Inglaterra

Pochettino se sensibiliza com situação de Broja no Chelsea e pede que atacante albanês não esmoreça

Técnico argentino elogia potencial de Broja, mas deixa claro que para ter sucesso no futebol é preciso aguentar a pressão antes de dar a volta por cima

Armando Broja não consegue engrenar no Chelsea. Após empréstimo bem sucedido no Southampton em 2021/22, o atacante retornou aos Blues na última temporada e, desde então, acumula atuações pouco convincentes, além de números nada animadores. Sensibilizado com a situação do camisa 19, Mauricio Pochettino saiu em defesa do jogador albanês e comparou a situação do mesmo aos primeiros dias de Harry Kane no Tottenham. O técnico argentino, que comandou os Spurs de 2014 a 2019, disse que Broja não pode permitir que especulações sobre seu futuro afetem o psicológico e o desempenho em campo.

– Faz parte do negócio, parte do futebol. No final, você não pode escapar. Se quisermos todos os benefícios de estar neste clube, o Chelsea, temos de aceitar que é uma responsabilidade enorme e que esse tipo de coisa pode acontecer. Você sempre será julgado. É normal. É o nosso trabalho. Se você quer estar neste negócio e assumir a responsabilidade de jogar, você precisa aceitar que este é o negócio. Se você é treinador, staff ou jogador e não tem capacidade para com a pressão, é difícil estar no topo. Você pode jogar futebol, mas talvez não neste nível -, disse Pochettino sobre Broja.

O Chelsea está disposto a ouvir ofertas por Broja antes do fechamento da janela de transferências, na próxima quinta-feira (1). Fulham, Wolverhampton e West Ham monitoram o atacante de 22 anos, embora haja dúvidas se alguém pode contratá-lo em caráter definitivo, já que os Blues estão relutantes em vendê-lo.

O risco do Chelsea negociar o albanês é que isso poderia deixar Pochettino sem opções no ataque para os próximos compromissos da equipe. Nicolas Jackson representa o Senegal na Copa Africana de Nações, enquanto Christopher Nkunku lida com nova lesão. No jogo da última sexta-feira (26), contra o Aston Villa, pela quarta rodada da Copa da Inglaterra, o comandante dos Blues optou por uma formação sem um centroavante de ofício. Assim, com Broja no banco (entrou no decorrer do segundo tempo), Cole Palmer atuou fazendo a função de ‘falso 9', enquanto Sterling e Madueke ocupavam as extremidades do setor ofensivo.

A ‘comparação' com Harry Kane e a crença de que Broja dará a volta por cima

Broja, que marcou apenas dois gols em 19 jogos na atual temporada, luta para emplacar sequência de jogos e atuações convincentes após retornar de uma complicada lesão no joelho. Pochettino relembrou o tempo em que treinou o Tottenham começou a desenvolver Harry Kane, que teve de ser emprestado para equipes menores antes de se estabelecer como um dos melhores atacantes do mundo.

– O potencial é enorme. Todos os maiores atacantes precisam de tempo. Quando são jovens, precisam encontrar o próprio equilíbrio. Mas acredito que ele tem potencial para ser um atacante incrível (…) Eu sempre comparo isso a Harry Kane. Ele foi emprestado ao Leyton Orient, Norwich e passou um tempo encontrando seu verdadeiro equilíbrio. Nos nossos primeiros seis meses ele começou a se apresentar apenas em dezembro e janeiro e foi aí que começamos a ver seu real potencial.

Pochettino está se esforçando para tornar o Chelsea, que enfrentará o Liverpool na final da Copa da Liga Inglesa no mês que vem, mais consistente. Sua jovem equipe está invicta há 10 jogos em Stamford Bridge e venceu cinco das últimas sete partidas. Apesar dos bons números recentes, há um longo processo pela frente, e o próprio técnico dos Blues foi quem admitiu isso.

– Às vezes, os jogadores que estão aqui são tão jovens que acreditam que são os reis do mundo. No bom sentido, sem ser arrogante, e aí eles vão percebendo que o período é feito de altos e baixos. Eles começam a perceber que se quisermos ser uma verdadeira equipe e competir por grandes coisas, isso é um processo.

Foto de Guilherme Calvano

Guilherme CalvanoRedator

Jornalista pela UNESA, nascido e criado no Rio de Janeiro. Cobriu o Flamengo no Coluna do Fla e o Chelsea no Blues of Stamford. Na Trivela, é redator e escreve sobre futebol brasileiro e internacional.
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