Nova geração já toma conta da seleção inglesa

A geração de jogadores ingleses que tem como expoentes Steven Gerrard e Frank Lampard terá em 2014 suá última chance de conquistar alguma glória. Os dois são uns dos últimos remanescentes de um grupo de atletas que chegaram a fazer os torcedores acreditarem que um título importante pudesse chegar. No entanto, os Three Lions colecionaram decepções no período, que teve início no final da década de 1990. E agora, às vésperas de um novo Mundial, a nova geração já começa a tomar conta do time comandado por Roy Hodgson.
Além de Gerrard e Lampard, quem restou daquela geração e que deverá estar na Copa é o lateral esquerdo Ashley Cole. Fora dos dois últimos jogos das Eliminatórias por uma lesão, o jogador do Chelsea pode até estar perdendo espaço para Leighton Baines, do Everton, mas ainda faz parte dos planos de Hodgson para o grupo que vem ao Brasil. A zaga, inclusive, mostra bem como a transição de gerações está quase completa. Chris Smalling, Phil Jones, Gary Cahill e Phil Jagielka já são os preferidos do treinador, e os dois primeiros estão ainda em seu início de carreira. Cahill e Jagielka, mais velhos, fazem parte de um grupo de transição.
Outros atletas que estão nesse meio termo entre as gerações são Michael Carrick e Wayne Rooney. Os jogadores do Manchester United atuam pela seleção inglesa desde 2001 e 2003, respectivamente, tendo passado uma década ao lado de medalhões como David Beckham, Gary Neville, Rio Ferdinand e Michael Owen. Se no passado eles eram o combustível novo que daria a vitalidade necessária para uma conquista, hoje eles são os nomes consagrados responsáveis por carregar nas costas o peso colocado sobre a seleção, dando maior tranquilidade para que os novatos possam crescer com maior liberdade. Mas quem são esses novatos?
Fora os zagueiros já citados, bons nomes começam a surgir nos outros setores. Ao lado de Rooney, Danny Welbeck e Daniel Sturridge têm se firmado cada vez mais como principais atacantes da Inglaterra, especialmente o atleta do Liverpool. Seu ótimo ano no Anfield criou uma esperança de que ele possa ser o grande responsável pelos gols no English Team. O jogador do United, por outro lado, não marca tão constantemente, mas é perigoso pelas pontas e está sempre nas listas de Hodgson.
No meio-campo, Jack Wilshere é o principal nome da nova safra inglesa. O jogador de 21 anos do Arsenal sofreu com lesões nas temporadas recentes e até se envolveu em polêmicas nas últimas semanas, mas segue sendo aquele em que os britânicos mais confiam para se tornar um craque. Além dele, Tom Cleverley e, mais recentemente, Ross Barkley e Andros Townsend parecem ser nomes definitivos para os próximos anos dos Three Lions. Enquanto Barkley tem impressionado por sua força, boa finalização e qualidade de passe neste início de Premier League pelo Everton, o jogador do Tottenham, veloz e objetivo, tem se mantido na equipe titular de André Villas-Boas – além de ter marcado um golaço em sua estreia pela seleção contra Montenegro.
A transição está quase finalizada, mas os três ou quatro remanescentes terão sua última oportunidade de escrever seu nome na história do English Team. Eliminada pelo Brasil nas quartas em 2002, por Portugal também nas quartas em 2006 e pela Alemanha nas oitavas em 2010, a “geração de ouro” ainda teve o fiasco de não conseguir a classificação para a Eurocopa de 2008. Talento foi o que nunca faltou nesta última década ao time inglês. O que não se viu foi um conjunto forte, com futebol contundente. Menos badalada, a nova geração pode usar a consequente menor pressão para dar resultados mais satisfatórios.