Inglaterra

Liverpool foi um rolo compressor no segundo tempo, mas a Supercopa ficou com o City

O Liverpool começou devagar, mas, como se estivesse acelerando pouco a pouco, chegou ao final da Supercopa da Inglaterra, neste domingo, criando chances atrás de chances para ficar com o título no tempo normal. Foi, porém, tarde demais. O Manchester City havia aproveitado a superioridade no primeiro tempo para fazer 1 a 0. O gol de Matip foi suficiente para o empate por 1 a 1 e para levar a decisão aos pênaltis.  Impecável nesse fundamento, o time de Guardiola foi quem saiu de Wembley com as malas mais pesadas.

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Guardiola havia dito antes da partida que o único jogador ainda faltando ao seu elenco era Fernandinho. Isso não quer dizer que todos estão em forma para aguentar 90 minutos, mesmo com a Community Shield permitindo seis substituições. Agüero não saiu do banco de reservas, e o ataque foi formado por Sané, que saiu machucado aos 13 minutos para a entrada de Gabriel Jesus, Sterling e Bernardo Silva. Rodri estreou como volante, ao lado de David Silva e Kevin de Bruyne.

Ao fim de uma pré-temporada com resultados ruins, o Liverpool ainda não podia contar com Sadio Mané, finalista da Copa Africana de Nações e, portanto, o último a terminar sua temporada. Divock Origi formou o ataque com Firmino e Salah. O resto do time foi mais ou menos o melhor que havia a disposição, com a defesa titular e Fabinho, Wijnaldum e Henderson atuando no meio-campo.

Sem ser tão superior, o Manchester City dominou o primeiro tempo em Wembley. Teve a posse de bola, como costuma acontecer, durante 59% do tempo, e abriu o placar em uma jogada de bola parada. O lançamento buscou a segunda trave, David Silva desviou e a bola encontrou Sterling, na pequena área. O chute não foi dos melhores, mas, a uma distância tão curta, Alisson não conseguiu impedir que ele entrasse.

Apesar de parecer melhor, a produção ofensiva do City não era avassaladora, com apenas cinco finalizações no período, e, além do gol, mais uma correta, quando Sterling pegou a sobra pela esquerda da grande área e exigiu boa defesa do goleiro brasileiro. No outro lado, o Liverpool espetava no contra-ataque, quase sempre com Salah, arrematando em todas as oportunidades, mas sem muita precisão.

O Liverpool quase empatou, aos 12 minutos do segundo tempo, quando Van Dijk completou meio sem jeito o escanteio da esquerda e a bola pegou na trave, em Bravo e bateu em cima da linha, antes de ser afastada. Logo em seguida, foi Salah quem acertou o poste, depois de dominar na entrada da área e chutar rasteiro com a canhota.

Sterling teve a chance de matar a partida no contra-ataque. Avançou sozinho a partir da intermediária, com Kyle Walker no apoio pela esquerda. Era só decidir: finalizar ou rolar para o companheiro? A decisão foi aparentemente muito difícil para o jovem inglês, que travou frente a frente com Alisson, e não conseguiu fazer nenhum dos dois.

Os campeões europeus continuaram pressionando. Foi um estranho período de jogo em que o City ficou com a bola no pé durante apenas um terço do tempo. Com muita intensidade, desarmando e esticando com velocidade o tempo inteiro, o Liverpool pareceu um rolo compressor na reta final e terminou a etapa com oito finalizações corretas – e um gol.

Van Dijk, aos 32 minutos, teve classe para dominar o desvio da cobrança de falta e cruzar na cabeça de Matip: 1 a 1. Antes do apito final, o Liverpool teve pelo menos três grandes chances de virar. Keita bateu de frente, para boa defesa de Bravo, e Shaqiri acertou a rede pelo lado de fora. O lance mais espetacular foi uma arrancada de Salah a partir da direita. O egípcio entrou na área, centralizou, driblando Stones, e chutou em cima de Bravo. O rebote voltou à sua cabeça. Ele tentou empurrá-lo às redes, mas Walker conseguiu o corte em cima da linha com uma fantástica acrobacia.

Na disputa de pênaltis, Wijnaldum foi o único a errar, embora Alisson tenha ficado perto de defender o chute de Zinchenko, e o título ficou com o Manchester City pela sexta vez na história e a segunda consecutiva. O Liverpool não levanta o troféu que abre a temporada do futebol inglês desde 2006.

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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