Inglaterra

Mais uma vez, Arsenal bate o Chelsea e reina em Wembley, com a conquista da Community Shield

O Arsenal esteve longe de ser o time mais comentado da pré-temporada inglesa, e com motivos. A ausência na Liga dos Campeões é o enredo principal para falar sobre o novo ano dos Gunners. Além disso, por mais que os londrinos tenham feito boas contratações no mercado, com as vindas de Sead Kolasinac e Alexandre Lacazette, a movimentação parece aquém do necessário. E, pior, a notícia mais recorrente se concentra na novela sobre a permanência de Alexis Sánchez. Apesar de tudo isso, a primeira taça já chega ao Emirates. Após já ter derrotado o Chelsea na final da Copa da Inglaterra, o time de Arsène Wenger fez mais uma boa partida e, com o empate por 1 a 1, conquistou a Community Shield nos pênaltis. Mais uma glória vivida em Wembley.

VEJA TAMBÉM: Chelsea e Arsenal doam premiação da Community Shield às vítimas do incêndio na Grenfell Tower

As duas equipes entraram em campo desfalcadas, sem alguns de seus principais jogadores. O Chelsea sentia as ausências principalmente no ataque, sobretudo a de Eden Hazard. Já o Arsenal não tinha vários de seus protagonistas – Laurent Koscielny, Mesut Özil e Alexis Sánchez, entre outros, figuravam a longa lista. Mesmo assim, os Gunners ao menos proporcionaram a estreia oficial de Lacazette. Do outro lado, Álvaro Morata foi preterido por Michy Batshuayi, com apenas jogadores já presentes na temporada passada integrando a escalação titular.

No duelo entre um time que costuma propor o jogo e outro que se resguarda para contra-atacar, o Arsenal começou com a iniciativa. Tentava criar espaços no ataque, mas sem conseguir ameaçar tanto a meta de Courtois. A primeira grande chance dos Gunners veio aos 22 minutos. Bela jogada coletiva que começou com Héctor Bellerín na direita. Lacazette tabelou com Danny Welbeck, recebendo de volta com liberdade na entrada da área. Teve espaço suficiente para dar um tapa na bola, que caprichosamente bateu na trave. O Chelsea responderia só depois dos 30, mas Petr Cech segurou as pontas nas melhores chegadas, em tentativas de Victor Moses e Pedro. Pior foi perder Per Mertesacker, com um corte no supercílio. A entrada de Sead Kolasinac, ainda assim, se mostraria providencial.

O Chelsea voltou com tudo do intervalo e abriu o placar logo no primeiro minuto do segundo tempo. Após cobrança de escanteio, a bola sobrou na entrada da área para Gary Cahill. O zagueiro cabeceou e encontrou Victor Moses, passando por entre os marcadores, para vencer Cech. Os Blues, aliás, tentaram pressionar nos primeiros lances, até que o Arsenal retomasse o controle. Já aos 14, Courtois salvou. Mohamed Elneny soltou a bomba da lateral e o belga espalmou.

Os dois times passaram a aproveitar o banco de reservas efetivamente a partir dos 20. Wenger tirou Lacazette, botando Olivier Giroud, além de mandar para campo Theo Walcott na vaga de Alex Iwobi. Já o Chelsea veio com Álvaro Morata minutos depois. A falta de presença ofensiva dos Blues era evidente, e os Gunners quase empataram aos 30. Granit Xhaka buscou o ângulo, mas esbarrou em uma defesa estupenda de Courtois, desviando a bola com a ponta dos dedos. O goleiro era um dos protagonistas da vitória parcial.

Pouco depois, aos 34, aconteceu o lance que definiu os rumos da partida. Pedro deu uma entrada duríssima em Elneny, acertando um carrinho por trás no tornozelo do egípcio. Merecidamente, recebeu o vermelho. E logo no lance seguinte, saiu o empate do Arsenal. Xhaka mandou a bola para a área e Kolasinac cabeceou para as redes, sem ser acompanhado pela marcação. O jogo perdeu ritmo e só ganharia emoção nos acréscimos, com uma chance desperdiçada para cada lado. Nada que alterasse o placar. A definição ficou para os pênaltis.

Na marca da cal, o Arsenal foi perfeito. Converteu as suas quatro cobranças, com Walcott e Nacho Monreal acertando as duas primeiras. Já o Chelsea conferiu apenas seu primeiro chute, com Gary Cahill. Diante da série no sistema ABBA, testada pelo Football Association, os Blues perderam a segunda e a terceira cobrança consecutivamente. Courtois bateu um tiro de meta, mandando a bola no Tâmisa. E Morata, que tinha falhado em boa oportunidade nos acréscimos, triscou a trave com seu tiro. Na sequência, Oxlade-Chamberlain e Giroud decretaram a vitória dos alvirrubros por 4 a 1, assegurando o título.

A conquista cai como um alento para o Arsenal. Que Wenger continue causando a fúria em alguns torcedores, a confiança no treinador se enfatizou com a boa atuação do time, apesar do erro defensivo que resultou no tento do Chelsea. Os Gunners podem ter deixado a desejar no ataque, dependendo de uma bola parada para marcar, mas superaram os desfalques com uma postura mais incisiva. Ficam com o título merecidamente. Já o Chelsea coloca panos quentes na empolgação, especialmente por saber que precisará remodelar seu ataque sem Diego Costa. A primeira impressão de Morata não foi das melhores.

Para conferir as escalações dos times, clique aqui.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
Botão Voltar ao topo