Pochettino traz estilo ao Chelsea, mas terá grandes desafios para moldar o elenco

O Chelsea confirmou a contratação de Mauricio Pochettino como técnico nesta segunda-feira, um dia após o fim da Premier League. O contrato é de dois anos, com opção de mais um. O acordo já estava fechado há algumas semanas, mas o anúncio ficou apenas para o fim da temporada. Pochettino é um técnico que tem seus métodos e gosta de colocar um estilo nos seus times, que tem posse de bola, com pressão ofensiva. Ele gosta de jogadores que se dediquem e que tenham uma certa mentalidade – algo que o fez sofrer mais no PSG, onde nem todos compraram a sua ideia. Esse será o seu maior desafio no Chelsea.

Pochettino estava sem trabalhar desde julho de 2022, quando deixou o comando do Paris Saint-Germain. A passagem do argentino por Paris teve altos e baixos e não conseguiu atingir os objetivos – leia-se: Champions League. Caiu nas oitavas de final da competição europeia para o Real Madrid, que acabaria campeão. Mais do que isso: ele não conseguia jogar de um jeito que gostava: com mais pressão e trabalhando mais a bola, mas tendo verticalidade. O time era muito vertical com a bola, sem saber controlar tanto o jogo, embora fosse sempre perigoso pela qualidade técnica. Defensivamente, porém, fazia pouca pressão e tinha dificuldades em recuperar a bola.

O Chelsea procura um técnico desde a saída de Graham Potter, no dia 2 de abril. Foi o segundo técnico demitido na temporada, depois que Thomas Tuchel foi surpreendentemente demitido no dia 7 de setembro de 2022. Nos últimos jogos, quem dirigiu o time foi o ídolo Frank Lampard, que não teve um bom desempenho. Em 11 jogos, foram oito derrotas, dois empates e apenas uma derrota. O Chelsea acabou em 12º lugar na Premier League. É a pior posição do clube desde 1993/94, quando o clube terminou em 14º.

“A experiência de Mauricio, seu padrão de excelência, suas qualidades de liderança e caráter servirão bem para o Chelsea Football Club seguir adiante. Ele é um técnico vencedor, que trabalhou nos mais altos níveis, em múltiplas ligas e línguas. Seu ethos, abordagem tática e comprometimento em desenvolver todos o tornaram um excepcional candidato”, disseram Laurence Stewart e Paul Winstanley, diretores esportivos do Chelsea, em comunicado do clube.

“O time esportivo conduziu um processo diligente e cuidadoso da qual a diretoria se orgulha. Estamos muito felizes que Mauricio irá se juntar ao Chelsea. Mauricio é um técnico de classe mundial com um excelente histórico. Estamos todos ansiosos para tê-lo conosco”, disseram Todd Boehly, Behdads Eghbali, José E. Feliciado, Mark Walter e Hansjörg Wyss, donos do clube, em comunicado do clube.

Pochettino começou a carreira como jogador no Newell’s, em 1988, passou pelo Espanyol, PSG, Bordeaux, voltou ao Espanyol, onde se aposentou como jogador, em 2006. Começou a sua carreira como treinador no próprio Espanyol, como técnico do time feminino, em 2008. Depois, se tornou técnico da equipe masculina do Espanyol, em 2009 e ficou até 2012.

Em 2013, foi para o Southampton, onde fez um bom trabalho na temporada 2013/14 e assinou em seguida com o Tottenham, que assumiu em 2014. Ficou até 2019 por lá, tendo conseguido uma final de Champions League.

Em janeiro 2021, assumiu o PSG, onde ficou por um ano e meio, até julho de 2022. Conquistou em Paris seus três títulos como técnico na carreira: campeão da Ligue 1, da Copa da França e a Supercopa da França.

Aos 51 anos, Pochettino chega com Jesus Perez, seu auxiliar, Miguel D’Agostino, Toni Jimenez e seu filho, Sebastiano Pochettino. Todos chegam à comissão técnica do Chelsea. Os membros permanentes da comissão técnica do Chelsea irão trabalhar com o novo treinador.

Já se sabe que o grande desafio de Pochettino, inicialmente, é remontar o elenco, que hoje tem jogadores demais, provavelmente com mais jogadores do que a equipe precisa. Com a ausência de competições europeias na próxima temporada, os Blues certamente precisarão baixar a folha salarial, o que implicará na saída de alguns jogadores.

O bom trabalho que Pochettino fez no Tottenham é o que faz o Chelsea o contratar. Ele é indiscutivelmente competente, embora tenha tido problemas no PSG, em um elenco estelar. O time teve ótimos momentos, mas também teve problemas em controlar muitos dos jogos mais difíceis. É uma boa escolha para o Chelsea, mas precisará de algo que os Blues não são conhecidos por oferecer a seus treinadores: paciência.