendo um dos destaques foi muito bom para a carreira de Colwill e o colocou ainda mais em evidência, mas esse não foi o primeiro momento de destaque dele. Na última temporada, ele jogou muito bem pelo Brighton de Roberto De Zerbi e o clube do sul da Inglaterra tinha como uma das suas prioridades tentar contratá-lo em definitivo. Provavelmente teria uma chance se ele não tivesse se destacado ainda mais com o título da Euro sub-21.

Ao longo da temporada 2022/23, Colwill fez 17 jogos de Premier League pelo Brighton e teve um papel relevante em fazer o time terminar em sexto na tabela. Antes, o jogador já tinha sido emprestado ao Huddersfield, quando o time chegou à final dos playoffs na temporada 2021/22 e perdeu para o Nottingham Forest.

Sua temporada já o qualificava para ser aproveitado, mas parecia que o Chelsea não olhava muito para isso, até pelo mercado que fez.

Chelsea contratou muitos zagueiros desde a temporada passada

O elenco que Mauricio Pochettino irá comandar tem ótimos zagueiros e em bom número. Thiago Silva é um jogador confiável e mostrou isso ao longo desses últimos dois anos pelo Chelsea, mas tem 38 anos e certamente precisará ter os minutos controlados ao longo da temporada.

Wesley Fofana, que chegou do Leicester por €80 milhões, se mostrou uma boa opção, mas começa a temporada machucado. Mesmo caso de Benoit Basiashile, que chegou do Monaco por €38 milhões. Os dois foram contratados na temporada passada, quando o Chelsea passou cheques sem cansar para reforçar o time. No caso que foi a temporada passada, nenhum dos dois conseguiu mostrar seu potencial ainda.

O elenco ainda tem outro jogador da base, Trevoh Chalobah, que mostrou seu potencial. Além disso, o clube ainda está acertado com Axel Disasi, do Monaco, que tem transferência acertada por €45 milhões e depende de detalhes burocráticos. Com 25 anos, será mais um jogador para disputar posição.

Por tudo isso, Colwill não sentia que teria espaço e a sua renovação estava pendente. Com as lesões e o momento de alta, ele tinha a faca e o queijo na mão para a negociação. A renovação aconteceu, mas Colwill precisou de algumas garantias para isso.

Chelsea precisou garantir minutos em campo para manter Colwill

O Liverpool era um destino bem especulado para Colwill. Faria sentido para Jürgen Klopp ter um zagueiro jovem, inglês, e que tem capacidade para jogar imediatamente, já que o elenco tem dois jogadores titulares com Virgil Van Dijk e Ibrahima Konaté, e reservas que não passam a mesma confiança com Joel Matip, Joe Gomez e Nathaniel Phillips.

Mais do que isso: Colwill conhece bem o Chelsea e sabe que jogadores da base dificilmente conseguem espaço no time principal, com algumas exceções. Por isso, foi preciso que o próprio técnico Mauricio Pochettino falasse com o jogador para garantir minutos em campo.

“Sempre foi uma decisão fácil. Enquanto crescia, tudo que eu conheci foi o Chelsea. Falei com o técnico e ele me deu segurança, a confiança que eu precisava”, afirmou Colwill. “Ele falou comigo não apenas como jogador, mas como pessoa. Fez uma grande diferença”.

“Assumimos que ele irá jogar. Fui claro com ele que quando estávamos falando sobre ele ter a possibilidade de competir com os companheiros sobre quem merece jogar. É claro, se ele merece jogar, ele vai jogar”, disse o treinador do Chelsea.

“É claro, sua possibilidade de jogar é maior porque Benoit (Badiashile, zagueiro francês) está machucado e ele é um zagueiro canhoto, mas ele precisa merecer isso. Se um jogador está machucado, há diferentes combinações que podem acontecer. Ele precisa mostrar que ele está pronto para jogar e merece jogar”.

Com Badiashile machucado, Colwill muito provavelmente terá minutos no começo da Premier League, a partir do dia 13 de agosto. Caberá a ele mostrar que o Chelsea não precisa de outro zagueiro e que tem nele um potencial titular por muitos anos. A competição por um lugar no time será voraz, então é bastante possível que não haja muito margem para erros nesse período. Especialmente em um clube tão impaciente como o Chelsea.

Foto de Felipe Lobo

Felipe Lobo

Formado em Comunicação e Multimeios na PUC-SP e Jornalismo pela USP, encontrou no jornalismo a melhor forma de unir duas paixões: futebol e escrever. Acha que é um grande técnico no Football Manager e se apaixonou por futebol italiano (Forza Inter!). Saiu da posição de leitor para trabalhar na Trivela em 2009, onde ficou até 2023.
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