Copa da Liga Inglesa

Desorganizado, apático e arame liso: Chelsea larga atrás contra o Middlesbrough na semifinal da Copa da Liga

Chelsea joga mal, perde caminhão de gols no primeiro tempo e terá de vencer o Boro por pelo menos dois gols de diferença em Stamford Bridge se quiser ir à final

O Chelsea vinha de três vitórias consecutivas e chegou embalado para enfrentar o Middlesbrough nesta terça-feira (9), no Riverside Stadium, em jogo válido pela ida da semifinal da Copa da Liga Inglesa. Apesar da confiança em alta, os Blues frustraram seu torcedor. A equipe de Mauricio Pochettino abusou dos gols perdidos no primeiro tempo e fez uma etapa complementar pavorosa, sem qualquer inspiração técnica. De quebra, vacilou na defesa e viu o Boro largar na frente no mata-mata. Hayden Hackney marcou e deu a equipe de Michael Carrick uma importante vitória por 1 a 0.

A volta acontece no próximo dia 23, em Stamford Bridge. Antes, os Blues jogam contra o Fulham, em casa, pela 21ª rodada da Premier League, enquanto o Boro terá dois compromissos pela Championship, a segunda divisão inglesa, primeiro visitando o Millwall e depois recebendo o Rotherham.

Chelsea acumula gols perdidos, enquanto Boro se aproveita e faz

Com os desfalques de vários lesionados e também Nicolas Jackson, em compromisso por Senegal na Copa das Nações Africanas, Mauricio Pochettino apostou em Cole Palmer de centroavante, ao invés de Armando Broja, no banco de reservas. Junto do jovem inglês no ataque estavam os dois pontas, Noni Madueke e Raheem Sterling, exercendo funções de amplitude pelos lados do campo. Do trio de meio-campo, Conor Gallagher, o capitão, era o mais avançado, a frente da dupla Enzo Fernández (este, revezava e poderia ser o mais ofensivo no meio) e Moisés Caicedo. A saída de bola era feita com os dois zagueiros Thiago Silva e Axel Disasi, junto do lateral-esquerdo Levi Colwill, enquanto o direito Malo Gusto dava um passo para frente e atuava por dentro – às vezes, ele ia para o corredor e dava liberdade para Madueke flutuar para dentro.

O Boro de Michael Carrick manteve a linha de cinco que fez na derrota para o Aston Villa, por 1 x 0, na terceira fase da Copa da Inglaterra. O destaque desse setor defensivo era o movimento dos alas, virando verdadeiros pontas no momento ofensivo. Com menos de um minuto de jogo, eles já atacaram, em lançamento vindo da defesa e mal afastado pela zaga dos Blues. Latte Lath invadiu a área e finalizou fraco, nas mãos de Dorde Petrović, atrapalhado por Disasi, que deu um forte carrinho no lance e o atacante sentiu o tornozelo, precisando de atendimento e depois sendo substituído por Josh Coburn. Vale citar que não tem VAR na competição.

Aos cinco, o Chelsea deu o primeiro chute. Ataque rápido, Madueke tocou no meio para Palmer mandar uma bomba rasteira, bem defendida por Tom Glover. Os minutos iniciais foram de equilíbrio. O Middlesbrough, jogando em casa, lutava pela posse e pressionava o adversário, que mostrou certa dificuldade com a marcação adversária. No entanto, o visitante fazia bom trabalho quando recuperava e tentava acelerar com os pontas, especialmente Maduke.

A bruxa estava solta no lado do time da casa. Depois do importante Latte Lath sair, foi a vez do ala esquerdo Alex Bangura sentir o posterior da coxa e ser substituído pelo zagueiro Matthew Clarke, movendo Lukas Engel para função de homem pelo corredor canhoto.

Chelsea x Middlesbrough
Middlesbrough sofreu com as lesões no primeiro tempo (Foto: Icon Sport)

Ao decorrer do tempo, o Chelsea passou o monopolizar a posse e tomar conta das ações ofensivas do jogo. A equipe não levava perigo quando tinha que armar contra uma defesa postada, apenas no momento que roubava a bola e pegava um Middlesbrough desprotegido. Em um desses erros na saída do Boro, Palmer ficou cara a cara com Glover, na meia-lua, e finalizou para fora.

Em uma rara jogada que o Middlesbrough conseguiu ter a bola com mais espaço, abriu o placar. Um lançamento perfeito da defesa chegou para Isaiah Jones na ponta direita. Ele partiu para cima de Colwill, levou para linha de fundo e cruzou rasteiro para Hayden Hackney chegar batendo de primeira, superando Petrovic.

Os Blues ficaram atordoados com o gol e quase sofreram mais um. Só voltaram ao jogo já nos acréscimos, em batida de longe de Caicedo. Depois, outro chute de fora, de Enzo, fez Glover soltar a bola nos pés de Palmer, que só precisava empurrar às redes, mas errou de novo. O goleiro do Boro se redimiu logo depois, parando chute colocado de Cole Palmer.

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Com posse de bola estéril, Chelsea faz segundo tempo pavoroso e não evita derrota

Sem mudanças nos times, a etapa final começou da maneira que se seguiria por todo tempo: o Chelsea dominando a bola e rondando a área do Boro. Mesmo sem um centroavante na equipe (Broja seguia no banco), Sterling e outros forçavam cruzamentos para ninguém concluir na área. Certe vez, Madueke conseguiu cabecear, mandando nas mãos de Glover.

A tônica do segundo tempo foi uma só: Chelsea com a posse de bola e Middlesbrough explorando os contra-ataques. Quem não viu o jogo e lê a resenha da Trivela pode até imaginar que os Blues dominaram os donos da casa e ficaram perto de arrancarem o empate. Nada disso. A equipe de Pochettino até tinha a bola, mas definitivamente não sabia o que fazer com ela. Aos 17′, Broja e Mudryk entraram e pouco fizeram. Com exceção de uma finalização de fora da área do ucraniano e um arremate de Sterling por cima da meta defendida por Glover, o time londrino sequer ameaçou os mandantes.

O Middlesbrough, por sua vez, fez partida impecável na defesa. Senso de posicionamento, comprometimento tático e vontade de vencer não faltaram para os comandados de Michael Carrick. O treinador inglês certamente está orgulhoso da atuação e da raça demonstrada por seus jogadores dentro de campo. As lesões preocupam, claro, mas Carrick tem mais motivos para sorrir do que lamentar. A volta em Stamford Bridge promete, e o Boro quer seguir fazendo história na Copa da Liga.

Foto de Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius AmorimRedator

Nascido e criado em São Paulo, é jornalista pela Universidade Paulista (UNIP). Já passou por Yahoo!, Premier League Brasil e The Clutch, além de assessorias de imprensa. Escreve sobre futebol nacional e internacional na Trivela desde 2023.
Foto de Guilherme Calvano

Guilherme CalvanoRedator

Jornalista pela UNESA, nascido e criado no Rio de Janeiro. Cobriu o Flamengo no Coluna do Fla e o Chelsea no Blues of Stamford. Na Trivela, é redator e escreve sobre futebol brasileiro e internacional.
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