Inglaterra

Crystal Palace troca o certo pelo mais incerto ao promover o retorno de Patrick Vieira à Premier League

Embora tenha feito bons trabalhos no New York City e no Nice, a amostragem ainda é pequena - especialmente em comparação a Roy Hodgson

As quatro temporadas com Roy Hodgson foram um sucesso para o Crystal Palace. Meio da tabela da Premier League, pouco ou nenhum risco de rebaixamento. Uma equipe sólida defensivamente com um contra-ataque temido e que nunca empolgou. Enfadonhamente eficiente para alcançar seu principal objetivo, sob o comando de um veterano, mas agora o clube aposta um pouco mais no incerto ao promover o retorno de Patrick Vieira à Inglaterra.

O ex-volante, de rica história pelo Arsenal, será uma grande atração da Premier League, mas ainda é uma incógnita como treinador. Fez duas boas campanhas pelo New York City na Major League Soccer antes de assumir o Nice e levá-lo ao sétimo lugar do Campeonato Francês – uma posição melhor do que Lucien Favre havia conseguido na temporada anterior. Foi ainda melhor na campanha seguinte, com o quinto lugar e vaga na Liga Europa, mas foi demitido em dezembro do ano passado, após cinco derrotas seguidas e eliminado da competição europeia com uma rodada de antecedência.

Os resultados na França e nos Estados Unidos foram animadores. São apenas uma amostragem pequena demais para ter certeza das qualidades de Vieira como treinadores. E a última vez que o Crystal Palace tentou algo diferente, contratando Frank de Boer, não foi exatamente um sucesso.

Antes de Vieira, o Palace chegou a conversar com Nuno Espírito Santo, que acabou se tornando técnico do Tottenham. Estava a instantes de anunciar Lucien Favre, mas o suíço mudou de ideia de última hora e decidiu se manter afastado um pouco mais do futebol desde sua demissão do Borussia Dortmund. Vieira assinou por três temporadas.

“É um projeto que me atrai muito. Conversei bastante com o presidente e o diretor esportivo sobre suas ambições e planos para todo o clube, incluindo as categorias de base”, afirmou Vieira, que começou a carreira como treinador desenvolvendo jovens para o Manchester City.

“O clube tem fundações fantásticas após muitos anos na Premier League e esperamos que ele possa melhorar ainda mais e continuar a avançar. Também estou muito empolgado para experimentar o clima dos torcedores no Selhurst Park, e fora de casa também, e eu sei o quanto isso pode ser importante para o time”, completou.

Vieira terá duas missões. A primeira será equilibrar a manutenção do status de clube de Premier League do Palace com um futebol um pouco mais empolgante. Pelo menos terá espaço de manobra porque o segundo é reformular o elenco porque vários pilares dos últimos anos estão com contratos expirando. Christian Benteke renovou, mas Gary Cahill, Andros Townsend, Mamadou Sakho, Wayne Hennessey e Patrick van Aanholt estão sem vínculo.

E ainda há a eterna cruzada de Wilfried Zaha para sair, um assunto quente no Crystal Palace durante toda janela de transferências. O contato do marfinense de 28 anos tem apenas mais duas temporadas de duração, e como parece muito improvável que ele seja renovado no momento, talvez seja a hora de o clube fazer um pouco de dinheiro com seu principal jogador antes de perdê-lo sem custos em 24 meses.

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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