Dia difícil para treinadores na Inglaterra: Chelsea demite Graham Potter
Comandante dos Blues estava pressionado e caiu após derrota para o Aston Villa

Sete meses. Foi o que durou o casamento entre o promissor Graham Potter e o Chelsea. Contratado do Brighton para tentar dar sequência ao legado vencedor de Thomas Tuchel, o novato foi demitido neste domingo (2) após a derrota de ontem para o Aston Villa, em Stamford Bridge. É a segunda demissão de hoje na Premier League, já que Brendan Rodgers também perdeu o emprego no Leicester.
Embora o período de Potter no Chelsea tenha sido curto, pode-se dizer que a tolerância da diretoria até que foi grande com ele. Afinal, os resultados têm sido péssimos e o único elemento que pesava a favor de Graham era a classificação para as quartas de final da Liga dos Campeões. Na iminência do duelo contra o Real Madrid, a gestão dos Blues não quis correr risco da má fase se prolongar e decidiu por encerrar o vínculo com seu técnico. Se na saída de Tuchel foram alegados problemas de relacionamento com o elenco e erros na pré-temporada, agora há um motivo bastante relevante para essa troca.
O desempenho desastroso somado aos numerosos reforços que o Chelsea teve nessa temporada são incompatíveis. Ainda que se possa criticar a postura de tentar resolver problemas gastando dinheiro, não é normal que o clube, campeão mundial em 2022, sofra tanto para sequer se aproximar da zona europeia. A realidade é dura: os londrinos estão em 11º lugar e devem certamente ficar de fora das competições internacionais na próxima temporada. Por si só, isso pesaria na hora de ponderar se Potter continuaria ou não no cargo, mas há uma remota chance de que esse caos seja controlado em tempo de conquistar o que seria uma heroica taça continental ainda nessa temporada. É com essa ínfima chance que o time londrino trabalha.
Em 31 jogos no comando do Chelsea, Potter perdeu 11. A sua passagem poderia ter alguma ponta de compreensão por conta da adaptação ao novo ambiente, mas a verdade é que ele foi engolido pela pressão e não foram poucos os momentos em que o próprio técnico reconheceu que estava psicologicamente abalado por ter recebido ameaças de morte de torcedores. Assim sendo, a demissão talvez não seja a pior notícia no dia para a sua família. Haverá outro lugar para que ele siga sua carreira de enorme potencial.
Não está claro quem pode assumir o cargo nos Blues para o restante da temporada. A questão deve se resolver com rapidez, já que o Chelsea joga no dia 12 contra o Real Madrid, pela Liga dos Campeões. Olhando para o cenário geral, não há muito o que se contestar na mudança de treinador. Quem chegar precisará se preocupar mais com o futuro do que com o presente do clube. Encaixar tantos reforços milionários em um esquema eficiente e que permita uma boa rotatividade é um grande desafio. E digamos que Stamford Bridge não seja o local mais saudável para se trabalhar com calma.