Nova campanha de Rashford dá resultado, governo recua e anuncia refeições gratuitas a crianças carentes até fim de 2021

Marcus Rashford acaba de conseguir outra grande vitória, e evidentemente não estamos falando de seu Manchester United, que vive fase complicada no início de temporada. O atacante, em campanha por alimentação gratuita para crianças vulneráveis no Reino Unido há alguns meses, conseguiu, com um apoio massivo da sociedade civil, fazer o governo britânico mais uma vez recuar e, agora, garantir um pacote de £ 400 milhões de apoio a crianças pobres e suas famílias.
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O programa inicialmente irá abranger os períodos de férias escolares de dezembro deste ano a março de 2021, com um fundo de £ 170 milhões distribuído por meio de governos locais, com 80% do montante destinado para ajudar nas despesas de família vulneráveis com alimentação e contas.
O esquema então será ampliado de forma a cobrir a Páscoa, o verão e o Natal em 2021, com um investimento de £ 220 milhões. Por fim, £ 16 milhões serão usados para financiar os “bancos alimentares”, organizações que distribuem alimentos a famílias carentes. O auxílio do governo, vale ressaltar, é para períodos de férias, já que as crianças costumam receber refeições gratuitas em suas respectivas escolas.
A decisão é uma importante vitória a Marcus Rashford e às mais de um milhão de pessoas que assinaram uma petição ao Parlamento Britânico em campanha pelo fim da fome infantil no Reino Unido. Afinal, o posicionamento do governo até então era de que o programa de assistência Crédito Universal era o suficiente para lidar com o problema.
Em entrevista à BBC, Rashford revelou que o primeiro-ministro Boris Johnson ligou para o jogador no sábado (7) para anunciar a novidade e agradecê-lo por sua contribuição: “Depois do jogo (contra o Everton), tive uma boa conversa com o primeiro-ministro para entender melhor o plano proposto e dou as boas-vindas aos passos que foram dados para combater a fome infantil no Reino Unido”.
“Os passos dados hoje irão melhorar as vidas de aproximadamente 1,7 milhão de crianças no Reino Unido ao longo dos próximos 12 meses, e isso só pode ser celebrado”, comentou Rashford, que continuará determinado a seguir em campanha pela causa por muito mais tempo: “Estou completamente comprometido com esta causa e lutarei pelo resto da minha vida por ela, porque, na minha opinião, nenhuma criança deveria passar fome no Reino Unido”.
Em sua conta no Twitter, Rashford acrescentou: “Às pessoas em campanha, aos trabalhadores de instituições de caridade, aos voluntários, aos professores, aos trabalhadores de assistência, aos trabalhadores essenciais (na pandemia), a todos aqueles que lutaram durante anos por este nível de progresso, eu agradeço. Esta vitória é SUA. Nunca subestimem o papel que vocês desempenharam. Estou apenas honrado de estar nesta jornada com vocês”.
Marcus Rashford, que pelo menos desde o ano passado já trabalhava em conjunto com uma instituição de distribuição de alimentos, intensificou sua atuação em junho deste ano ao escrever uma carta aberta a parlamentares britânicos pela prorrogação de um programa de vouchers alimentares a crianças carentes que seria descontinuado em meio à pandemia, fazendo o governo recuar de sua decisão inicial e manter a assistência durante o período de férias escolares de meio de ano.
Desde então, Rashford amplificou seu engajamento e, em outubro, iniciou uma campanha de doação de alimentos durante as miniférias escolares que teve a adesão de inúmeros restaurantes, cafeterias e lanchonetes em todo o país.
Com o que já mostrou até agora, o atacante, que recentemente se tornou membro da Ordem do Império Britânico em homenagem concedida pela rainha Elizabeth II, de fato não deve parar por aqui, apesar de todos os ataques que tem sofrido por parte de alguns conservadores do Parlamento.