Com brilho de Gündogan, Manchester City vence um clássico histórico e conquista sua sétima Copa da Inglaterra
A primeira final entre os times de Manchester na competição mais antiga do mundo deixou os homens de Pep Guardiola a uma partida da Tríplice Coroa

O Manchester City está aproveitando o atual período de domínio para deixar suas impressões digitais no futebol europeu e inglês. E no clássico com o seu maior rival, que tantas e tantas vezes gerou uma sombra enorme sob a qual os Citizens passaram décadas. Neste sábado, ganhou o direito de reivindicar uma vitória única, ao derrotar o Manchester United no primeiro confronto entre os dois em uma final de Copa da Inglaterra, graças a dois belos gols de Ilkay Gündogan. O placar de 2 a 1 leva o City a sete títulos de FA Cup, o segundo com Pep Guardiola, e o deixa a um jogo da Tríplice Coroa.
O feito que apenas o United conseguiu no futebol inglês será o assunto principal caso o City derrote a Internazionale, em Istambul, no próximo sábado, para levar a sua primeira Champions League. Selaria a maior temporada da história do clube e o ápice do trabalho de Guardiola. Mas, antes do continente, a cidade. Chamado de “vizinho barulhento” por Alex Ferguson, foi o City quem riu por último em uma final distinta da competição mais antiga do mundo, uma marca importante para a história do confronto.
O Manchester United lamenta não ter conseguido um segundo título nesta temporada, após a Copa da Liga Inglesa, e por não ter estragado a festa dos seus rivais, mas ainda termina o primeiro ano de Erik ten Hag com um saldo positivo, até pelas dificuldades que impôs ao provável melhor time do mundo durante os 90 minutos em Wembley. Se não criou tantas chances claras, teve períodos de pressão e dormirá pensando no que poderia ter sido se tivesse prestado mais atenção a Gündogan.
O meia alemão está entrando nos últimos meses do seu contrato e, para o Manchester City ou para o seu futuro empregador, mostrou as suas melhores qualidades. Aparecer na hora certa, no lugar certo e sem que os adversários percebam foi o que o tornou, por exemplo, artilheiro de um título inglês em 2020/21. A qualidade das suas finalizações neste sábado foi excepcional, principalmente da primeira, quando pegou um sem-pulo de fora da área para abrir o placar com um golaço.
O Manchester City entrou em campo com o que no momento parece sua escalação ideal. John Stones ao lado de Rodri na saída de bola, com Bernardo Silva e Jack Grealish bem abertos e Gündogan e Kevin de Bruyne pelo meio. O Manchester United preferiu reforçar o meio-campo, com Fred titular ao lado de Casemiro, e Christian Eriksen mais adiantado. Bruno Fernandes abriu um pouco pela direita, com Sancho no outro lado e Marcus Rashford atuando como centroavante.
E não dava para o começo ter sido pior aos Red Devils. Após a saída, Stefan Ortega, o goleiro das copas do Manchester City, mandou para a frente, Haaland escorou, De Bruyne ajeitou de cabeça e Gündogan soltou a perna direita da entrada da área. Acertou o ângulo e abriu o placar com um golaço. Rodri teve um cabeceio perigoso, de média distância, após falta cobrada por de Bruyne, mas, a favor do Manchester United, ele não ficou abalado com a desvantagem tão precoce.
O primeiro tempo teve realmente a cara de uma final: equilíbrio, nervos e poucas chances claras de gol. Rashford deu um desvio de cabeça no meio da área, que não levou tanto perigo assim, e De Bruyne assustou com a canhota, perto da trave. O United tinha menos posse de bola, mas havia se assentado na partida. E em um lance um pouco casual, ganhou a chance de ouro de empatar.
Wan-Bissaka encontrou o lançamento pela direita da área e cabeceou para o meio. Jack Grealish estava na marcação, com o braço aberto e um pouco levantado. A bola bateu em sua mão. Parecia que nada havia acontecido porque o jogo seguiu por bons minutos até Paul Tierney ter a oportunidade de checar o monitor. Marcou pênalti e, com muita frieza, Bruno Fernandes deslocou Ortega para empatar.
Na bola parada, os Red Devils até tiveram a chance de chegar ao intervalo à frente do placar, o que talvez fosse um exagero pelo que foi o primeiro tempo. Após cobrança de escanteio da esquerda, Casemiro desviou e Varane recebeu limpinho. No entanto, não pegou muito bem na bola e mandou por cima do travessão do City. No começo do segundo tempo, quase um replay do segundo gol. Quer dizer, o lance foi parecido e ao mesmo tempo bem diferente. De Bruyne cobrou falta da direita e novamente encontrou Gündogan livre na entrada da área. O alemão pegou de primeira, agora com a perna esquerda. Não pegou tão bonito (nem de perto), mas a bola passou por todo mundo e entrou no canto.
De Gea fez uma boa defesa com os pés para rechaçar De Bruyne, aos 16 minutos, e Gündogan chegou a comemorar o hat-trick, após o goleiro espanhol frustrar uma batida forte de Haaland, mas estava impedido. Apesar dessas chances, o United conseguiria assumir um pouco as rédeas da partida, colocando o City em uma incomum posição de se defender mais do que atacar. O que faltou foi encaixar ataques um pouco mais bem construídos e criar chances limpas de finalização.
Alejandro Garnacho, a primeira substituição de Ten Hag, teve uma da entrada da área, mas mandou para fora. As perspectivas ofensivas do United não melhoraram quando Rashford começou a mancar na reta final da partida, depois do holandês ter usado todas as suas pausas para substituições. No abafa, o empate ficou próximo. Varane chegou a acertar o travessão e, no rebote, McTominay também teve uma boa chance, que mandou para fora.
Escancarando o espírito do clássico, Haaland chegou a ter uma oportunidade de contra-ataque nos acréscimos, mas, em vez de invadir a área, foi à ponta e comemorou o escanteio que conseguiu cavar com muita esperteza como se fosse o terceiro gol do City. Como o jogo acabou logo depois, talvez tenha sido mesmo.

Finalizado
2
-1

Man City - Man Utd
England FA Cup - Wembley Stadium
1° Turno
Man City

Man Utd
