Enock Mwepu, meia do Brighton, encerra carreira aos 24 anos por causa de problemas cardíacos
O jogador de Zâmbia passou mal durante a pausa internacional e foi diagnosticado com uma condição cardíaca hereditária que o colocaria em risco de morte caso continuasse jogando futebol
O meia Enock Mwepu, de Zâmbia, encerrou a sua carreira nesta segunda-feira, aos 24 anos, após ter sido diagnosticado com uma condição cardíaca hereditária que o colocaria em “extremo risco de sofrer um evento cardíaco fatal” caso desse seguimento ao seu trabalho como jogador profissional. Ele estava defendendo o Brighton desde julho de 2021 e fez 24 jogos pela sua seleção nacional.
Mwepu passou mal viajando com Zâmbia durante a pausa internacional. Ficou quatro dias no hospital em Mali. Retornou à Inglaterra para fazer mais exames. “Os testes concluíram que sua doença é resultado de uma condição cardíaca hereditária, que se manifesta mais tarde na vida e não estava evidente em exames cardíacos anteriores. Infelizmente, isso pode ser exacerbado pela prática de esportes, então Enock foi aconselhado que a única opção, para o seu próprio bem, é parar de jogar futebol”, disse o Brighton.
Mwepu chegou à Europa em 2017. Começou sua primeira temporada no Liefering, clube satélite do Red Bull Salzburg que disputa a segunda divisão, mas a terminou com o time principal na Bundesliga da Áustria. A promoção foi definitiva e, em 2019, estava ganhando experiência de Champions League. Foi titular com frequência em 2020/21, antes de ser vendido para o Brighton por € 23 milhões.
Problemas físicos limitaram sua primeira participação na Premier League a 18 rodadas, 12 delas como titular. Um de seus jogos de mais destaque foi a vitória por 2 a 1 sobre o Arsenal no Emirates em abril, quando marcou um gol e deu uma assistência. Havia jogado todas as partidas pela liga inglesa nesta temporada até o começo de setembro. O 5 a 2 sobre o Leicester foi seu último jogo.
“Um garoto de uma pequena cidade no Zâmbia chamada Chambishi tem algumas notícias para vocês”, escreveu Mwepu no Twitter. “Ele se manteve forte para buscar seu sonho de jogar futebol no patamar mais alto, e pela graça de Deus, viveu seu sonho ao chegar à Premier League. Alguns sonhos, no entanto, terminam, então é com tristeza que anuncio que preciso pendurar as chuteiras por causa de um conselho médico que recebi”.
“Esse, no entanto, não é o fim do meu envolvimento com o futebol. Eu planejo me manter envolvido de alguma maneira. Quero aproveitar a oportunidade para agradecer todos que me apoiaram na minha jornada no futebol”, acrescentou, assinando como Enock “Computer” Mwepu, apelido que recebeu pela sua capacidade de ler o jogo.
Mwepu estreou pela seleção em 2017 e não chegou a disputar uma Copa Africana de Nações. Em sua última aparição, contribuiu com um gol na vitória por 2 a 1 sobre Comores pelas Eliminatórias do torneio continental. Em outra carta aberta, endereçada à Federação de Futebol do Zâmbia, disse que gostaria de continuar apoiando o time nacional “de outras maneiras”. “Dei o meu melhor para servir o time nacional com dignidade, orgulho e respeito. Minha maior esperança é que minha contribuição ao time tenha feito a diferença”, escreveu.
O presidente do Brighton, Tony Bloom, e o técnico, Roberto de Zerbi, lamentaram o fim tão precoce de uma carreira promissora. Em dezembro do ano passado, Sergio Agüero precisou se aposentar por causa de um problema cardíaco. Christian Eriksen desabou durante um jogo da Eurocopa, também em 2021, e precisou ter um desfibrilador instalado em seu peito para poder voltar a jogar futebol.