Que lanterna? O Southampton foi impecável para se impor e despachar o City da Copa da Liga
O Southampton não tomou conhecimento do Manchester City, com muito vigor e eficiência, mesmo que a escalação com reservas dos oponentes auxiliasse
O duelo entre o lanterna da Premier League e o multicampeão dos anos recentes parecia ser uma barbada nas quartas de final da Copa da Liga Inglesa. Porém, o resultado passou muito distante do previsível. O Southampton, último colocado da liga, é que fez uma partida digna de favorito contra o Manchester City. Pep Guardiola escalou um time com vários reservas, o que de fato auxiliou os anfitriões em St. Mary's, mas não é isso que tira os méritos expressos dos Saints. Foi uma senhora atuação da equipe de Nathan Jones, sobretudo no primeiro tempo, com vigor e agressividade. O Southampton desmontou o jogo do City e construiu a vitória por 2 a 0. Nem mesmo as entradas de Haaland e De Bruyne auxiliaram na segunda etapa, com a postura aguerrida dos alvirrubros ainda prevalecendo. Avançam, merecidamente, às semifinais.
O Southampton estava mais ligado na partida desde os primeiros minutos. Conseguia avançar em campo e pressionar o Manchester City sem a bola. A postura agressiva não demorou a dar resultado. Aos oito minutos, Duje Caleta-Car exigiu uma boa defesa de Stefan Ortega Moreno, pouco antes que o goleiro também rebatesse um cruzamento de James Ward-Prowse. E não que os Citizens conseguissem responder. O time de Pep Guardiola não encaixava seu jogo e encontrava dificuldades para sair da defesa. A posse de bola era estéril, diante da maneira como os Saints se defendiam com energia.
A merecida vantagem do Southampton se desenhou aos 23 minutos. Lyanco arrancou pela direita e fez ótima jogada. Cruzou para a definição de Sékou Mara de primeira, no contrapé de Ortega Moreno. E o baque do Manchester City se tornaria maior aos 29, com o golaço de Moussa Djenepo. O ponta viu Ortega Moreno fora de posição e arriscou o chute da intermediária. A bola cheia de curva encobriu o goleiro. Nos 15 minutos finais da primeira etapa, o Manchester City conseguiu avançar mais em campo. Nada que significasse uma pressão concreta, com dificuldades claras na criação. O Southampton seguia tratando o jogo com muito mais seriedade.
Como era de se esperar, o Manchester City voltou com mudanças para o segundo tempo. Não as mais esperadas, com as entradas de Nathan Aké e Manuel Akanji, bem como de Kevin de Bruyne. O sinal de que o time melhorou veio logo no primeiro minuto, num passe de De Bruyne para Julián Álvarez, que bateu ao lado da trave. Todavia, os Citizens rondavam mais do que arrematavam as jogadas. Muitos cruzamentos não tinham destino. Assim, Erling Braut Haaland foi a campo aos 11, no lugar de Jack Grealish. Contudo, o centroavante não teria um impacto imediato. Pelo contrário, os substitutos dos Saints é que elevariam a intensidade do time. A equipe voltaria a acelerar e a rondar o terceiro por volta dos 20 minutos.
Gavin Bazunu não era testado de verdade na meta do Southampton. O goleiro era mais importante por manter o estado de alerta e interceptar bem os cruzamentos, sempre com muita segurança. A defesa dos Saints como um todo, aliás, se destacava pela firmeza. E o time da casa chegou a balançar as redes aos 32, mas o tento de Che Adams logo seria anulado por impedimento. Para quem precisava de dois gols, o Manchester City mostrava pouco. Não parecia haver um senso de urgência na equipe, com raras finalizações ou mesmo ações com Haaland. A torcida do Southampton cantava alto e empurrava seu time para segurar o resultado. A equipe da casa ainda contou com a estreia do recém-contratado Mislav Orsic, bom reforço trazido do Dinamo Zagreb. Ainda assim, o duelo estava resolvido e bastou ao Southampton cozinhar até comemorar no apito final.
O Southampton acompanha Manchester United, Newcastle e Nottingham Forest nas semifinais da Copa da Liga Inglesa – o Newcastle foi sorteado como seu adversário na próxima etapa. Os Saints foram vice-campeões do torneio em 2016/17 e, desde então, tinham duas semifinais da Copa da Inglaterra. Porém, se naquele momento a caminhada até a final correspondia aos bons resultados na Premier League, desta vez a longa campanha serve de alento em meio aos temores de rebaixamento. Quem sabe a vitória sobre o City motive uma reviravolta neste segundo turno. Os Saints deixaram claro como podem render bem mais na liga.
