Inglaterra

Kane credita ótima fase a Mourinho e sonha em levantar um troféu em casa pela Inglaterra, como Bobby Moore

Harry Kane está em grande fase. Em 14 jogos pelo Tottenham, fez 13 gols e ainda deu 10 assistências. Participar de quase dois tentos por partida não é comum nem para os seus altos padrões e, segundo o atacante, tem muito a ver com o treinador do Tottenham, José Mourinho.

Mourinho foi contratado sob desconfianças após um trabalho ruim no Manchester United e não terminou a última temporada tão bem. Nesta, porém, navegou por um calendário insano nas primeiras semanas, com as fases preliminares da Liga Europa, e ocupa a segunda posição da Premier League, empatado com o Liverpool.

“Tem sido ótimo tê-lo no centro de treinamento, no campo de treinamento. Aprender e ver como ele trabalha, ver como ele lida com diferentes situações e problemas, tem sido ótimo aprender isso”, disse, em entrevista à agência de notícias PA.

Segundo Kane, Mourinho tem conseguido utilizar muito bem a maneira como ele, apesar de ser um centroavante, consegue recuar e armar o jogo para os companheiros. “Eu acho que ele viu que eu gosto de recuar e deixou claro para os outros – como Son, Begwijn, Bale, Lamela, Lucas, todos esses jogadores – que se eu recuar eles precisam correr por trás da defesa”, explicou.

“Eu acho que essa tem sido a grande diferença. Permitiu que eu criasse espaço e recebesse a bola, mas com uma opção para atacar também. Sim, tem sido ótimo e eu estou ansioso pelos próximos meses, para continuar indo bem”, acrescentou.

Por enquanto, Kane acha que está cedo para pensar em mudar oficialmente de posição de camisa 9 para camisa 10 para estender sua carreira. “Eu ainda estou jogando de nove e acho que essa é a beleza do que está funcionando bem nesta temporada. Ainda sou camisa nove, ainda consigo correr nas costas da defesa, segurar a bola no ataque, trazer os outros para o jogo, mas também consigo recuar e aproveitar os buracos, então fica difícil para um defensor saber o que fazer – aproximar-se de mim ou ficar na sua posição”, afirmou.

“Eu ainda tenho 27 anos, então não estou pensando em prolongar minha carreira no momento. Mas, para mim, é sobre jogar bem todas as semanas e acho que estou fazendo isso provavelmente no nível mais alto que eu já estive”, comemorou.

Kane está participando de um evento virtual de caridade para arrecadar dinheiro ao fundo de Bobby Moore que auxilia pesquisas sobre o câncer e afirmou que espera estender essa boa fase até o fim da temporada para quem sabe repetir o gesto do capitão da seleção inglesa de 1966 e levantar um troféu em Wembley após o título da Eurocopa – cuja final será em solo britânico.

“Ele foi o capitão quando vencemos a Copa do Mundo, então isso me dá, e tenho certeza que a outros jogadores também, inspiração para fazer o mesmo. Eu acho que ele se tornou capitão aos 23 anos, o que é parecido comigo. Ele era um cara que liderava por exemplo. Ele morreu muito cedo, acho que tinha apenas 51 anos, é uma pena que não tenha tido a chance de conhecê-lo e falar com ele”, afirmou.

“Mas o legado que ele deixou em campo é definitivamente uma inspiração para todos nós. Todos em nosso país ainda têm a imagem de Bobby Moore levantando a Copa do Mundo e a imagem dele nos ombros dos outros rapazes, coisas assim. Seria ótimo criar nossas próprias memórias, um pouco mais recentes. Esse é o objetivo. É motivação todas as vezes que estamos com a seleção”, completou.

Capitão da Inglaterra, Kane também se viu na posição estranha de, mesmo aos 27 anos, ser um dos jogadores mais experientes de um elenco cheio de jovens. “Tenho me acostumado com isso nos últimos dois anos. Essa parte é meu papel agora. É parte da responsabilidade como um jogador experiente no time ajudar os mais jovens, liderar por exemplo e mostrá-los como fazemos as coisas”, disse.

“Acho que estamos fazendo isso muito bem. Para mim, o segredo é deixar os garotos se expressarem, deixá-los jogar, deixá-los jogar sorrindo. É assim que eles jogarão no nível mais alto”, encerrou.

A Eurocopa de 2020, em múltiplas sedes, tem final marcada para Wembley, em 11 de julho. A Inglaterra nunca chegou sequer disputou a final da competição. Sua melhor campanha foi em casa, em 1996, quando chegou às semifinais.

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Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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